RC: Como observa o impacto para o agro dos estoques elevados e queda dos preços das commodities?
Fabiana: Nos últimos anos, alguns fatores externos, como o início da pandemia da Covid-19, o conflito entre Rússia e Ucrânia e diversos eventos climáticos ao redor do mundo, ocasionaram uma valorização das principais commodities agrícolas. As margens recordes obtidas pelo produtor rural no Brasil geraram um estímulo financeiro, que por sua vez, resultaram em um aumento significativo da área plantada e na adoção de novas tecnologias que aumentam a produtividade, mas que também podem reduzir custos e impacto ambiental. Com a acomodação desses fatores, associado ao enfraquecimento da economia global, que está em processo de resfriamento pelo efeito defasado das elevadas taxas de juros, é natural que o apetite generalizado por commodities diminua. Por outro lado, há commodities e commodities e o impacto não será uniforme. A safra do próximo ano ainda deverá ser bastante promissora, o que já é um efeito do desempenho extraordinário do que observamos nos últimos anos.
RC: De uma forma geral, como é o comportamento do brasileiro com relação aos impactos da economia? O que fazer para ter uma economia sustentável?
Fabiana: Observamos que o comportamento do brasileiro em relação aos impactos econômicos é dinâmico e influenciado por diversos fatores como: cenário macroeconômico, políticas governamentais, mercado de trabalho, flutuações nos preços de commodities, globalização e crises internacionais, educação financeira e cultura, entre outras. Após vários ciclos inflacionários e de crises, as pessoas têm melhorado a disciplina financeira. Além disso, a população brasileira, em geral, demonstra resiliência diante de desafios econômicos, adaptando-se a cenários de incerteza. A gestão econômica que visa reduzir os impactos da inflação também tem se demonstrado adequada, porém ainda enfrentando as incertezas externas. O brasileiro ou a brasileira é alguém de fé e é sempre otimista. Isto é ótimo porque assim ele ou ela mantém este nosso espírito empreendedor, apesar dos desafios da economia brasileira e mesmo os da global. Ainda assim, o mais importante é que a gente sempre procure a melhor informação disponível e faça o dever de casa de se proteger dos potenciais riscos econômicos.
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