Erineu Biller, fi lho de seu Egon, destaca a importância que a oleagionosa teve para a formação da família. "A soja foi evoluindo, e a família buscou acompanhar essa evolução com tecnologia." Ele também ressalta o papel da Coamo, que, com novas práticas e tecnologias, ajudou a aprimorar o sistema de produção da família.
Atualmente, é a principal cultura da propriedade, e Irineu reconhece a importância econômica dessa cultura para o crescimento familiar. "A vida era mais difícil quando meus pais chegaram, mas, ao longo do tempo, fui aprendendo com meu avô e, depois, com meu pai. Fomos plantando, colhendo e melhorando."
Jefferson Wellington Volpatto Jede, engenheiro agrônomo da Coamo em Nova Santa Rosa, destaca o pioneirismo dos agricultores e o papel que a soja desempenha no contexto da cooperativa e dos produtores da região Oeste do Paraná. "É um produto de grande importância para os cooperados da Coamo. Praticamente 100% da área no verão é destinada ao cultivo da cultura”, comenta o agrônomo.
A área de atuação de Nova Santa Rosa abrange cerca de 35 mil hectares, e, segundo Jede, a Coamo tem um papel fundamental no fortalecimento do desenvolvimento da cultura. "A cooperativa apoia com tecnologias que melhoram o desempenho da produção, fornecendo cultivares de qualidade, tratamento de sementes e produtos biológicos que aumentam a produtividade. A busca por fungicidas e inseticidas mais efi cientes também contribui para o sucesso das colheitas”, diz o agrônomo.
Martin Kaiser e José Petruise Ferreira Junior, engenheiro agrônomo da Coamo em Campo Mourão
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MARTIN KAISER, agricultor em Campo Mourão e fundador da Coamo, recorda que sua família foi pioneira no plantio de soja na região de Campo Mourão, na década de 1960. Ele conta que, na época, não havia sementes de soja disponíveis na região. "Fomos informados que a Café do Paraná, em Campinas (SP), tinha sementes de soja. Fomos até São Paulo e trouxemos de lá 10 ou 12 sacas de sementes”, recorda.
No entanto, o conhecimento sobre o plantio correto ainda era limitado, e as primeiras áreas foram semeadas em janeiro. "As plantas cresceram muito pouco, e, quando fomos colher, a máquina só cortou a parte de cima das plantas. Tivemos que fazer a colheita manualmente, e depois colocamos a soja em uma máquina para retirar os grãos." A colheita foi armazenada na propriedade e comercializada em Londrina.
Com o tempo, o processo foi aprimorado. "Já no terceiro ano de plantio, tínhamos uma produção considerada boa para a época. Entregamos para uma fábrica de óleo em Maringá," recorda o cooperado.
Segundo ele, a produção variava entre 30 e 40 sacas por alqueire, mas colher manualmente era uma tarefa árdua. Após o pioneirismo da família Kaiser, outros produtores vizinhos começaram a plantar soja, disseminando a cultura pela região. "Alguns começaram com um alqueire, outros com dois ou três, e, quando a Coamo começou a receber a soja, o plantio aumentou consideravelmente. Chegavam a formar longas fi las de caminhões para entregar o grão."
Antes da soja, as principais culturas da família Kaiser eram o trigo e o arroz. A soja surgiu como uma opção adicional, e, com o tempo, tornou-se a principal cultura. Martin Kaiser recorda que, antes da fundação da Coamo, seu pai produzia sementes na propriedade. "Ele foi o segundo produtor no Paraná a obter o registro para a produção de sementes, e só parou quando a Coamo foi fundada, passando a produzir sementes para a cooperativa."
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