Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 449 | Julho de 2015 | Campo Mourão - Paraná

Pecuária

AZEVÉM DE CICLO LONGO GANHA ESPAÇO NO SUDOESTE DO PARANÁ

Produtores de leite têm utilizado a gramínea como opção de pastejo para o inverno. Família Litwin, de Mangueirinha, aprova a nova alimentação para os animais

Quem trabalha com a pecuária de leite sabe que não pode parar no tempo. É preciso se atualizar sempre e buscar alternativas para diminuir os custos e aumentar a produção. A atividade exige um bom manejo, seja com o bem estar dos animais, se preocupando com sanidade ou buscando alimentação mais completa e balanceada.

A família Litwin, de Mangueirinha (Sudoeste do Paraná), trabalha com a agricultura e viu na pecuária de leite uma boa chance de melhorar a renda. Nos últimos anos, a atividade vem recebendo tecnologia que tem aprimorado o trabalho e melhorado a produtividade. As novas práticas passam primeiro pela alimentação dos animais e uma das alternativas está sendo o cultivo de azevém de ciclo longo como pastagem de inverno.

Cooperado Leonir Litwin com o médico veterinário Márcio Adriano Delecrod, do Departamento Técnico da Coamo em Mangueirinha

Em uma área de 2,5 alqueires, divididos em 18 piquetes, os animais ficam um dia em cada piquete o que favorece o descanso fisiológico da planta, diminuindo a intensidade do pastejo e melhorando a capacidade de rebrote das plantas. Atualmente, a família tem 35 animais em lactação, com produção diária de 1.100 litros, alcançando uma média de 31 litros por animal/dia. O trabalho na propriedade é realizado pelo cooperado Leonir, a esposa Janete e o filho Tiago.

De acordo com ‘seo’ Leonir, há um incremento de três a cinco litros de leite por animal, quando comparado a pastagem de azevém de ciclo longo com aveia, que ele também cultiva em sua propriedade. “Estamos sempre atentos a novas tecnologias. Conhecemos essa nova variedade em um dia de campo realizado pela Coamo e resolvemos apostar. O resultado tem sido dentro do esperado”, comenta o cooperado que conta com um total de 114 animais.

Leonir ressalta que a renda do leite tem grande importância dentro da propriedade e que a atividade tem crescido, principalmente, devido ao apoio que tem recebido da Coamo e da Credicoamo. “Trabalhamos com o leite já há alguns anos e é com essa renda que temos mantido na propriedade enquanto que o ganho com a agricultura é destinado para investimento”, assinala.

Leonir com o filho Tiago e a esposa Janete Litwin; família tem investido e conseguido bons resultados com o leite

A propriedade fica na localidade 13 de Maio e conta com um total de 35 alqueires, sendo 25 destinado para a agricultura – soja, milho e trigo, e dez alqueires para a pecuária.

O médico veterinário Márcio Adriano Delecrod, do Departamento Técnico da Coamo em Mangueirinha, explica que a maior produção de leite está diretamente relacionada a característica bromatológica da variedade de azevém, conseguindo alcançar níveis superiores a 25% de proteína bruta e 62% de nutrientes digestíveis totais. “Permite uma melhor ingestão do material pelos animais, reflexo da qualidade da fibra desta cultivar expressada pela melhor relação folha/colmo”, explana.

Segundo o veterinário, a pecuária de leite está sempre relacionada a uma margem apertada entre o custo de produção e a comercialização e, por isso, precisa ter um manejo eficiente. “Quem está apto à nova tecnologia tem conseguido melhorar a produção e, consequentemente, diluir o custo, ou seja, ter mais rentabilidade dentro da propriedade”, frisa.

Delecrod confirma que o incremento na produtividade por animal pode chegar a 20% quando comparado a outro cultivar de inverno. Outro ponto destacado é o ciclo da planta que chega a 180 dias e tem de sete a oito cortes no pastoreio rotativo. “É interessante que os produtores de leite busquem por novas alternativas, seja de pastagem acomodação ou sanidade dos animais. São práticas fundamentais para que o produtor permaneça na atividade e tenha mais rentabilidade”, conclui.

Implantação do azevém de ciclo longo ocorre em regiões com temperaturas
mais amenas. No quadro abaixo algumas informações para condução da cultura:

Período de Plantio abril a julho
Quantidade de sementes/ha 15 – 30 kg/ha
Profundidade 0,5 a 1 cm
Espaçamento Semeadeira 17 – 20 cm
Ciclo 180 dias
Previsão de Pastejos 7 pastejos
Intervalo entre Pastejos 18 – 20 dias
Tipo de solo ideal Boa fertilidade
Adubação Plantio 200 – 300 kg/ha de NPK
Adubação de Manutenção (Nitrogênio) 100 - 150 kg/ ha (dividido em 2 vezes)
Altura de Corte (Entrada) 20 – 25 cm
Altura de Saída 10 - 12 cm
Plantas por metro linear 70 – 110 plantas por metro linear
Primeiro Pastejo 45 – 50 dias de implantação

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