Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 460 | Julho de 2016 | Campo Mourão - Paraná

EDITORIAL

OSCILAÇÃO NOS PREÇOS DE SOJA E MILHO


JOSÉ AROLDO GALLASSINI,

Diretor-presidente da Coamo

Os números do primeiro semestre deste ano e as previsões para o segundo, indicam que a Coamo deverá fechar 2016 com bons resultados e uma pequena alteração em relação ao valor do faturamento do ano passado. Este é um ano diferente e com mercado conturbado, pois a valorização do dólar impactou na formação de preços da soja e do milho.

A cotação do dólar na safra anterior estava na casa dos US$ 2,00, e nesta safra, bateu os US$ 4,00, caindo ao final do primeiro semestre para US$ 3,35. Isso afeta diretamente nos preços do mercado interno e também externo. O valor do dólar para este semestre dependerá dos índices da inflação e da situação política brasileira.

A variação do dólar permitiu à Coamo vender e exportar bem a soja para o mercado externo e proporcionou boa remuneração para os cooperados com valores nunca vistos em toda a história da nossa agricultura. Os produtores tiveram oportunidade de vender a soja a níveis que variaram entre R$ 60,00 e até R$ 85 a saca.  Se considerar o valor de R$ 33 para o custo direto da saca de soja, então avaliamos como excelente os preços praticados. Mas, como sempre acontece, muitos não analisam seus custos e compromissos, e ficam esperando a subida dos preços para vender posteriormente. 

Os cooperados já me ouviram falar muitas vezes nesses anos todos, que o interessante é que cada um faça cálculos e análise em relação aos custos e débitos para tomar a decisão de vender a produção. O ideal é vender de maneira escalonada para ganhar na média, principalmente em um ano atípico como o que estamos vivendo. 

Como ninguém tem "bola de cristal", a tendência para bons preços vai depender de vários fatores como, por exemplo, a situação da safra americana que será colhida em breve, e do plantio e desenvolvimento da safra brasileira a ser semeada nos próximos meses.

Realmente, 2016 é um ano agrícola diferente e tumultuado, tivemos colheita de soja com problemas na qualidade de grãos. A Coamo recebeu grandes volumes de soja avariados e fez um esforço enorme para recepcionar e armazenar a soja dos cooperados, e está ao lado deles o ano todo, seja nas horas boas ou ruins como nesta situação.

A qualidade também é problema na colheita do milho safrinha devido ao clima – seca, excesso de chuvas e geada-, que vai impactar nos volumes de produção. O milho segunda safra é uma verdadeira “safrona” bem diferente da safra de verão, que por sua vez, devido aos bons preços do cereal que neste ano chegou a R$ 45,00 a saca, e terá um pequeno aumento de área na safra 2016/17, mas aquém do que deveria ser plantado.

De forma geral, o cenário atual apresenta cooperados bem capitalizados sem problemas de liquidez, o que é uma situação muito positiva e privilegiada. E assim, a queda verificada nos volumes de produção de soja e milho devem ser compensados pela remuneração obtida com a venda da safra.

Por fim, comemoramos com a família Coamo a 48ª colocação da Coamo entre todas as empresas brasileiras, conforme ranking da revista Exame – edição Melhores e Maiores 2016. A cooperativa é também a maior empresa paranaense, a frente das tradicionais Copel e Renault que, em anos anteriores lideravam o ranking no Estado do Paraná. Outro indicador significativo é a posição da Coamo como a 21ª maior exportadora brasileira.

É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados ou citados não exprimem, necessariamente, a opinião do Jornal Coamo.