Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 526 | Julho de 2022 | Campo Mourão - Paraná

FUTUROCOOP

O FUTURO começa agora

Gustavo com o pai Sidnei Fuchs. Amor pelo campo e sucessão são tradição na família

Não existe idade para cooperar. Idosos, adultos, jovens, adolescentes e crianças são protagonistas deste sistema que há décadas transforma regiões, comunidades e pessoas. A cooperação consegue reunir todas as gerações deixando ainda os bons exemplos para as outras que virão. Cooperando, todos puxam para o mesmo lado, crescem e se desenvolvem e o instrumento para que essa soma de forças se concretize é a cooperativa.

No modelo de trabalho da Coamo, por exemplo, que é fiel aos fundamentos da coopera - ção, todos são iguais e contam com respaldo técni - co e educacional. São 51 anos de fundação da coo - perativa e as constantes evoluções permitem que os indivíduos ligados à filosofia se transformem e se desenvolvam economicamente e socialmente. Esse impulso vem de diversas vertentes, mas uma delas, sem dúvidas, é a chave que abre todas as portas: a educação. Por meio do ensino todos os princípios cooperativistas são colocados em prática, pois como já dizia Albert Einstein, “a mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.”

Gustavo Fuchs, de Mamborê (PR)

Quem participa sabe bem disso. Educa - ção é um legado que o cooperado Sidnei Fuchs, de Mamborê (Centro-Oeste do Paraná), transmite para o filho Gustavo, de 15 anos. Sidnei participou do curso de formação de Jovens Líderes Cooperativistas - voltado para a formação de cooperados - e, agora, vê seu filho trilhando o mesmo caminho ao participar do FuturoCoop, um programa focado em adolescentes de 13 a 17 anos, realizado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Coo - perativismo (Sescoop/PR).

O objetivo deste programa é contribuir para o desenvolvimento dos jovens adolescentes envolvidos com a cooperativa, evidenciando a força do cooperativismo dentro do agronegócio, utilizando uma linguagem apropriada para as idades e prepa - rando os futuros sucessores das propriedades a tornarem-se defensores da cooperativa. O FuturoCoop iniciou neste ano com turmas em Campo Mourão, Mamborê (Centro-Oeste) e Toledo (Oeste do Paraná), totalizando 62 jovens. São as primeiras turmas de muitas que virão.

Aprendizado que Gustavo adquiriu no ber - ço e está se aprofundando ainda mais com o Futu - roCoop. No sítio Não Me Toque, de 16 alqueires, de propriedade da família, ele ajuda o pai na lida do campo e aos poucos vai se preparando para um dia continuar o que começou com seu avô, Erno. “Desde os oito anos acompanho meu pai, pois sempre me interessei e gostei de estar na roça. Desde crian - ça, percebo o quanto o cooperativismo é importante, principalmente para nós, pequenos agricultores. Trabalhamos em família, sem funcionários, e a coo - perativa é presente e nos dá todo o suporte que precisamos”, revela Gustavo.

Sobre o curso, Gustavo diz que é didático e com um conteúdo adequado a realidade que vivencia. “Desde o primeiro encontro obtive informações que estou aplicando ao meu dia a dia. É algo prático e real”, ressalta o jovem que pretende cursar agronomia.

Orgulhoso, o pai Sidnei, sabe o quanto o cooperativismo é valioso. “É gratificante ver meu fi - lho dando continuidade à atividade no campo e na cooperativa, que sempre foi um suporte para nós. Quem está na agricultura sabe bem que existem anos bons, mas existem anos difíceis. Enfrentamos muitas dificuldades e a Coamo sempre esteve ao nosso lado oferecendo todo o suporte necessário para que pudéssemos continuar no campo.”

A educação é algo que Sidnei não abre mão e ele incentiva os filhos a estudarem. O mais velho, Mateus, tem 23 anos, é engenheiro agrônomo e trabalha para uma empresa parceira da cooperativa. “Meu filho mais velho também está ligado ao cooperativismo. Para os dois ensinei desde cedo como funciona a agricultura. O cooperativismo é de onde vem o sustento da família.”

É de casa que se aprende a cooperar, segundo Sidnei. “Aqui dentro vivemos uma cooperativa. Todos são importantes e têm seu papel. Eu e minha esposa, Simone, temos esse espírito cooperativista e procuramos passar aos nossos filhos.”

Assim como Gustavo está vivendo o FuturoCoop, Sidnei, sentiu na pele a mudança após participar dos Jovens Líderes, curso também em parceria com o Sescoop/PR, e realizado pela Coamo desde 1998. Mais de mil cooperados já passaram pela formação dando continuidade ao processo de sucessão no campo e na administração da Coamo e Credicoamo. “Foi um divisor de águas em minha vida. Acredito muito que a educação e a cooperação transformam as pessoas. Vendo o Gustavo, tão novo com a cooperação enraizada dentro de si, me deixa tranquilo, pois sei que todo o trabalho da nossa família terá continuidade e que ele terá o mesmo respaldo que eu tenho, sendo cooperado à Coamo.”

