Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 505 | Agosto de 2020 | Campo Mourão - Paraná

PLANTIO

SISTEMA protegido

Cooperado Frederico Stellado Farias, de Campo Mourão, conhece os benefícios do investimento na adubação de sistema

A adoção de boas práticas de produção é um dos principais fatores para o bom resultado da produtividade de grãos. Um manejo de solo adequado e, sobretudo, com plantas, garante o equilíbrio do sistema e contribui diretamente com a diminuição de riscos associados às intempéries climáticas.

É com este pensamento que o cooperado Frederico Stellado Farias, conduz as atividades na fazenda Nova, localizada na região de Alto Cafezal, em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná). Engenheiro agrônomo por formação, ele conhece os benefícios do investimento na adubação de sistema e, por isso, a cada entressafra cobre parte da área com plantas importantes para o enriquecimento do solo. “Não podemos pensar em culturas isoladas e sim no sistema todo. Estamos sempre executando uma cultura de olho nas próximas. Por isso, temos de tomar muito cuidado com o planejamento porque o sucesso das próximas culturas depende das ações do momento”, observa Farias, que colhe o milho de segunda safra de olho do cultivo da soja no verão.

O trigo é outra cultura explorada e que neste ano, conforme o cooperado, deve gerar bons resultados tanto para o bolso como para o sistema produtivo. “Até o momento está sendo um dos melhores anos para a cultura. A lavoura está sobre áreas de rotação e o desenvolvimento está surpreendendo”, conta.

Adubação verde é o segredo

Conforme o cooperado, o manejo adotado na propriedade faz toda diferença ao final de cada ciclo, contribuindo para o sucesso da atividade. “Dividimos a fazenda no inverno em três partes: em uma, cultivamos milho segunda safra, na outra trigo, e na terceira fazemos adubação verde misturando várias espécies como nabo, aveia, centeio e ervilhaca, ou mesmo com uma cultura solteira de aveia. Depois essas áreas são manejadas para receber as culturas de verão”, revela informando que a diversificação do sistema tem gerado bons resultados. “Isso oferece mais estabilidade ao sistema produtivo. Conseguimos fazer uma boa palhada, diminuímos o uso de herbicidas e os problemas com plantas invasoras e ainda otimizamos nossa adubação”, afirma.

Manejo adotado na propriedade faz toda diferença ao final de cada ciclo, contribuindo para o sucesso da atividade

Para começar bem a safra de verão

A instalação da lavoura de soja requer um planejamento adequado, pois é uma etapa que determina o início de um ciclo produtivo de aproximadamente 130 a 140 dias. Sabe-se que o sucesso está diretamente ligado ao plantio. A gerência de Sementes da Coamo elaborou algumas recomendações técnicas que devem ser levadas em consideração para uma boa semeadura.

Observa-se em nível de campo que pequenas variações de população não afetam significativamente o rendimento das lavouras, visto que os próprios obtentores recomendam uma densidade de semeadura com intervalo de aproximadamente 20% em média, desde que as plantas estejam bem distribuídas e sem muitas falhas.

Todas as cultivares apresentam uma época tolerada e outra preferencial de plantio para que respondam com todo potencial produtivo.

A temperatura média do solo para uma emergência rápida e uniforme das plântulas de soja vai de 20 a 30º C, sendo o ideal 25º C. Temperaturas inferiores a 18º C tornam o processo de germinação e emergência mais lento, podendo resultar em drástica redução do estande. Ocorre predominantemente, onde a semeadura é realizada anteriormente a época preferencial.

A umidade ideal para germinação e emergência da semente da soja requer absorção de água de pelo menos 50% do seu peso seco para iniciar o processo. Além da umidade, as condições físicas do solo também são importantes para que ocorra o melhor contato entre solo e semente. Vale lembrar que semeadura realizada com insuficiência hídrica, é extremamente prejudicial ao processo de germinação.

SEMENTES de QUALIDADE

A Coamo é produtora e certificadora da produção própria de sementes seguindo rigorosamente a legislação e normas vigentes. A cooperativa conta com Laboratório de Análise de Sementes Credenciado pelo Ministério da Agricultura. Os lotes passam por diversos testes oficiais como pureza, determinação de outras sementes por número, teste de germinação e realiza testes para controle interno de qualidade. Antes da entrega da semente ao cooperado, a Coamo realiza internamente o teste de solo como controle interno de qualidade, garantindo assim segurança e confiabilidade aos agricultores.

Aliado a todas estas práticas e cuidados relacionados, vale ressaltar a prática do tratamento de sementes, a qual traz muitos benefícios ao cooperado.


CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS

  • Cada agricultor deve estar atento aos mecanismos do seu equipamento de plantio. Dentre eles, o tipo de dosador de semente, o limitador de profundidade e o compactador de sulco, onde os mesmos devem estar em boas condições.
  • A velocidade ideal de plantio é de 4 a 6 km/h para que não haja interferência na uniformidade de distribuição ou cause dano mecânico à semente.
  • A profundidade ideal oscila de 3 a 5 cm, com cuidado para posição semente e adubo, o qual deve ficar abaixo da semente, evitando o contato direto, pois a salinização do fertilizante prejudica a germinação e emergência das plântulas de soja.
  • Um item de extrema importância é a densidade de semeadura, pois para cada cultivar existe uma recomendação de população de plantas por hectare. Para se obter um estande ideal, deve-se calcular o número de sementes a serem distribuídas. Para isso, se faz necessário conhecer o percentual de germinação do lote de semente.
  • O padrão brasileiro para produção e comercialização de semente de soja é de no mínimo 75% para categoria Básica e mínimo 80% para as categorias C1, C2, S1 e S2.
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