A Coamo recebeu, no mês de outubro, a visita de uma delegação vinda da Argentina, composta por membros da AFA (Agricultores Federados Argentinos). Pela manhã, cerca de 40 pessoas conheceram o parque industrial da cooperativa, em Campo Mourão. Os presentes fizeram um tour pela indústria de rações, e acompanharam de perto os processos da indústria de margarina. À tarde, visitaram uma propriedade de um cooperado da Coamo e a Fazenda Experimental.
O objetivo da visita, segundo o presidente da AFA, Darío Renato Marinozzi, foi trocar experiências cooperativistas, reconhecendo as diferenças entre os dois países, seus produtores, clima e solo. Ele apontou muitas semelhanças entre as duas instituições. "Tanto a Coamo como a AFA são cooperativas de grande dimensão e líderes do setor", destacou Marinozzi, agradecendo a calorosa recepção e convidando os representantes da Coamo a visitarem a organização na Argentina.
Durante a visita à Coamo, Marinozzi destacou os desafi os enfrentados pela agricultura na Argentina. Segundo o dirigente, o cenário atual é marcado por dificuldades climáticas, com a expectativa de um ano com poucas chuvas, e problemas econômicos, como os baixos preços das commodities no mercado internacional. Ele ressaltou a forte pressão tributária que afeta o setor, especialmente com as retenções de 33% na soja e 12% no trigo e no milho, o que, segundo ele, torna o produtor argentino pouco competitivo e lucrativo.
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Marinozzi comparou a situação com o cenário brasileiro, observando uma política mais favorável ao setor produtivo no Brasil. Ele destacou a mentalidade exportadora e o incentivo à geração de valor agregado como pontos de diferença. "Apesar das diferentes ideologias políticas, vemos um objetivo claro a longo prazo como país", afirmou, sugerindo que a Argentina precisa aproveitar melhor os recursos naturais e focar na geração de projetos produtivos que possam beneficiar tanto o país quanto o setor agroexportador.
Rogério Trannin de Melo, diretor Comercial da Coamo, frisou a importância desse intercâmbio de conhecimento com os membros da AFA, que é uma grande cooperativa, assim como a Coamo. “A intercooperação é um dos sete princípios do cooperativismo. Os próprios agricultores, quando se reúnem para formar uma cooperativa, eles cooperam uns com os outros. E entre as cooperativas se passa o mesmo. Essa troca de informações é muito importante para aprendermos uns com os outros. Eles estão lá desde 1932, na Argentina. Assim como a Coamo, a AFA é uma cooperativa singular e o modelo também é muito parecido com o nosso. Então essa troca faz com que a gente repense o que estamos fazendo.”
Rogério aponta que os desafi os dos argentinos são grandes por conta da instabilidade da economia do país, mas contam com as vantagens de terras muito férteis e a proximidade dos portos. “Eles estão interessados na industrialização, porque é onde se agrega valor aos produtos soja, milho e trigo, que são os que eles recebem, assim como nós”, conclui o diretor.
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