Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 449 | Julho de 2015 | Campo Mourão - Paraná

Especial

DESAFIOS DA SAFRA

UMA SAFRA NÃO É IGUAL A OUTRA. ESSA É UMA FRASE COMUM DE SE OUVIR NO CAMPO QUANDO O ASSUNTO É AGRICULTURA. É TAMBÉM UMA EXPRESSÃO QUE RETRATA A LOGÍSTICA EMPENHADA PELA COAMO PARA SUPERAR OS DESAFIOS

Airton Galinari, superintendente Operacional: A Coamo conta com estrutura eficiente, preparada e com alto nível de automatização

O trabalho envolve várias áreas da cooperativa desde as gerências de Atendimento ao Cooperado e Assistência Técnica, realizando as estimativas de produção de cada cooperado e região, à Comercialização, trabalhando para vender e desafogar as unidades de armazenamento, gerência de Produtos, que cuida para que a armazenagem seja de qualidade, bem como a gerência de Transportes, que cuida do escoamento da produção, seja internamente, de uma unidade para outra, ou dos armazéns da cooperativa para as indústrias e o terminal de exportação.

O planejamento de cada safra inicia praticamente junto com o plantio. É neste momento que o cenário começa a se desenhar e as estratégias a se definirem. Com base nas informações colhidas a campo, são feitas as previsões nas unidades e discutidas ações para atender as demandas da safra. Isso, levando em consideração o estoque de passagem, ou seja, a quantidade de produtos armazenados da safra anterior.

Conforme o superintendente Operacional da Coamo, Airton Galinari, a safra dura poucos dias. Porém, há um trabalho intenso, uma grande estrutura que alavanca essa atividade. “Acomodar toda a produção e sem prejudicar o trabalho dos cooperados é o grande desafio que sempre vencemos, safra após safra”, frisa.

A armazenagem ocorre nas estruturas próprias da Coamo instaladas em 119 unidades no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. São locados armazéns de terceiros e, desde o ano passado, utilizados silos bolsas em várias unidades, principalmente no Mato Grosso do Sul. O setor de Comercialização é fundamental no período da safra porque define os produtos que sairão de forma definitiva da cooperativa para acomodar a produção que está chegando.

 O destino da soja, por exemplo, são as exportações e venda para terceiros. Há também, grande demanda das indústrias de óleo de Campo Mourão e de Paranaguá. “Esses quatro destinos é que determinam a necessidade de acomodação e qual será a alternativa implantada na armazenagem”, diz Galinari.

PLANEJAMENTO DE CADA SAFRA INICIA JUNTO COM O PLANTIO. É NESTE MOMENTO QUE O CENÁRIO COMEÇA A SE DESENHAR E AS ESTRATÉGIAS A SE DEFINIREM

Lúcio Flávio Barboza, gerente de Transporte e Veículos: A harmonia e sinergia entre as áreas é que faz com que a safra transcorra sem grande transtorno.

Edenilson Carlos de Oliveira, gerente de Produtos: Um bom planejamento e trabalho intenso é importante para acomodar e locomover a produção sem que os cooperados sejam prejudicados.

A Coamo embarca mais de mil caminhões diariamente durante a safra, seja transportando produtos entre as unidades, paras as indústrias ou ainda para os portos, principalmente em Paranaguá (PR). Do total de caminhões, 280 fazem parte da frota própria e 400 da dedicada, que são caminhões contratados de transportadoras para trabalhar durante o ano todo. Outra modalidade de transporte é o chamado frete spot, onde são contratados caminhões conforme a necessidade, considerando sempre as vendas, exportação e atendimento às indústrias. Segundo o gerente de Transporte e Veículos da Coamo, Lúcio Flávio Barboza, durante a safra, a frota fica focada em fazer as remoções, já que as unidades trabalham com a capacidade 100% completa. Ele acrescenta que com esforço e priorizando a abertura de espaço nos armazéns, toda a produção dos cooperados é recebida de forma rápida e segura. “A harmonia e sinergia entre as áreas é que faz com que a safra transcorra sem grande transtorno. Temos uma ou outra dificuldade, mas sempre com solução pronta graças as ações sinérgicas e interativa das diversas áreas envolvidas”, comenta Barbosa.

Oscar Bortoluzzi, cooperado em Goioerê: Percebemos que a Coamo tem essa preocupação e está sempre investindo para agilizar o recebimento.

Jorge Luís da Silva Correia, encarregado Operacional da Coamo em Goioerê: Cada safra é diferente uma da outra e trabalhamos sempre para melhorar o atendimento aos associados

ARMAZENAGEM

Se receber e transportar a safra é um desafio diário, armazenar não é diferente. De acordo com o gerente de Produtos da Coamo, Edenilson Carlos de Oliveira, a cooperativa conta com uma capacidade de armazenagem de 4,9 milhões de toneladas para produto a granel, sendo que em 2015 a previsão é de receber 7,2 milhões de toneladas. “Somado ao estoque de passagem de dois milhões de toneladas, há um déficit de 4,3 milhões de toneladas nas safras de verão e inverno”, frisa. Outro ponto destacado pelo gerente é a proximidade entre a safra de verão e a safrinha. “Em Nova Santa Rosa, por exemplo, a última carga de soja foi recebida no dia 17 de março e a primeira de milho safrinha ocorreu no dia 05 de maio. São menos de dois meses entre uma safra e outra. Isso necessita de um bom planejamento e trabalho intenso para acomodar e
locomover a produção sem que os cooperados sejam prejudicados”, observa Oliveira.

