Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 452 | Outubro de 2015 | Campo Mourão - Paraná

Pecuária

NOVEMBRO É MÊS DE VACINAR REBANHO CONTRA A AFTOSA

Pecuaristas paranaenses têm um importante compromisso no mês de novembro. Trata-se de mais uma etapa da campanha de vacinação contra a Febre Aftosa. Todos os bovinos e búfalos existentes na propriedade devem ser vacinados, inclusive os bezerros com poucos dias de vida. A vacinação e comprovação são obrigatórias até o dia 30 de novembro nas Unidades Locais de Sanidade Agropecuária da Adapar ou pela internet acessando a página do órgão estadual www. adapar.pr.gov.br

A vacinação tem papel fundamental na prevenção e erradicação da febre aftosa. É a forma mais eficiente, prática e barata de prevenção. São realizadas duas campanhas de vacinação que ocorrem a cada seis meses, sempre em maio e novembro. O Paraná é uma Área Livre de Febre Aftosa Com Vacinação, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal – OIE. Encontram-se nesta mesma condição sanitária outros 23 Estados e o Distrito Federal.

aquisição e aplicação da vacina contra a febre aftosa é de responsabilidade dos proprietários dos animais. A não vacinação ou não comprovação implica em multa mínima de R$ 752,80, podendo ser maior para rebanhos com mais de dez cabeças, além de não poder transportar seus animais para qualquer finalidade.

A médica veterinária e Fiscal de Defesa Agropecuária da Adapar de Campo Mourão, Claudia Gebara, lembra que chegou a ser anunciado que a vacinação poderia não ser mais necessária a partir desta campanha, porém o processo para área livre sem vacinação ainda está em andamento. “O governo contratou profissionais que estão sendo treinados para atuar nas Unidades e nos Postos de Fiscalização. São as primeiras ações práticas visando a solicitação para o fim de vacinação no Estado”, comenta.

Ela adianta que a etapa de maio da campanha de vacinação também está mantida. “É um processo bastante criterioso e demorado e uma das condições é efetivamente ter um bom índice de vacinação e por isso, precisamos caprichar nas próximas etapas. A obrigação do produtor é vacinar e não deixar de comprar”, destaca Claudia.

PROCEDIMENTOS NA CAMPANHA DE VACINAÇÃO

  1. O cooperado deve comprar a vacina nas Farmácias da Coamo. Ao comprar deve obter a Nota Fiscal de compra da vacina e o Comprovante de Vacinação.

  2. A dose da vacina é de 5 ml para todos os animais, independente do peso e tamanho. Só vacine bovinos e búfalos.

  3. Preencher o Comprovante de Vacinação, relacionando corretamente a quantidade de animais existentes e de animais vacinados, por sexo e por idade. A quantidade de animais relacionada no Comprovante será cadastrada na Adapar e, portanto, deve ser exatamente igual ao existente na propriedade. Assim, o produtor deve aproveitar a vacinação para contagem dos animais e, somente depois, preencher o Comprovante de Vacinação.

  4. Para fazer a comprovação da vacinação nas Unidades Locais de Sanidade Agropecuária: levar as duas vias do Comprovante de vacinação e a Nota Fiscal da compra da vacina.

  5. Se mais de um produtor fizer a vacinação em conjunto, deve ser preenchido um Comprovante de Vacinação para cada produtor.

  6. Se o produtor tiver mais de uma propriedade, deve ser preenchido um Comprovante de Vacinação para cada uma delas.

  7. Se numa mesma propriedade tiver a criação de bovinos e búfalos, preencher um comprovante para cada espécie de animal.

LEITE COM EFICIÊNCIA

Quando optou pelo leite como forma de diversificação, há mais de 20 anos, o cooperado Henrique Bahls Ferreira, de Mamborê (Centro-Oeste do Paraná), já tinha nos planos investir e buscar a eficiência na atividade. Ele trabalha em um sistema intensivo, onde mantém as vacas semi-confinadas e fornece toda a alimentação necessária no cocho. São pouco mais de 100 animais e cerca de 50 em lactação. 

