O dia já não começa tão cedo como antes na propriedade da família Minalli, de Manoel Ribas (CentroNorte do Paraná). Se antes o despertar era ao cantar do galo, ainda na madrugada, hoje o casal Iandara e Rogério podem curtir a cama até por volta das 06h30, quando estão prontos para iniciar o trabalho de ordenha e trato dos animais criados na propriedade.

Uma comodidade conquistada depois da reformulação da estrutura e aquisição de novos equipamentos de ordenha, que tornaram a atividade mais leve, rápida e prazerosa. Tudo por conta do investimento proporcionado pela Credicoamo (cooperativa de crédito dos cooperados da Coamo), que dispõe de linha de crédito específica à pecuária leiteira, denominada Gado Leiteiro. O financiamento adquirido pelo casal há pouco mais de um ano mudou para melhor a realidade do sítio, onde o leite é o principal produto e renda.

Agora, com a estrutura que sempre sonhou, Rogério comemora a conquista e valoriza a linha de financiamento obtida na cooperativa. “Há um ano e quatro meses estamos com essa estrutura. Financiamos o gado de leite, a ordenha, o maquinário, enfim tudo. Estamos com 27 animais em lactação e 17 novilhas. A rotina é diária, mas a renda também é diária.”

Mas, o casal não para por aí. Com o sucesso do empreendimento eles planejam mais investimento. “Temos um silo que está para chegar, também financiado junto à Credicoamo. Nossa meta é produzir 2.500 litros de leite / dia. Estamos com 540 litros/dia, totalizando 17 mil litros no mês. Sem contar, que no próximo ano, queremos expandir mais, pois estamos nos programando para participar do programa Integração Lavoura Pecuária, também oferecido pela Credicoamo”, revela o cooperado.

Sempre ao lado do marido marido, Iandara faz questão de lembrar que todo o trabalho é realizado pelo casal. “A mulher tem que trabalhar com o esposo, pois assim os dois crescem. Para ter sucesso no campo é preciso parceria. No dia a dia cada um tem uma tarefa, eu tenho minha função, meu esposo outra e a Credicoamo também participa desse elo”, afirma Iandara, com a certeza de que vale a pena ser cooperativista e investir no campo. “A parceria da cooperativa com o cooperado funciona e é uma forma eficaz de alcançar bons resultados. De um lado tenho assistência financeira com a possibilidade de financiar um projeto de tanto sucesso, sem burocracia e com juros baixos. De outro, temos o suporte veterinário que semanalmente nos atende, instruindo sobre as técnicas de manejo. Assim, vamos tocando o barco com esse alicerce que é o cooperativismo.”

Contente com o progresso e o apoio da cooperativa de crédito, o casal vai além e reforça que não existe sucesso sem trabalho e aperfeiçoamento. “A Credicoamo é o nosso amparo, pois propicia treinamentos e palestras frequentemente. Além de fornecer tecnologia, crédito e capacitação.”

Com a vida financeira em dia, o desenvolvimento econômico que desfrutam, gera impacto direto na vida social da família, com mais qualidade de vida. “Para nós, o campo é melhor que a cidade, sempre gostamos dessa vida e tudo que conquistamos devemos à agropecuária e ao cooperativismo.”

A falta de recurso não foi empecilho para que o cooperado José Carlos Teixeira Pinto, de Iretama (Centro-Oeste do Paraná), realizasse o sonho de verticalizar a pecuária na propriedade, onde explora a bovinocultura há mais de 40 anos. Ele é um dos milhares de produtores atendidos pelo programas de investimento da Credicoamo, voltados à atividade rural. José Carlos optou pelo Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), e conta que “ganhou” oito anos, segundo seus cálculos, que seriam necessários para se estruturar financeiramente e desenvolver o projeto empreendedor, que foi porta de entrada para o lucro.

Com sorriso sempre estampado no rosto, o cooperado de fala fácil, lembra que a vontade de desenvolver um trabalho mais profissional com a pecuária não saía de seu pensamento. “O sonho era antigo, mas a questão financeira dificultava. Não havia capital para construir toda essa estrutura a curto prazo. Foi quando apareceu a oportunidade de adquirir essa linha de financiamento junto a Credicoamo”, conta o cooperado.