SEGURANÇA EM CASA

Quando chega na Unidade da Coamo, em Goioerê (Centro-Oeste do Paraná) o cooperado Oscar Bortoluzzi não demora mais do que 15 minutos para descarregar o caminhão com os grãos recolhidos na propriedade. O serviço é valorizado pelos associados que percebem as instalações, cada vez mais, modernas e eficientes. A segunda safra de milho chegou perto das 300 sacas por alqueire e comprova a evolução que os cooperados vêm tendo nos últimos anos. “É a maior safra que já colhi”, frisa. De acordo com ele, o período de colheita é corrido, com o trabalho começando cedo e terminando ao anoitecer. “Precisamos entregar rápido para não atrasar. Percebemos que a Coamo tem essa preocupação e está
sempre investindo para agilizar o recebimento. Isso é importante porque não podemos perder tempo na fila, já que a colheita é bastante dinâmica no campo”, comenta Botoluzzi.

TRABALHO ANO TODO

O encarregado Operacional da Coamo em Goioerê, Jorge Luís da Silva Correia, conhece as dificuldades encontradas no dia a dia e, também, as conquistas e investimentos realizados nos últimos anos que melhoraram, consideravelmente, as operações. Ele trabalha há 27 anos na cooperativa e sabe como ninguém como é o trabalho de receber, armazenar e retirar a produção dos cooperados. “Cada safra é diferente uma da outra e trabalhamos sempre para melhorar o atendimento aos associados”, pondera.  Correia reitera que no campo as máquinas estão mais rápidas e que a cooperativa tem buscado na mesma medida melhorar a estrutura para receber com mais facilidade e agilidade a produção. “Temos tecnologia de ponta nos entrepostos. Conseguimos, com isso, atender melhor o produtor. Se antigamente os cooperados demoravam de 30 a 40 minutos na fila, hoje a espera é de 15 minutos, e isso independe se ele vem de trator, caminhão ou bi-trem”, assinala. Ainda segundo Correia, a movimentação no setor Operacional ocorre o ano todo. 

“Estamos sempre trabalhando, seja recebendo ou embarcando produtos. Temos duas grandes safras no ano, mas as ações não se resumem a isso. Fazemos esse planejamento para que o cooperado seja bem atendido”, conclui.

A Coamo prevê receber nesta safra um total de 115,4 milhões de sacas de produtos, sendo 69,6 milhões de soja, 6,3 milhões de milho verão, 30 milhões de milho safrinha, 9 milhões de trigo e 500 mil sacas de outros produtos como café, aveia e triticale. 

PARA O BRASIL E O MUNDO

O Porto de Paranaguá (PR) é o principal corredor de exportação dos produtos dos cooperados da Coamo. Até o mês de julho deste ano, a cooperativa exportou mais de dois milhões de toneladas, entre soja, farelo, milho e trigo, embarcados em 114 navios. “Este volume representa 60% a mais do verificado no mesmo período do ano anterior, e ao industrializar seus produtos, a Coamo agrega valor à produção dos associados”, informa Divaldo Correa, superintendente Industrial.

COOPERATIVA MANTÉM CONSTANTE INVESTIMENTO

A logística é pauta recorrente para os investimentos da cooperativa. “São entre R$ 150 a R$ 200 milhões por ano nessa área, além das melhorias na área de transporte”, destaca Galinari.  De acordo com ele, as melhorias têm influenciado diretamente no fluxo de recebimento, e prova disso é o curto tempo que o cooperado fica na fila para entregar a produção. “Temos diversos depoimentos de unidades que chegam a receber 80 a 100 mil sacas por dia e o tempo de espera, quando muito demorado, chega a 30 minutos. Normalmente, o cooperado gasta 15 minutos entre chegar na unidade, classificar, descarregar e sair.”  Galinari acrescenta que a Coamo conta com uma estrutura eficiente, preparada e com alto nível de automatização. “Essas melhorias estão se expandindo para todas as unidades, que estão ficando em uma situação boa para enfrentar os desafios da falta de mão de obra e do alto custo operacional”, comenta. As unidades contam com caladores pneumáticos, balanças automatizadas, moegas equipadas com tombadores de grande potencial, podendo descarregar bi-trens, carretas e caminhões. Também há investimento para ampliar a capacidade de limpeza, pré-limpeza e de secagem, com equipamentos automatizados. O trabalho de melhoria visa sempre a adequação das unidades existentes preparando-as para as situações que vem do campo, uma vez que, hoje, tem colheitas, cada vez mais, cedo e mais rápidas, além da aproximação entre as safras de verão e de inverno. Antes uma colheitadeira colhia 700 sacas de soja por dia, hoje são quatro mil sacas. Os caminhões que levam a produção à cooperativa, também estão maiores e, por isso, o trabalho de recebimento precisa ser mais rápido. Esta liberação de recursos foi uma exigência e necessidade para os nossos cooperados.

QUESTÃO AMBIENTAL

Todo processo de investimento passa também por readequações da estrutura visando a questão ambiental. São efetuados estudos para reaproveitamento máximo dos resíduos de modo que não fiquem depositados a céu aberto. As unidades contam com filtros de mangas coletores, que são sistemas de capacitação de pó em moegas, filtros nos ciclones nas máquinas, secadores com sistemas de captação de pó e partículas. As unidades são bastante sustentáveis.

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