Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 449 | Julho de 2015 | Campo Mourão - Paraná

Entrevista

COOPERATIVISMO GERA RIQUEZAS E QUALIDADE DE VIDA

A Associação das Cooperativas de Santa Catarina - ASCOOP -, fundada em 1º de agosto de 1964, foi o primeiro órgão representativo do cooperativismo catarinense. Em 28 de agosto de 1972, surgiu a Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) com o objetivo de prestar os serviços necessários ao perfeito desempenho e desenvolvimento das cooperativas de todos os segmentos.  O  presidente da Ocesc e o entrevistado desta edição da Revista Coamo é Marcos Antônio Zordan. Com 37 anos de experiência no cooperativismo, é diretor de agropecuária da Coopercentral Aurora (Chapecó). Zordan é gaúcho de Lagoa Vermelha, e está há 35 anos em Santa Catarina. Presidiu a Federação das Cooperativas Agropecuárias de SC (Fecoagro) e participou da administração da Cooper Leite, da Creditaipu, da Agromilk, Cooperativa Regional Itaipu, da Ocesc e comandou por duas gestões a Creditaipu, entre outras entidades cooperativistas.

Marcos Antônio Zordan



RC: Como foi o ano de 2014 para o cooperativismo catarinense? Zordan: Em 2014, nossas cooperativas geraram riquezas e serviços, e obtiveram receitas totais que atingiram R$ 23,3 bilhões, contribuindo para elevar a qualidade de vida de amplos estamentos da sociedade catarinense. Elas disputam o mercado em todas as áreas da ação profissional ou econômica, enfrentando os mesmos desafios das empresas mercantis. Não recebem, objetivamente, nenhum benefício do Poder Público. Prova disso é que, no ano passado, somente as cooperativas que operam em território barriga-verde recolheram 1 bilhão e 449 milhões de reais em tributos fede

RC: Quais os principais programas e investimentos em formação profissional em SC?: Zordan: O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/SC) vinculado à Ocesc,  investiu, em 2014, R$ 17,3 milhões de reais para ações de formação profissional, promoção social e outras atividades, num total de 1.461 eventos, que atenderam 108.203 pessoas – entre associados, empregados e dirigentes de cooperativas. Com atuação direta na formação e capacitação profissional, promoção social, monitoramento e desenvolvimento de cooperativas, ações centralizadas e delegadas, auxílio educação, programas Cooperjovem, Jovens Lideranças Cooperativistas (Jovem Coop), Mulheres cooperativistas, Jovem aprendiz, de Desenvolvimento da Gestão de Cooperativas (PDGC),  entre outros.Revista Coamo: Presidente, como está estruturado o cooperativismo catarinense? Marcos Antonio Zordan: A força do cooperativismo catarinense está no trabalho e na participação das 253 cooperativas com 1.755.858 famílias associadas e 52.157 empregados. Juntas, as cooperativas faturam mais de R$ 23,3 bilhões por ano e representam 11% do PIB catarinense, com crescimento em 2014 da ordem de 15,91%. Consideradas as células familiares, podemos afirmar que mais da metade da população catarinense está vinculada ao cooperativismo. Atualmente são 12 os nossos segmentos cooperativistas - Agropecuário, saúde, crédito, consumo, infraestrutura e transporte, as quais registraram o movimento econômico mais expressivo. 

RC: Quais foram as principais conquistas no exercício de 2014? Zordan: Acreditamos que a conquista maior foi a aplicação prática dos princípios em especial o quinto, que trata da educação, formação e informação e o sétimo, que é o interesse pela comunidade. Não menos importante foi o número de associados, dirigentes e colaboradores de cooperativas que se propuseram a se preparar por meio de treinamentos patrocinados pelo Sescoop.  Por isso, que acreditamos no cooperativismo catarinense, porque a busca do melhor é constante, dando exemplo de persistência, seriedade e resultado. Essas são as maiores conquistas. Outra conquista que não podemos deixar passar em branco foi o fato de que a primeira empresa a exportar seus produtos (carne) para os Estados Unidos é uma Cooperativa, a Coopercentral Aurora Alimentos, de Chapecó. 

RC: Como o Senhor analisa o cenário de 2015? Zordan: O ano de 2015 será mais uma vez um ano-teste para todos nós brasileiros, independente de ser cooperativa ou não. O que temos que fazer sempre é estar preparados para o pior. Quanto a ser pessimista ou otimista, depende do ramo que atuamos. Para alguns ramos, como das carnes, não deverá ser tão ruim. Mas, certamente, o cooperativismo cresce na dificuldade, e se o espírito da cooperação estiver presente, as dificuldades serão amenizadas. As cooperativas em geral, estão preparadas e seus dirigentes tam
bém, sempre reservando a condição de que a autogestão, a participação efetiva do sócio e uma boa governança são prerrogativas básicas para que isso aconteça.

RC: Quais os desafios do cooperativismo em 2015? Zordan: Teremos mais dificuldades no crédito, concorrência mais acirrada pela provável sobra de produção causada pelo baixo consumo. Teremos que ser mais ágeis, avaliarmos cada passo a ser dado. Isso tudo porque o Governo deverá ajustar suas contas apertando todos nós para pagar esse déficit. 

RC: Será possível continuar crescendo entre 15% e 20% ao ano? Zordan: Claro que o crescimento depende da conjuntura econômica do País.  O cooperativismo sempre tem crescido acima de todos os índices oficiais. Portanto, acreditamos num crescimento sim, que deverá ficar entre 10 a 12% ao ano na área do cooperativismo. Isso tudo porque a pressão nos preços deverá ser forte e os custos deverão subir acima do normal. 

RC: Qual é a mensagem que o senhor deixa aos cooperados da Coamo? Zordan: Não foi por acaso que a Coamo tornou-se uma das maiores cooperativas agroindustriais da América Latina. A participação, o comprometimento e trabalho dos cooperados foram, sem dúvida, fatores fundamentais para a construção de uma trajetória de sucesso.  A Coamo demonstra na prática que, independente do seu tamanho, nunca esqueceu do seu associado, possibilitando a ele uma capacidade constante de mais de crescimento.

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