Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 526 | Julho de 2022 | Campo Mourão - Paraná

SEGUNDA SAFRA

SAFRINHA QUE VIROU SAFRONA

Irmãos José e Sebastião Valero, de Tupãssi (PR)

“Uma produção nunca vista na nossa região”. A frase do cooperado José Valero, de Tupãssi resume a produção da segunda safra de milho na região Oeste do Paraná. Ele trabalha em parceria com o irmão Sebastião e os dois estão retirando do campo uma boa produtividade, um ânimo a mais depois de passarem por duas frustrações seguidas, no milho em 2021 e na soja 2021/22.

As primeiras áreas colhidas pelos irmãos resultaram em uma produtividade de 370 sacas por alqueire, com talhões chegando a 400 sacas no decorrer da colheita. “Já havíamos colhido perto de 300 sacas por alqueire em safras anteriores. No ano passado, fechamos com uma média de 150 sacas, e agora, colher acima de 350 de média é motivo para comemorar”, comenta José.

José e o irmão Sebastião Valero acompanham a colheita em Tupãssi (PR) com o engenheiro agrônomo Alessandro Rodrigues Carvalho

Segundo ele, a lavoura recebeu um investimento de ponta para a segunda safra e a área já estava bem equilibrada, resultado dos trabalhos realizados nas safras anteriores. “Utilizamos os melhores insumos tanto para adubação quanto para o tratamento de sementes e tratos culturais. Além do capricho, o clima contribuiu para o bom desenvolvimento das lavouras.”

O cooperado observa que a boa produção na segunda safra de milho chega em um bom momento, incrementando a renda e ajudando a recompor as finanças para novos investimentos após passarem pelas frustrações no inverno passado e na safra de verão. “É certo que traz um novo ânimo no campo. As máquinas percorrem pouco tempo e já enchem o caminhão. Esse é o maior gosto do produtor rural, saber que todo o investimento valeu a pena. Quando a safra é boa, até o humor fica diferente”, brinca José Valero.

O engenheiro agrônomo Alessandro Rodrigues Carvalho, da Coamo em Tupãssi, revela que as primeiras áreas plantadas na região apresentam um resultado melhor do que as cultivadas posteriormente. “Tínhamos uma expectativa muito boa e foi superada”, frisa. Conforme o agrônomo, as condições climáticas e o manejo dos agricultores que seguiram as recomendações técnicas, foi um diferencial nessa safra. “Os cooperados têm investimento em tecnologias que propiciam altas produtividades. Temos produtividades de 300 sa - cas e casos que ultrapassam 370 sacas por alqueire.”

Contudo, Carvalho reve - la que algumas áreas sofreram com o ataque de cigarrinhas, limitando a produtividade. “As lavouras cultivadas na primeira janela foram menos afetadas em comparação ao plantio no meio e no final. Esperamos uma re - dução na produtividade para as últimas colheitas. Houve um bom manejo dos cooperados, que es - tão entendendo o problema e utilizando as ferramentas dispo - níveis, associando controle bio - lógico e químico.”

Família Dill cooperada em Nova Santa Rosa está comemorando os bons resultados com a segunda safra de milho

A famíli a Dill cooperada da Coamo em Nova Santa Rosa também está comemorando os bons resultados com a segunda safra de milho. Com média de 333 sacas por alqueire e produtividades chegando a 383 sacas, Mateus conta que há vários anos não colhia uma produção tão expressiva. Ele trabalha em parceria com o pai Alceu e o irmão Marcos. “O clima favorável e o bom investimento contribuíram diretamente. Houve bastante capricho no manejo da cultura, com aplicação dos defensivos agrícolas no momento certo. Metade do resultado é capricho e a outra metade devemos ao clima”, revela Mateus.

Ele observa que há vá - rias safras vem realizando um bom investimento. Porém, no ano passado a produção foi bem abaixo do esperado devido ao clima – falta de chuva e geada. “Utilizamos tecnologias que agregam para o sistema de produção, melhorando a produtividade e que resultam em produtividades, cada vez, melhores. Essa segunda safra, representa o pão na mesa de muitas famílias. É uma renda importante para a manutenção da atividade agrícola.” Conforme o cooperado, a safra foi desenvolvida em parceria com a assistência e orientação da Coamo e Credicoamo. “As duas cooperativas proporcionam novos investimentos, para que possamos alcançar sempre a melhor produtividade.”

Mateus com o pai Alceu e o irmão Marcos receberam assistência técnica do engenheiro agrônomo Jefferson Volpatto Jede durante todo o ciclo da lavoura

O engenheiro agrônomo Jefferson Wellington Volpatto Jede, da Coamo em Nova Santa Rosa, recorda que o ano começou com falta de chuva, reflexo do clima que causou frustração na safra de verão. Já no final de janeiro voltou a chover e os cooperados iniciaram o plantio do milho. Durante o desenvolvimento das lavouras, houve chuva regular propiciando boas produtividades. Segundo ele, na região de Nova Santa Rosa as produtividades oscilam de 180 a 380 sacas por alqueire. “Tivemos áreas mais afetadas pela cigarrinha, o que diferenciou as produtividades. Mesmo com um bom manejo, algumas regiões sofreram mais, fazendo com que a produtividade ficasse abaixo do esperado”, assinala.