Irmãos Ludmila e Luiz, de Toledo (PR)

Irmãos Luiz e Ludmila com os pais Protásio e Cláudia Ludwig

Luiz e Ludmila Ludwig, irmãos gêmeos em Toledo (Oeste do Paraná), acompanham o dia a dia da família no campo desde crianças. Eles cresceram no meio dos animais e das plantações. “Sempre fomos para a roça com nossos pais e conforme fomos crescendo, assumimos algumas tarefas”, revela Ludmila. O cooperativismo está em todos os cantos da propriedade da família Ludwig. Ludmila é responsável pelas verduras e flores, além de ajudar nas rotinas da casa. Apesar de ter a vontade de cursar nutrição, ela pretende aliar a profissão à agricultura.

Luiz também não se vê longe do campo. Ele quer seguir os passos dos avôs, pais e tios. “Por meio do FuturoCoop percebo que os sonhos podem se tornar realidade. É no campo que eu quero ficar e trabalhar com minha família. Eu gosto de ver as lavouras crescendo e se desenvolvendo, produzindo. Eu acompanho meu pai em todas as atividades e sei que minha família se desenvolveu graças ao cooperativismo.”

Desde o primeiro encontro no FuturoCoop, os dois perceberam que seria uma oportunidade de muito aprendizado. “O autoconhecimento foi um dos aspectos que mais me marcou. É um curso totalmente aplicável, que aprendemos sobre o controle das emoções, e até mesmo, sobre organização e planejamento semanal, que nos permitem fazer mais coisas no dia a dia”, explica Ludmila.

Os gêmeos de 16 anos, têm orgulho de ser netos e filhos de agricultores. “É meu sonho cuidar da terra, poder dirigir o trator e os maquinários. Planejo finalizar meus estudos e dar continuidade em tudo que minha família construiu", diz Luiz. Eles entendem bem de cooperativismo e sabem a vantagem que somente a união é capaz de trazer. “O FuturoCoop está sendo uma oportunidade incrível em nossas vidas. Valorizamos a cooperativa, pois todos crescem juntos, ninguém fica para trás”, enfatiza.

A mãe dos gêmeos, Claudia, sabe que assim como a semente plantada precisa ser regada e cuidada para crescer com vida, os filhos desde cedo precisam ser regados pela educação para dar bons frutos. Ela elogia a iniciativa da cooperativa em realizar o curso. “Nessa faixa etária eles precisam de direcionamento e esse curso tem despertado muito mais esse lado cooperativista dos meus filhos. É um grande incentivo. Queremos que eles entendam que crescemos com o suporte de uma cooperativa.”

Para Claudia, em uma família que pratica o cooperativismo e trabalha na agricultura, o sonho é que o trabalho continue. “Ter os filhos trabalhando na agricultura é uma realização para nós. Eu e meu marido, um dia demos sequência ao que iniciou com nossos bisavôs e sonhamos com a sucessão, que eles continuem esse sonho que vem há gerações.”

O FuturoCoop é um reforço para a preparação que iniciou dentro de casa, ou melhor, dentro da propriedade rural. “Isso leva mais força para os adolescentes, para as famílias e podemos ficar tranquilos que eles terão mais força e respaldo para ter um futuro melhor. Eu já percebo uma evolução em meus filhos, o caminho deles se fortaleceu ainda mais. É um orgulho para nós”, comemora a mãe.

Miguel com o pai Armando Sambati

A família Sambati está há três gerações na agricultura. Armando Sambati Filho, cooperado em Campo Mourão, conta que ele e os irmãos aprenderam desde muito cedo o trabalho no campo. Ele está passando o bastão para o filho mais velho, e comemora a participação do caçula, Miguel Almeida Sambati, no programa FuturoCoop. “Eu vejo que esse curso trouxe um despertar para essa geração. Muitas vezes, nós agricultores moramos na cidade e saímos cedo para a roça. Esse é meu caso, e como o Miguel tem que estudar, acaba não acompanhando o trabalho. Mesmo gostando de estar envolvido, ele não consegue vir. Com o curso, meu filho se mostrou ainda mais interessado. Quer conhecer mais sobre a nossa realidade e o nosso dia a dia.”

Miguel tem apenas 14 anos e como grande parte da família está no ramo agrícola, o adolescente já pensa em continuar na atividade quando estiver mais velho. Sua rotina é acordar cedo, ir para a escola e a tarde tenta sempre ir com o pai para a propriedade. O amor pela agricultura veio de observar o pai, os tios, e o irmão mais velho, envolvidos com o trabalho. Segundo ele, foi pegando gosto pela atividade e tenta entender, cada vez mais sobre o trabalho para assumir a responsabilidade no futuro. O caçula da família aponta o pai e o irmão como exemplos e de onde veio o que sabe até hoje em relação a agricultura.

Sobre o FuturoCoop, Miguel afirma que já aprendeu muita coisa, informações úteis que poderão ser aplicadas na rotina da propriedade e até no seu próprio comportamento. “Aprendemos sobre o cooperativismo, que representa a união de pessoas, com o mesmo objetivo, que se juntam para alcançar algo em comum. Todos vão se ajudando e se desenvolvendo.”

Armando apoia que os adolescentes participem de programas como este. “Posso dizer que o FuturoCoop foi um presente para nós. Sempre queremos ver o filho acompanhando o pai. Às vezes, pela correria do dia a dia, não conseguimos trazê-los conosco. É uma idade que eles começam a despertar. Enquanto não estão aqui, e nem na escola, tem esse programa para repassar o conhecimento que eles precisam sobre o campo, a sucessão e o cooperativismo.”

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