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Dani Amaral inspira pessoas e empresas a saírem mais fortes das dificuldades. Contadora de formação, pós-graduada em Finanças, Extreme Speaker, Expert em Poder Pessoal, Youtuber com mais de 400 mil inscritos e 10 milhões de visualizações, mas acima de tudo, um ser humano cheio de vontade de transformar vidas. Com seu carisma e emoção, Dani consegue cativar o público, tornando seu evento memorável. Após sofrer um acidente aos quatro anos de idade e perder os dois braços, a Dani teve que reaprender a vida. Especialista em Antifragilidade, ela inspira pessoas e empresas a se beneficiarem das adversidades, ou seja, aprenderem a não se vitimizar e alcançarem suas metas. |
Na última entrevista de 2022 da Revista Coamo, a convidada é a empreendedora e palestrante Dani Amaral, nascida há 29 anos em Arapuã, município no Vale do Ivaí, no Paraná. Aos quatro anos de idade ela sofreu um acidente em um maquinário agrícola quando ainda morava em Pau d’Alho do Sul (distrito de Assaí, no Paraná) e perdeu os dois braços. Mas, nada disso a impediu de batalhar pelos seus sonhos. Aprendeu a fazer tudo com os pés, se formou em Ciências Contábeis, fez diversos cursos de especializações e aperfeiçoamento em desenvolvimento humano, e hoje é uma das mais requisitadas palestrantes do Brasil. Além de ter um influente trabalho na internet onde conta com mais de 500 mil seguidores e inscritos em suas redes sociais.
Revista Coamo: Dani, você conhece bastante o cooperativismo, como analisa e observa este movimento?
Dani Amaral: Eu sempre acreditei que sozinho podemos ir às vezes mais rápido, mas juntos, com certeza vamos muito mais longe. Aprendi na prática o quanto as parcerias, o trabalho em equipe e a força conjunta fazem a diferença, e acredito que o cooperativismo é o movimento que une tudo isso da maneira mais eficaz possível. Dentro do cooperativismo, todos somos importantes, e entendemos que quando um ajuda o outro, a soma dessas forças pode gerar resultados extraordinários.
RC: Como a família Coamo tem recebido você nos eventos e percebe o valor que a cooperativa dá ao público feminino?
Dani: A Coamo sempre foi referência para nós, meu esposo inclusive foi funcionário da empresa antes de decidir trabalhar junto comigo. Então mesmo antes de ser prestadora de serviço da empresa, nós já nos sentíamos parte da família Coamo. Então quando fui convidada pela primeira vez para palestrar em um evento da empresa, me senti honrada! Fomos muito bem recebidos e pude ver ainda mais de perto como o trabalho de valorização do cooperado e da família cooperativista é feito. É lindo de se ver como a Coamo investe na capacitação e cuidado com seus cooperados.
RC: Então, você se sente bem em ajudar pessoas com seu carisma e história de vida?
Dani: É uma honra muito grande e ao mesmo tempo uma responsabilidade também. Eu sei que o que falo tem muito peso com relação ao que as pessoas sentem. Por isso gosto sempre de frisar que não vendo uma fórmula mágica para as pessoas serem felizes. Todos nós temos problemas, às vezes nos sentimos fracos, incapazes, temos medo, e está tudo bem. O que não podemos é permanecer nesse estado. Precisamos respeitar nossos sentimentos, e deixá-los ir. O que eu quero mostrar é que não podemos controlar o que o mundo faz com a gente, mas podemos controlar o que devolvemos ao mundo. É sempre uma questão de escolha.
RC: Quais temas mais gosta de partilhar?
Dani: Como vocês puderam perceber, sou apaixonada por desenvolvimento humano. Este assunto me fascina, nossa mente é responsável por tudo que fazemos e pelo que não fazemos. Mas confesso que também gosto muito de compartilhar life style (estilo de vida). Então, nas minhas redes sociais as pessoas encontram de tudo um pouco: receitas, maquiagem, dicas de cabelo, blogs de viagem, truques de faxina. Enfim, gosto de compartilhar vida e conhecimento.
RC: Você faz palestras há alguns anos. Conte-nos como foi e qual a motivação neste trabalho para ser agente de transformação?
Dani: Sempre gostei muito de ensinar. Durante a faculdade de Ciências Contábeis eu já ministrava aulas de reforço e monitoria para meus colegas de classe, pensava inclusive que minha vocação era ser professora acadêmica. Mas foi após me formar e começar a trabalhar no escritório de um supermercado que pude ver de perto o quanto as relações interpessoais e o desenvolvimento das emoções influenciam nos resultados das pessoas dentro e fora do trabalho. Comecei então a estudar mais sobre isso, psicologia positiva, inteligência emocional, coaching, enquanto ainda trabalhava nesse supermercado. Foi então que meu gerente abriu um supermercado para ele em outra cidade e me convidou para ministrar um treinamento para seus funcionários. Mesmo sem ter experiência nessa parte, aceitei o desafio, e ministrei minha primeira palestra.
RC: Esse dia foi um marco em sua vida?
