Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 531 | Dezembro/2022 - Janeiro/2023 | Campo Mourão - Paraná

COMUNICAÇÃO

MELHORAR A COMUNICAÇÃO É DESAFIO DO AGRO BRASILEIRO

Jornalista Carina Gomes Rufino, chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Soja, em Londrina

Para especialistas de comunicação e marketing rural, de um modo geral o agronegócio brasileiro se comunica bem dentro do segmento, mas precisa avançar e tem desafios junto ao público urbano e a outros segmentos. A comunicação é um processo que influencia, pode mudar e consolidar comportamentos, opiniões e conhecimentos.

Um dos aspectos a ser melhorado no agro brasileiro está na sua imagem e reputação, para mostrar, principalmente ao público externo o impacto positivo do que este setor faz no Brasil e sua importância para a balança comercial brasileira. “Quando vendemos um produto como o grão de soja ou o farelo no mercado internacional, precisamos formar uma percepção diferenciada de como esse produto foi produzido. Não se trata apenas de entregar no prazo e volume combinado. Cada vez mais, teremos o desafio de comunicar para esse comprador toda a estrutura que existe por trás desse alimento que chega à mesa do consumidor, o compromisso que temos com determinadas práticas produtivas, os empregos gerados, o melhor uso da terra que é feito, a estabilidade de produção e a confiabilidade que o país entrega”, explica a jornalista Carina Gomes Rufino, chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Soja, em Londrina.

Avançar na comunicação do agronegócio é vital para em tempos de fake news e desinformação, apresentar à sociedade o trabalho das mulheres e homens do campo. Para o presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e do Agronegócio (ABMRA), Ricardo Nicodemos, uma das estratégias é intensificar a descentralização da informação regionalmente. "O trabalho regional é extremamente importante e dá força às marcas e ajuda na construção da boa comunicação do agro", disse. Segundo Nicodemos, é necessário evoluir com a comunicação, posicionar corretamente o agro para ganhar a admiração da sociedade urbana, pelo setor e pelo trabalho desenvolvido pelos produtores.

O setor agropecuário é um dos mais importantes do país e tem relevância com impacto direto nos resultados da balança comercial brasileira, por meio dos negócios internos e externos. O agro representa quase 1/3 do PIB nacional e o Valor da Produção Agropecuária de 2021 atingiu R$ 1,129 trilhão, valor 10% maior que o resultado de 2020. O Brasil está entre os líderes mundiais em diversas culturas e rebanhos, tais como soja, café, cana-de- -açúcar, frutas, bovinos, suínos, aves, tilápia, dentre outros.

“O Agro é paz. A fome provoca guerra. A segurança alimentar é a única garantia da estabilidade política de uma nação. O Brasil pode ser o campeão mundial da segurança alimentar. Para isso, precisamos ter estratégia e isso passa pela comunicação, pois temos de levar as mensagens corretas e verdadeiras para a sociedade global”. A consideração é do agricultor e cooperativista, Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, no 14º Congresso de Marketing do Agro ABMRA - Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro, que reuniu mais de 300 participantes, em setembro deste ano, em São Paulo. O tema central foi “A Comunicação como Agregadora de Valor e Condutora da Boa Reputação do Agro".

Um fenômeno que ocorre na sociedade e tem impacto direto no campo é o uso cada vez maior das mídias sociais por meio de diversas plataformas. Elas transformaram a forma de comunicação do agro com os agricultores e a sociedade. Mesmo que há muito o que fazer com relação ao aumento da conectividade nas áreas rurais.

Segundo Carina Rufino, analista da Embrapa, a dinâmica proporcionada pelas redes digitais é fascinante, mas também é necessário atenção ao excesso e à qualidade de informação que circula. “Por isso, acredito que será cada vez mais importante que as organizações produzam conteúdos de qualidade”, diz.

A jornalista lembra da transição que o agro está passando. “Há um momento importante com a mudança e os processos de sucessão familiar, a entrada das mulheres na condução das propriedades, o surgimento de marketplaces e novas experiências on-line. Tudo isso contribui para que novas formas de relacionamento sejam estabelecidas. Embora o digital facilite essa interação, todos sabemos que o dia a dia, o olho no olho, a interação real é da natureza humana e buscar o equilíbrio será sempre um dos grandes desafios da comunicação.”

O grande desafio no sucesso da comunicação é levar a mensagem de forma clara e direta, para o devido entendimento e colaboração para o desenvolvimento das pessoas, negócios e comunidades. O jornalista e assessor de Comunicação da Coamo, Ilivaldo Duarte, afirma que as mídias digitais promoveram mais agilidade e interação na comunicação e no caso da Coamo vem sendo uma bela realidade. “Com a pandemia nos reinventamos e aceleramos a nossa comunicação digital, sem perder o foco, a origem e tradição dos cooperados, como por exemplo de ouvir nosso programa de rádio e ler as publicações da Revista Coamo. Desenvolvemos novos produtos com ênfase no incremento do digital e o uso regular do aplicativo Coamo, das diversas redes sociais, da Coamo TV com programas e reportagens no canal da cooperativa no YouTube, por meio de importantes plataformas. A tendência é evoluir ainda mais”, explica.

Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura

Segundo ele, a conexão da Coamo é fundamental para manter a essência com informações, conteúdos de qualidade para o interesse dos produtores e, da comunidade. Para isso faz-se necessário a realização de eventos e encontros virtuais, mas também presenciais para alcançar o desenvolvimento técnico, educacional e social de agricultores e familiares, funcionários e o da própria cooperativa.”

Produtor conectado e informado

A comunicação do agronegócio e cooperativismo é elogiada pelos cooperados da Coamo, com acesso as diversas plataformas, onde quer que estejam nas 74 regiões produtoras no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Jones Alberto Maldaner, cooperado em Mangueirinha (PR), diz que a Coamo vem acompanhando a evolução e atendendo as necessidades dos cooperados, cada vez mais conectados

O cooperado Jones Alberto Maldaner, de Mangueirinha (Sudoeste do Paraná), diz que a Coamo vem acompanhando a evolução e atendendo as necessidades dos cooperados, cada vez mais conectados. “Temos a Coamo se destacando, com formas inovadoras em se comunicar com os cooperados, apresentando informações precisas e seguras. Temos tudo na palma da mão e no computador, mas também encontramos ouvindo o radinho, assistindo o nosso canal do YouTube e lendo as matérias na Revista Coamo.”

Para Jones Maldaner, o produtor precisa fazer bem-feito e usar modernas tecnologias para produzir alimentos que têm origem e qualidade, e vai para o mercado nacional e de vários continentes. “Precisamos estar sempre informados, por isso é fundamental a comunicação no agronegócio para evoluir por exemplo com a agricultura de precisão e outras técnicas, e é claro colher bem e ser assertivo para vender a safra no melhor momento e preço”, explica.

O Brasil é uma país privilegiado e colhe várias safras por ano, e de maneira equilibrada e sustentável, com a preocupação no meio ambiente produtivo rural. Com o apoio do sistema cooperativista que apoia e investe em pesquisa, transferência de tecnologias, e orienta os agricultores para uma produção sustentável e de sucesso. E é claro, o papel da comunicação é muito importante neste processo, porque o agronegócio não pode parar e a comunicação, também não.

Momento Coamo é um dos canais de comunicação implantado pela cooperativa para se comunicar com os cooperados
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