Valdecir Inácio Vanzzo, de Toledo, colheu uma média de 358 sacas por alqueire de milho. Na imagem, com o engenheiro agrônomo Cleberson Kochemborger

Valdecir Inácio VanzZo, de Toledo, colheu uma média de 358 sacas por alqueire de milho segunda safra, com oscilações de 334 a 381 sacas por alqueire. Ele conta que o bom resultado é devido a vários fatores como, por exemplo, um bom planejamento, escolha de híbrido mais tolerante a cigarrinha e manejo adequado das lavouras. 

“O clima contribuiu para seguir o nosso cronograma”, frisa.

Segundo ele, com a lavoura colhida o momento é de preparar a safra de verão e, também, a segunda safra de milho em 2023. “Devemos manejar as plantas de milho tiguera pensando no controle da cigarrinha. O controle dessas plantas será importante para diminuir a população da praga e evitar ataques mais severos, como ocorreu neste ano”, comenta Vanzzo.

O engenheiro agrônomo Cleberson Kochemborger, da Coamo em Toledo, observa que as áreas com plantio mais tardio sofreram mais com os ataques da cigarrinha. “Notamos que é uma questão de época de plantio, escolha de híbrido e manejo. Quanto mais tarde o plantio, maior a pressão de cigarrinha e a dificuldade de manejo. A praga causou perdas em algumas áreas, deixando os cooperados apreensivos. Por isso, a importância de um bom planejamento já pensando na safra 2023, onde muitos cooperados já estão definindo os híbridos e insumos e levando em consideração esses detalhes”, comenta.

Tihago Dalbosco, de Laguna Carapã (MS), plantou um total de 900 hectares de milho nesta segunda safra e a produção ficou acima do esperado

Tihago Dalbosco acompanha colheita com o engenheiro agrônomo Rafael Ribeiro de Melo

Tihago Dalbosco, de Laguna Carapã (MS), plantou um total de 900 hectares de milho nesta segunda safra e a produção ficou acima do esperado. “O início da cultura sofreu um pouco com a falta de chuva, que retornou durante o desenvolvimento e as lavouras se recuperaram bem”, comenta. Segundo ele, a seca antes do plantio quase fez com que mudassem o planejamento e não plantassem toda a área com milho. Porém, acabaram apostando na mudança de clima. “Chegamos a cogitar de não plantar a área toda porque já tínhamos sofrido com perdas na safra de milho em 2021 e na soja 2021/22. Não podíamos errar, e acabou dando tudo certo no campo.”

O cooperado revela que houve uma manutenção dos investimentos que já vinham sendo realizados, com insumos de alta qualidade. “Apostamos em utilizar uma boa tecnologia. A programação foi seguida e valeu a pena. Plantamos para colher em torno de 100 sacas por hectare e superou as expectativas, com algumas áreas chegando a 112 sacas por hectare.”

Os cooperados do Mato Grosso do Sul também sofreram com ataques da cigarrinha, principalmente nas áreas com híbridos mais suscetíveis. Dalbosco destaca que há dois anos teve problema com a praga e desde então vem optando por híbridos mais resistentes. “O produtor precisa estar preparado para tudo isso. É necessário que haja um bom monitoramento desde o início da cultura e que se façam as aplicações necessárias para o bom desenvolvimento das lavouras. Não adianta ter o melhor insumo e não fazer os tratos culturais necessários.”

Conforme o engenheiro agrônomo Rafael Ribeiro de Melo, da Coamo em Laguna Carapã, mesmo com a falta de chuva que afetou as primeiras áreas plantadas no município, a produtividade superou as expectativas. “A previsão era colher em torno de 100 sacas por hectare e tivemos áreas ultrapassando 130 sacas. O resultado é graças aos investimentos realizados pelos cooperados e manejos para o bom controle das cigarrinhas.”

Irmãos Marcio e Fabrizio Breda, de Caarapó (MS), destacam parceria com a Coamo para boas produtividades. Na imagem abaixo com o agrônomo, Odair Johanns

Marcio e Fabrizio Breda, irmãos cooperados em Caarapó (MS), começaram a colher com uma produtividade de 110 sacas por hectare e com o andamento do trabalho foi subindo para 120 até 140 sacas em algumas áreas. “Foi além do esperado. Fazemos um planejamento especial para a segunda safra, com bom investimento em adubação e híbridos adequados para a região. Plantamos dentro do período mais indicado, finalizando no dia dois de março, e durante o ciclo teve um bom volume de chuva, dentro da normalidade”, comenta Marcio.

A área destinada para a agricultura é de 420 hectares, sendo 370 ocupados com milho e 50 com cobertura para preparar o solo para a safra de soja. Cooperados desde 2014, os irmãos Breda têm a Coamo como principal parceria na condução das atividades. 

O engenheiro agrônomo, Odair Johanns, da Coamo em Caarapó, observa que os bons resultados se refletem na maioria das lavouras entre os cooperados. Ele explica que foi possível antecipar o plantio em comparação aos anos anteriores e com bom investimento, resultando em uma boa rentabilidade no campo. “Estamos com médias acima de 100 sacas por hectare. A colheita vai prosseguir por alguns dias e acredito que a média irá superar 110 sacas, com áreas colhendo até 140 sacas, uma realidade muito boa para a região”, comenta.

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