Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 551 | Outubro de 2024 | Campo Mourão - Paraná

SUCESSÃO

DO LAR AO CAMPO

Eliane Aparecida da Cruz Ceolim, de Luiziana (PR), enfrentou a perda do marido há pouco mais de três anos e, de um dia para o outro, precisou assumir o comando da propriedade da família

  A participação das mulheres no agronegócio tem ganhado espaço nos últimos anos. No entanto, quando essa transição ocorre de forma inesperada, pode ser um desafi o ainda maior para quem precisa lidar com a responsabilidade de administrar uma propriedade sem preparação prévia. Foi o que aconteceu com Eliane Aparecida da Cruz Ceolim, cooperada da Coamo em Luiziana (Centro-Oeste do Paraná), que enfrentou a perda do marido há pouco mais de três anos e, de um dia para o outro, precisou assumir o comando da propriedade da família.

  Até o falecimento do esposo, Eliane tinha uma vida dedicada ao lar, sem envolvimento direto nas atividades agrícolas. A responsabilidade da gestão da propriedade era exclusiva de seu marido, que cuidava tanto da parte operacional quanto administrativa. A morte repentina, deixou a família sem qualquer experiência no campo. "Eu e minha fi lha [Waila Beatriz Ceolin] não sabíamos nada. Era só cuidar da casa mesmo. Não foi fácil em momento algum, mas eu tive muito apoio da Coamo, que me incentivou a assumir a responsabilidade", relata Eliane.

  

  Sem saber por onde começar, Eliane buscou o apoio técnico da Coamo, aproveitando os laços que o marido já tinha com a cooperativa. Ela admite que o desafi o foi grande. Mesmo assim, em nenhum momento pensou em arrendar as terras. "Eu não sabia quando plantava, nem quando colhia, nem o que plantava. Eu tomei a rédea por conta e fui atrás de aprender, de continuar o que meu marido tinha deixado."

  O suporte da Coamo foi essencial para esse processo de adaptação. Desde o início, Eliane contou com o respaldo de engenheiros agrônomos e outros profi ssionais da cooperativa, que a orientaram em cada etapa da produção. "Toda vez que eu procurei a cooperativa, quando precisei de qualquer tipo de respaldo, eu encontrei na Coamo."

  Com o passar do tempo, Eliane foi se familiarizando com as operações agrícolas e agora se sente mais confi ante em sua gestão. "A Eliane de hoje é diferente. Não vou dizer que aprendi tudo, porque nunca sabemos tudo. Cada dia aprendo mais. Já sei, pelo menos, o que perguntar, o que falar e onde encontrar."

Eliane com a filha Waila: parceria familiar e nas atividades agrícolas

A vida no campo, apesar das difi culdades, especialmente devido às variações climáticas, se tornou prazerosa para Eliane, que agora enxerga seu trabalho de forma gratifi cante. "Gosto do que faço. É muito prazeroso. Tem sempre os percalços no campo, principalmente, devido ao clima. Mas, é satisfatório. Não tenho vontade de parar tão cedo."

  Essa transformação também se refl ete em sua participação nos cursos e reuniões organizados pela Coamo. "Participo de todos os eventos que sou convidada e posso ir. Eu nunca tinha ido à Coamo antes, só passei a frequentar depois do falecimento do meu marido."

  Eliane confessa que até então não imaginava a dimensão do trabalho realizado pela cooperativa e o quanto é oferecido aos cooperados em termos de suporte e incentivo. 

  

  "Eu não fazia a mínima ideia de como funcionava. Agora, vejo a Coamo de maneira diferente. Comecei do zero no mundo agrícola e agora tenho outra visão para a atividade."

  Pensando no futuro, Eliane já planeja novos investimentos para aprimorar ainda mais a produção, com foco na adoção de tecnologias que possam melhorar a produtividade e na correção do solo para torná-lo mais fértil. "Se não colocar o que a terra precisa, não tiramos dela o que queremos", afi rma.

  Além da agricultura, a propriedade da família também inclui a criação de gado, com atividades de cria, recria e engorda. "Gosto de trabalhar com as duas atividades. A pecuária, assim como a agricultura, requer manejo adequado. Se você não souber o que está fazendo, não dá certo."

Waila e Eliane com a engenheira agrônoma, Nayara Maria de Lima, da Coamo em Luiziana

Para Eliane, o apoio da fi lha tem sido fundamental neste momento de transição. "Minha fi lha me ajuda muito, é minha parceira. Eu faço tudo o que faço por ela."

  A filha de Eliane, Waila Beatriz Ceolin, também passou por uma transformação. Na época da morte do pai, Waila já cursava agronomia, mas ainda não estava segura de que essa era sua vocação. "Eu tinha acabado de entrar na agronomia. Estava estudando matérias básicas, bem gerais. Não tinha ideia do que poderia aprender na faculdade. Mas, ao começar a atuar mais ao lado da minha mãe, passei a gostar."

  Com o avanço dos estudos e a vivência prática no campo, Waila percebeu as inúmeras possibilidades que a agronomia oferece. "Agora, nos últimos períodos da faculdade, vejo que há muitas áreas interessantes. A agronomia tem recursos diferentes que posso aplicar aqui na propriedade. Percebo que há muitas coisas que podemos fazer para melhorar."

  Waila reforça o vínculo forte que tem com a mãe. "Ela é a minha melhor amiga, não só minha mãe. Temos uma relação muito próxima. Sempre me ajuda e eu ajudo ela. Acredito que podemos fazer grandes coisas juntas."

  A engenheira agrônoma, Nayara Maria de Lima, da Coamo em Luiziana, acompanha de perto o progresso de Eliane e destaca a abertura da cooperada para novas tecnologias. "Ela já utilizava algumas tecnologias antes, mas é muito receptiva a novas soluções. Essa parceria com a Coamo tem trazido bons resultados."

  Nayara também ressalta a importância da capacitação, tanto de Eliane quanto de sua fi lha. "A Coamo oferece palestras técnicas e encontros voltados para o núcleo feminino. Essa capacitação é essencial. As duas participam ativamente, e os funcionários da propriedade também. Isso faz uma grande diferença."

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