Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 504 | Julho de 2020 | Campo Mourão - Paraná

SAFRA DE INVERNO

Trigo como opção de inverno no MS

Sadir Triches, de Laguna Carapã (MS), cultiva trigo desde o início da década de 1973. Para ele, a cultura é importante economicamente e para o sistema

Assim como em boa parte das regiões produtoras do Paraná e Santa Catarina, onde a Coamo está presente, o trigo tem sido uma alternativa de inverno, também, para os produtores do Sudoeste do Mato Grosso do Sul. É o caso do cooperado Sadir Triches, de Laguna Carapã, que cultiva o cereal desde o início da década de 1973. Para ele, a cultura é importante não só do ponto de vista econômico, mas principalmente, para o sistema de produção, uma vez que ajuda na reciclagem do solo e na contenção de pragas e doenças.

Triches lembra que a tradição em se cultivar trigo vem de família e está presente desde a mudança do pai de Santa Catarina para o Mato Grosso do Sul.

“Na época, plantávamos arroz, soja e trigo. Estou mantendo a tradição de ser triticultor. Além de todos os benefícios para o sistema e ajudar na parte econômica, o trigo tem a sua beleza”, diz. Ele acrescenta que novas variedades mais adaptadas para a região surgiram nos últimos anos melhorando a produtividade e a qualidade do cereal.

No verão toda a área do cooperado é destinada para a soja e na segunda safra dividida entre milho e trigo. Essa rotação já é realizada há alguns anos e os benefícios, segundo Triches, são grandes. “Na área de trigo, temos uma economia com dessecação e adubação para o plantio da soja. Também vemos um aumento em produtividade de 3 a 5% na soja plantada sobre a palhada de trigo.”

O clima na região Sudoeste do Mato Grosso do Sul, segundo o cooperado, favorece o desenvolvimento do trigo. “Temos algumas variações de temperatura e a preocupação com a geada que em anos anteriores já causaram problemas. Contudo, de maneira geral, o clima favorece”. O trigo na propriedade de Triches é semeado no mês de abril e início de maio. “Fazemos um plantio escalonado para tentar fugir de eventuais problemas climáticos. Isso vem dando certo nas últimas safras.”

O engenheiro agrônomo Rafael Ribeiro de Melo, da Coamo em Laguna Carapã, ressalta que os cooperados estão investindo no trigo como opção para a segunda safra. “É uma cultura que traz rentabilidade e, também, faz bem para o sistema. O plantio de trigo é realizado de forma consciente, rotacionando com o milho safrinha. Os cooperados seguem as recomendações técnicas e buscam uma melhor viabilidade com a cultura e o retorno tem sido bom.”

Clima na região Sudoeste do Mato Grosso do Sul favorece o desenvolvimento do trigo

Cooperados retomam plantio de trigo em Itaporã

André Secretti é um dos cooperados que optou pelo trigo em Itaporã (MS)

O trigo já foi uma cultura bastante cultivada em Itaporã (Sudoeste do Mato Grosso do Sul). Por falta de incentivos e tecnologias que viabilizem o seu cultivo, o cereal perdeu espaço e deixou de ser opção na segunda safra. Contudo, com a chegada da Coamo no município, em janeiro de 2018, o trigo voltou a ser assunto entre os agricultores e novas áreas estão sendo cultivadas.

André Secretti é um dos cooperados que está apostando na cultura. De acordo com ele, é uma opção para quebrar o ciclo de soja e milho safrinha. “O milho tem seus benefícios na segunda safra e o trigo entra para rotacionar as culturas. É uma opção a mais que temos e esperamos um bom resultado economicamente e para o sistema”, diz.

O engenheiro Agrônomo, Elvison Alves da Cruz, da Coamo de Itaporã, comenta que a cooperativa vem incentivando o cultivo de trigo em função dos benefícios proporcionados pela cultura. De acordo com ele, o clima na região favorece o desenvolvimento das lavouras e faz com que o cereal tenha boa produtividade e qualidade. “É uma opção a mais para os associados que querem diversificar e buscam melhorar o sistema produtivo e a renda na propriedade”.

O agrônomo revela que estão sendo cultivados cerca de 550 hectares nesta safra e que pelo interesse dos cooperados a área deverá aumentar consideravelmente no próximo ano. “Vemos essa nova tendência para Itaporã. Temos variedades que se desenvolvem muito bem na região. Acreditamos que o trigo retomará o espaço que acabou perdendo nos últimos anos”, comenta Cruz.

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