Com investimento e dedicação, a produção de leite se tornou a principal fonte de receita no Sítio Santa Rita de Cássia. A atividade é também integrada à parte agrícola, com a produção de soja e milho. 

A produção diária de leite na propriedade oscila entre 1.100 e 1.200 litros. De acordo com o cooperado, para alcançar esses números há um trabalho constante, seja para melhorar a alimentação ou o bem estar dos animais. “Se não dermos condições necessárias os animais não produzirão bem. É uma atividade de planejamento a longo prazo. Uma hora constrói um barracão, em outra melhora a ordenha ou o conforto dos animais. Assim, vamos melhorando, cada vez mais, o nosso trabalho”, destaca Ferreira.

O médico veterinário Adriano Regiani Pereira, do Departamento Técnico da Coamo em Mamborê, explica que o sistema adotado pelo cooperado favorece um bom manejo dos animais e a busca constante de melhores produtividade. “Os animais recebem no cocho uma dieta específica levando em consideração o tamanho, a fase de lactação e, principalmente, a produção. É preparada conforme a realidade da propriedade e formulada pensando em custo e resultado."

Outro ponto destacado pelo veterinário é a preocupação que o cooperado tem com o bem estar do rebanho. Segundo Pereira, nem sempre esse fator é levado em consideração pelos produtores, mas pode influenciar diretamente na produção de leite. “A instalação conta com ventiladores, um sistema que molha os animais e local apropriado para eles descansarem. São pontos que podem melhorar o resultado”, comenta o veterinário. 

TORNEIO LEITEIRO

Henrique Bahls com o veterinário da Coamo, Adriano Regiani Pereira

Recentemente, o cooperado Henrique Bahls Ferreira participou de um torneio leiteiro realizado durante uma exposição em Mamborê e ficou em primeiro lugar em duas categorias (Holandesa adulta e Jersey geral). “Essa premiação é resultado de um trabalho conjunto e devido a vários fatores como o momento do animal, manejo exercido na propriedade e assistência técnica que auxilia na dieta dos animais.”

O cooperado mantém um controle rígido na qualidade do leite, e para que isso ocorra ele integra a Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa. Com isso, uma vez por mês são coletadas amostras do leite de cada animal para verificar a qualidade do produto. “É uma ferramenta de gerenciamento dos animais e para corrigir possíveis problemas com a alimentação ou cuidar da sanidade do rebanho”, explica Ferreira.

ENTENDA O SISTEMA


A instalação na propriedade permite separar as vacas em lactação em dois lotes. No primeiro, de maior produção, ficam os animais com média de 31,8 litros/vaca/ dia e, no segundo, animais que produzem 19 litros. As vacas em lactação recebem uma dieta total, composta de silagem de milho, feno de grama, ração Coamo peletizada 18% alta energia (AE) e mix protéico mineral. Essa dieta é misturada e fornecida por meio de vagão forrageiro misturador.

A alimentação é fornecida com base na produção diária de cada lote. Atualmente, o lote 01 recebe 31 kg de silagem de milho, mais 2 kg de feno, mais 8,4 kg de ração 18% AE, mais 2 kg de mix protéico mineral. O lote 02 recebe 32 kg de silagem de milho, mais 2 kg de feno, mais 6,5 kg de ração 18% AE e não recebe o mix. 

O MIX fornecido ao lote 01 é composto de farelo de soja, uréia protegida de liberação lenta, tamponante, levedura, adsorvente de toxinas, núcleo mineral e farelo de trigo. Somente as vacas que recebem mais concentrado e tem maior produção comem o MIX, pois são os animais que tem o maior desafio, precisam de mais nutrientes, respondem positivamente a inclusão de aditivos, necessitam de proteção preventiva contra acidose e micotoxinas.

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