Decidido a produzir gado de alta qualidade, José Carlos resolveu investir na criação de raças nobres como bonsmara e angus, muito valorizadas no mercado. Hoje, com boa estrutura, o pecuarista reconhece que sem apoio da cooperativa de crédito não conseguiria finalizar o tão desejado projeto. “Com o Programa Integração Lavoura Pecuária adquiri além do gado, maquinário, silo, cochos, mangueiras antiestresse, oito praças de alimentação e baias para os animais ficarem separados e serem adestrados, pois também trabalhamos com gado puro para exposições. É um verdadeiro parque de diversões.”

Desde a adesão ao programa, o pecuarista observa que 80% do planejado já está funcionando e depois de fechar o negó cio, o processo foi rápido e desburocratizado, além de contar com o apoio da assistência técnica. “O juro da Credicoamo é o menor do mercado rural e estou super satisfeito. Além disso, posso em breve aumentar o número de cabeças de gado por alqueire, devido ao planejamento que foi realizado. Isso se chama rentabilidade e produtividade, e assim vejo meu sonho se concretizando a cada dia.”

A sintonia é tanta na fazenda que a lavoura, assim como a pecuária caminha a passos largos. “Tudo está muito bem sincronizado. Cultivamos soja no verão, trigo no inverno e ainda fazemos silagem para o trato dos animais. Assim, temos um complemento alimentar interessante, que aliás faz parte do projeto.”

De acordo com o médico veterinário Hérico Alexandre Rosseto, o projeto de investimento do cooperado contempla o ajuste em vários setores da propriedade, beneficiando o incremento produtivo das pastagens e dos animais que compõem o plantel de bovinos de corte. “Entre os diversos setores da propriedade um de grande importância que está recebendo investimento é a pastagem. As forrageiras receberam adubação corretiva, readequação das áreas de pastejo por meio de piqueteamento, cercas definitivas e estruturação das praças de alimentação com bebedouros e saleiros dispostos estrategicamente. Ações que levaram a um incremento de 70% no aumento da produção de forragem, e na capacidade de suporte das áreas de pastagem em mais de 80%”, revela o veterinário.

Quem não sonha com a casa própria? A maioria das pessoas tem a aquisição da residência como meta de vida. No caso do casal Günter e Gisela Hanisch, não foi diferente. Porém, a casa que eles queriam era na cidade, já que depois de uma vida toda de trabalho no campo, não viam a hora do merecido descanso, mudando para a zona urbana para ficar mais perto dos filhos e netos.

Produtores da região de Mamborê (Centro-Oeste do Paraná), eles enxergaram no programa Moradia Feliz, da Credicoamo, a chance de realizar este sonho. Na cooperativa, os Hanisch conseguiram financiar a casa, que para ‘seo’ Günter, está ficando do jeito que o casal planejou. “Já que estamos com idade mais avançada, nos preparamos para passar nossa aposentadoria num canto que fosse exatamente do nosso gosto, e morando perto dos filhos”, conta. Assim, o casal está com a casa em construção no mesmo terreno, onde dois dos cinco filhos moram. Tudo que ‘dona’ Gisela queria. “Essa casa está saindo do nosso jeito, ajudamos no desenho, levamos para o engenheiro que finalizou e tirou a obra do papel. Cada detalhe foi escolhido por nós. Agora é só curtir. Tem bastante espaço para ver os netos correndo pela casa e a família toda reunida”, comemora.

De acordo com o cooperado, o Moradia Feliz realmente é adequado a realidade do homem do campo e é a prova de que o cooperativismo é a melhor ferramenta para gerar qualidade de vida. “Eu até poderia construir essa casa, mas eu ficaria sem recursos para cuidar da nossa saúde, sem contar que com esse financiamento tenho taxas de juros reduzidas, tudo muito justo”, valoriza Hanisch.

O associado ainda lembra que a cooperativa nunca o deixou na mão. “Me cooperei primeiro à Coamo logo que chegou em nossa região, e depois à Credicoamo. Ambas vieram para facilitar nossa vida, e com a Credicoamo, fiz todos os custeios de lavoura, de forma bastante ágil, o que em um banco convencional era muito burocrático”, explica, ressaltando que para crescer no cooperativismo todos precisam trabalhar 100% unidos. “Tem que participar, pois o cooperativismo é isso, é uma empresa dos associados, onde a união de todos que faz a força.”

