Cooperados integrantes das 20 turmas do programa de formação de Jovens Líderes Cooperativistas se reuniram em Campo Mourão no dia 1º de julho para comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo. O evento objetiva celebrar o sucesso e a eficiência do cooperativismo - movimento que congrega mais de um bilhão de pessoas nos cinco continentes, e colabora sobremaneira na promoção do bem-estar e do bem comum com desenvolvimento técnico, educacional e social.

Durante o encontro, eles participaram de palestras com o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini sobre as Diretrizes Corporativas da Coamo, antecedendo os palestrantes convidados  engenheiro agrônomo João Paulo Koslovski, líder cooperativista e ex-presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), e Alysson Paolinelli, produtor rural, engenheiro agrônomo, ex-ministro da Agricultura e atual presidente da Abramilho – Associação Brasileira de Milho.

Koslovski ministrou a palestra “O papel dos jovens como agentes de transformação para um cooperativismo sustentável”. Ele afirma que é gratificante estar presente em um evento que reúne tantos jovens cooperados. “É motivo de orgulho participar de um evento dessa envergadura, especialmente pelos jovens das 20 turmas presentes. A Coamo tem um programa fantástico de formação e comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo com esse público nos deixa muito feliz e propicia uma condição ímpar para que esses jovens possam no futuro ser dirigentes, conselheiros e atuar fortemente no cooperativismo.”

A terceira palestra com o tema “Agricultura de ontem e de hoje” foi apresentada pelo ex-ministro da Agricultura no governo Ernesto Geisel, Alysson Paolinelli. “É muito bom estar na Coamo e ver esta força toda com uma juventude que é o futuro do cooperativismo. Estou feliz, recebo uma injeção de cânfora toda vez que venho aqui na Coamo, pois revejo companheiros da velha guarda e tenho a oportunidade de aprender sempre com o Gallassini e o João Paulo, dois líderes fabulosos que nos deixam lições e ensinamentos excelentes. Agradeço o carinho da Coamo e de seus cooperados e diretoria”, considera Paolinelli.

O presidente da Coamo José Aroldo Gallassini destacou a importância do cooperativismo, movimento criado em 1844 na Inglaterra e os resultados do movimento. Segundo ele, a própria Coamo, cresceu e se tornou uma das maiores do mundo por meio da união dos cooperados. “Sempre digo que começamos em 79 cooperados e hoje são cerca de 28 mil, além de 7.330 funcionários. Graças ao trabalho de todos, com muita seriedade a Coamo cresceu e apresenta grandes resultados. Com o passar do tempo muitos pensam que cooperativismo está ligado aos bons preços, mas não é isso. Nossa preocupação é desenvolver o cooperativismo do cooperado, seja na parte cultural dele e de sua família, quanto por meio de cursos e pesquisas oferecidos”, disse.

Em quase 46 anos de atividades, a Coamo promoveu o cooperativismo, incentivando os agricultores e preparando novos
cooperados. “Desenvolvemos cursos em toda a área da cooperativa para mostrar que o trabalho vem rendendo frutos. Estamos administrando uma empresa grande e com resultados, isso graças a cada um de nossos funcionários, independente do cargo que ele venha a ocupar. Todos são importantes”, destacou Gallassini.

Koslovski: "É motivo de orgulho participar de um evento dessa envergadura."	Paolinelli: "É muito bom estar na Coamo e ver esta força toda com uma juventude que é o futuro do cooperativismo."

O ex-presidente da Ocepar João Paulo Koslovski, mostrou aos participantes de uma forma didática o que é e qual é a missão de um novo cooperativismo. Reforçou a importância das cooperativas como agentes de transformação e de desenvolvimento. “A cooperativa é uma sociedade de prestação de serviços, e enquanto desta natureza precisa ser democrática, participativa, mutualista e equitativa, mas enquanto empresa necessita ser racional, eficiente/eficaz e ser profissionalizada, e oferecer resultados aos associados.”

Para Koslovski, o cooperativismo no Paraná deve aceitar e superar desafios, com empreendedorismo e capacidade para avaliar os riscos. “Mas, também precisam ter ousadia para inovar desenvolvendo ações orientadas por valores e crenças, e buscar a excelência no seu ramo com estruturas simples e equipes enxutas.”

Alysson Paolinelli conversou com os jovens líderes contando sua experiência como líder agrícola e fez comparativos entre a agricultura do seu tempo como ministro da Agricultura e os dias atuais. “Sou um velho professor aposentado, um engenheiro agrônomo teimoso, e gosto muito de aprender a cada novo dia. A criação da Embrapa na minha gestão, foi a certeza de que o Brasil levou a sério essa questão de conhecimento e inovação.” Na sua época de ministro, o país tinha um problema de abastecimento. “Importávamos um terço do que consumíamos, cerca de 80% , 90% do trigo, 50% do leite e 30% da carne, e até uma parcela de arroz, feijão, milho e de frango.”

Para Paolinelli, o momento atual é diferente e será marcado por transformações. “O Brasil chegou ao limite, precisa inovar e passar a limpo por tantos erros e tristezas, tem que ter ação política com firmeza ideológica e transparência na gestão pública, e banir de vez a safadeza, o roubo e a ladroagem. O país tomou consciência que não pode persistir da forma que vinha caminhando.”