Dani: Sim, pois nesse dia algo diferente acendeu em mim, e eu vi que queria fazer daquilo a minha missão. Pedi as contas do supermercado e comecei a estudar, fiz cursos de palestrante, estudei ainda mais sobre desenvolvimento pessoal e formatei o meu negócio. De lá para cá são seis anos atuando como palestrante. Já perdi as contas de quantas palestras fiz, mas só esse ano (2022) foram mais de 100 em nove Estados brasileiros. Já ouvi relatos de pessoas que queriam se suicidar, que não sonhavam em ser nada, pessoas sem autoestima, com depressão, ansiedade, sem perspectiva de futuro, relatando que após minha palestra, após aprender as técnicas que ensino, tiveram outro olhar para a vida, e que passaram a se sentir realmente transformadas e decididas a fazer o seu melhor. Isso para mim, não tem preço.
RC: Como avalia a participação do público feminino?
Dani: Eu amo falar com mulheres! Poder levar mais autoestima, conhecimento, e transformação para o público feminino é sempre uma honra. Elas estão cada vez mais engajadas, em se empoderar, aprender e ocupar o seu lugar na sociedade. É lindo de se ver e de fazer parte disso.
RC: Como foi para você reaprender a vida e partilhar isso com milhares de pessoas?
Dani: Na verdade, hoje eu acredito que o fato de ter tido que reaprender já cedo me ajudou muito. É muito mais difícil para um adulto por exemplo, que já tem vários hábitos e crenças formadas, se readaptar. Eu já comecei a vida de um jeito diferente. É claro que não foi fácil também, tive meus momentos, principalmente na adolescência, de inseguranças, medos, mas a grande virada de chave para mim foi entender que ou eu iria passar a vida toda reclamando de algo que eu não podia mudar, ou eu ia aceitar minha condição e fazer meu melhor a partir disso. E acho que é justamente isso que faz as pessoas refletirem, então eu me sinto muito feliz em poder partilhar isso.
RC: Nas suas palestras você ensina que cada um é responsável por seu sucesso e superação de barreiras.
Dani: Sim, porque a grande maioria das pessoas tendem a ficar dentro de sua zona de conforto culpando sempre o outro pelos seus maus resultados. É culpa da escola, da sociedade, do governo, da economia. E eu aprendi que as pessoas que realmente têm sucesso na vida, são aquelas que entenderam que elas são as únicas responsáveis. Elas fazem o que precisa ser feito. Não dão desculpas, dão resultados, assumem as suas responsabilidades. É claro que não é fácil, é muito mais simples sentar-se e reclamar, ou esperar que tudo caia do céu, mas se você realmente quer conquistar seus sonhos, é você que precisa correr atrás.
RC: De que maneira as pessoas podem explorar o máximo do seu potencial?
Dani: Esta é uma boa pergunta e a resposta é se desafiando sempre, se provocando a fazer mais. Mas também não esquecendo de agradecer o que já conquistou e fez. Todos os dias devemos agradecer pelos nossos dons, nossas bênçãos e nossas conquistas, mesmo as pequenas, todas devem ser celebradas, mas sempre com o pensamento que se pode mais. Eu aprendi a dirigir nas estradinhas de chão nos sítios da minha região, mas quis tirar minha carteira de motorista. Quando peguei minha carteira quis conseguir dirigir na BR, depois percorrer grandes distâncias sozinhas, e por aí vai. E eu sou assim em tudo na vida, se consigo algo, me desafio a fazer mais, eu me provoco, e movimento gera movimento.
RC: Como foi viver este período de pandemia?
Dani: Profissionalmente foi bem desafiador. Eu trabalho basicamente com eventos e esse foi o primeiro setor a parar e o último a voltar. Mas aprendi a me reinventar, fiz muita coisa online (Palestras, lives, escrevi um e-book), então pude me desenvolver em outras áreas também. Pessoalmente foi assustador. Medo pela minha vida e das pessoas que amo, ansiedade por não saber como as coisas seriam ou quando voltariam, mas com muita fé e sabedoria enfrentei esse momento e me sinto grata de estar aqui podendo contar a minha história.
RC: Qual a importância da fé e a prática do amor para o crescimento espiritual, pessoal e profissional?
Dani: Como cristã e católica acredito muito nos ensinamentos de Cristo. A fé é o que nos faz ter esperança nos momentos de dificuldade e gratidão nos momentos de alegria, e a prática do amor é o que dá sentido à nossa vida. Ninguém consegue experimentar a verdadeira felicidade se só pensar em si mesmo. E quando unimos a espiritualidade as nossas ações pessoais e profissionais, com certeza elas tendem não só a crescer, mas a ter muito mais sentido.
RC: O que esperar do novo ano?
Dani: Espere o que você quiser! O ano novo só é diferente se nós o fizermos diferente. Transformem seus sonhos em metas, acredite no seu potencial, construa a vida que você deseja. Espero que seu 2023 seja repleto de força de vontade de viver.
RC: Qual sua mensagem para a família Coamo?
Dani: Permaneçam unidos! A união faz a força não só na cooperativa, mas principalmente em seus lares. A família é a nossa base, e quando ela está estruturada e unida, temos o fundamento para crescer.
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