Leandro Pio da Costa, encarregado da Agência da Credicoamo em Mamborê, lembra que para o funcionário que faz a ponte nesse trabalho de aprovação do financiamento, é gratificante ver a realização de um sonho se concretizar. “Casa é um sonho que todo mundo têm. Essa linha do Moradia Feliz cabe no bolso do produtor, pois ele tem disponibilidade de pagamento anual ou semestral, o que facilita muito. Isso é o cooperativismo, ajudando as famílias a realizarem seus sonhos, principalmente nessa linha de financiamento para a construção de sua residência.”

Criada em 1989 a Credicoamo nasceu para alicerçar a atividade agrícola e pecuária dos cooperados da Coamo. Uma alternativa que vem agregando desenvolvimento no campo, onde o foco não está no lucro e sim na inclusão financeira dos associados. “O cooperado trabalha tranquilo, tem assistência financeira e a certeza de que no final de cada safra tudo dará certo”, afirma o presidente José Aroldo Gallassini.

Para ele, esse é o papel do cooperativismo. Garantir que os associados consigam crescer e competir em um mercado voraz. Fato este que, segundo Gallassini, é responsável pelo bom desempenho do setor produtivo nacional. “A Credicoamo tem crescido muito nos últimos anos. Pretendemos expandir ainda mais a área de atuação, pois é algo que vimos que dá certo e que tem beneficiado milhares de famílias. É o cooperativismo de crédito, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social”, salienta.

Para o gerente administrativo da Credicoamo, José Luiz Conrado, a cooperativa é capaz de aproximar o quadro de cooperados e dar condições de acesso a todos, promovendo uma das premissas cooperativistas: a união. “A cooperativa promove a inclusão financeira do quadro social, uma vez que, constantemente desenvolve projetos para a expansão do quadro social. Além das operações de crédito rural, a cooperativa atende às demais necessidades de recursos, como por exemplo, financiamento de veículos, financiamento de aquisição, construção, reforma e ampliação de residência, em área urbana ou rural, além de empréstimos para capital de giro e cheque especial, dentre outros, sem burocracia e com taxas de juros abaixo do mercado”, revela.

Segundo Gallassini, a Credicoamo tem um papel importante na agregação de serviços à atividade dos cooperados. “Destaco, por exemplo, o expressivo volume de recursos aplicados em 2014 por meio de crédito rural (custeio, investimento e comercialização), posicionando-a entre as 20 maiores instituições financeiras no país e a 10ª colocação se considerarmos o número de operações contratadas”, comemora.

CREDICOAMO

Ativos totais: 2 bilhões
Sobras 2014: 61,490 milhões
Faturamento 2014: 1,3 bilhão
Cooperados: 12.682

COOPERATIVISMO DE CRÉDITO

O movimento tem ganhado mais espaço no
Paraná e no Brasil. Ano após ano, o número de
pessoas que apostam nesse modelo econômico
é expressivo. Desde 2012, a Credicoamo
cresceu em quase 30% no número de associados.
No Paraná, 33,48% e no Brasil 26,6%.

Diante do cenário de crise no país, o cooperativismo tem conseguindo se sobressair, garantindo a segurança dos cooperados. O ramo crédito, em especial, tem sido alternativa para este momento, conforme observa o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski. “Há uma limitação no recurso de financiamento e as cooperativas, sem sombra de dúvida, são uma alternativa para alavancar a atividade econômica. Por isso, é importante sempre se preocupar com a capitalização, fazendo com que haja aplicação dos recursos dos próprios cooperados na sua cooperativa de crédito, para que assim, esses recursos girarem em benefício deles. Isso fortalece a ação da cooperativa de crédito.”

Koslovski explica que as cooperativas têm realizado um trabalho significativo junto ao público-alvo, que são os agricultores. “O cooperativismo de crédito vem crescendo de forma geométrica. Estamos com mais de 24 bilhões de ativos em nossas cooperativas e com número significativo de cooperados. São mais de um bilhão de pessoas no Paraná e o crescimento realmente é animador.”