Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 452 | Outubro de 2015 | Campo Mourão - Paraná

Safra de Verão

PLANTIO A TODO VAPOR

TRABALHO CONTINUA INTENSO EM ALGUMAS REGIÕES DA COAMO. OTIMISMO E EXPECTATIVA DE UMA BOA SAFRA SÃO MARCAS DOS COOPERADOS

Celso Batista Borsato, de Caarapó (MS), intensificou plantio após os períodos de chuva

Com a largada do plantio de verão no final do mês de setembro na maioria das regiões produtoras, é grande a movimentação no campo, motivada tanto pela abertura do zoneamento, como pela condição climática, que tem contribuído diretamente com o trabalho. Isso porque, além de chover o suficiente para manter a umidade do solo e garantir uma boa germinação da semente, têm ocorrido intervalos, sem chuvas, PLANTIO A TODO VAPOR TRABALHO CONTINUA INTENSO EM ALGUMAS REGIÕES DA COAMO. OTIMISMO E EXPECTATIVA DE UMA BOA SAFRA SÃO MARCAS DOS COOPERADOS que proporcionam a entrada das plantadeiras nas áreas, garantindo a sequência da semeadura.

É o que vem acontecendo na região Sudoeste de Mato Grosso do Sul, onde os cooperados da Coamo não perdem tempo com o plantio da soja, principalmente porque investem também no milho safrinha, cultura que cobrirá a maior parte das áreas no próximo inverno. “Justamente por isso não podemos brincar em serviço. A soja precisa ser semeada o quanto antes, para que possamos implantar também com sucesso o milho de segunda safra”, explica Celso Batista Borsato, de Caarapó, que comemora a chegada da chuva no momento certo. “Tivemos mais de 200 milímetros de água. Não poderia ter vindo em melhor hora”, comenta.

Ele está cultivando 100 alqueires de soja. “Toda área será coberta com soja agora, e depois com o milho”, revela Borsato, que investiu para colher uma média de 120 a 130 sacas por alqueire. “Pretendemos colher uma boa safra. Quem sabe até mais que isso, mas dependemos do bom andamento do clima”, prevê.

Baseado no histórico das safras passadas, o planejamento do cooperado foi definido para obtenção de bons resultados. Para isso ele está investindo em adubação pesada e muito capricho no manejo. Atitude compartilhada pela maioria dos produtores da região, segundo o agrônomo da Coamo, Ronaldo Araújo Marques, do Departamento Técnico da Coamo em Caarapó. “Se a condição climática continuar colaborando facilitará o nosso trabalho. A parte do produtor ele está fazendo”, garante.

‘Seo’ Waldi, de Amambai (MS), acompanha plantio ao lado dos filhos Júnior e Jackson

O agrônomo alerta para a necessidade de atenção no momento do plantio. “A safra começa com o plantio bem feito. Se começar errado a chance é maior de insucesso na safra. Temos tido grande preocupação com o investimento em tecnologia nos últimos anos e isso contribui para o alto rendimento das lavouras”, observa.

Em Amambai, o ritmo também segue acelerado e a família Braucks não perde tempo. São 248 alqueires cultivados nesta safra. O trabalho na propriedade começou no dia 15 de setembro. “Tivemos períodos de chuva em que o plantio foi paralisado. Se por um lado atrapalha o trabalho por outro ajuda no desenvolvimento do que já foi semeado”, comenta Jackson Braucks.

A expectativa do cooperado é colher entre 125 e 145 sacas por alqueire. “Tudo vai depender do clima. A nossa parte estamos fazendo”, comenta.

Se o cenário atual é de boa produção, máquinas modernas e tecnologias que incrementam a produtividade, no passado nem sempre foi assim. Quando ‘seo’ Waldi Hugo Braucks, pai do Jackson, chegou na região de Amambai, em 1969, a realidade era bem diferente. Ele foi um dos pioneiros no plantio de soja na região e sabe bem que para chegar ao nível que se encontra, passaram por várias mudanças. “Tivemos que nos adaptar com a região. Aos poucos fomos investindo em melhoria e conservação do solo e quando chegou o plantio direto, no início dos anos 80, a atividade deu um grande salto”, comenta.

De acordo com ele, as primeiras áreas de soja não rendiam mais do que 70 sacas por alqueire. “Quem colhia essa quantidade já tinha que agradecer porque era uma boa produtividade. O investimento foi necessário para que a atividade se tornasse viável economicamente. E essa busca continua para que a cultura continue dando lucro”, destaca ‘seo’ Waldi.

Primeiro passo do cooperado Manoel Almeida, de Mangueirinha (PR), foi planejar a safra com o agrônomo Giovani Carniel

No Sudoeste do Paraná, o plantio ainda está no início. Otimismo e expectativa de boa safra tem marcado este momento, tão importante para os cooperados. De acordo com o engenheiro agrônomo, Giovani Carniel, do Departamento Técnico da Coamo em Mangueirinha, a chuva, que de um lado contribui para o desenvolvimento da semente que já está no solo, por outro paralisa o trabalho em alguns momentos. “Contudo, temos uma boa expectativa com a nova safra que se inicia. Se o clima continuar se comportando desse jeito, teremos boa produtividade e boa produção na região”, destaca.

Carniel cita que na safra passada a Coamo em Mangueirinha fechou com média de 142 sacas por alqueire. “Esperamos que haja um aumento e notamos isso devido ao investimento que os cooperados têm realizado, principalmente em inseticida. Na safra passada, enfrentamos problema com a ferrugem asiática e estamos vendo que os cooperados se prepararam para o controle”, assinala.

O cooperado Manoel Almeida iniciou o plantio no dia 15 de outubro. Segundo ele, a expectativa é colher pelo menos a mesma média da safra passada, quando fechou em 163 sacas por alqueire. “Cheguei a colher 187 sacas em alguns talhões, e no final fechamos com uma boa produtividade. Isso é graças ao trabalho desenvolvido em parceria com o assistência técnica da Coamo que nos orienta e recomenda sempre as melhores técnicas”, diz.

COMPARATIVOS DA SAFRA 2015/16
Área plantada (em 1.000 ha)
Soja 2014/15 2015/16 Variação
Brasil 31.573,0 32.943,8 + 4,3
Paraná 5.073,9 5.227,4 + 3
Coamo 2.443,2 2.553,2 + 4,5
Milho 2014/15 2015/16 Variação
Brasil 6.124,5 5.893,7 - 3,8
Paraná 542,4 443,9 - 18,2
Coamo 155,6 122,0 - 21,6

MANEJO DE PRAGAS

O plantio da safra de soja traz, além de expectativa positiva quanto aos resultados, preocupação relacionada ao comportamento do clima e, sobretudo, do desenvolvimento das lavouras. O controle de pragas e doenças que podem atingir as plantas durante o ciclo vegetativo, está entre as principais interrogações do produtor, que tem o monitoramento como a melhor ferramenta para acertar o manejo.

O engenheiro agrônomo Lucas Gouveia Esperandino, supervisor da gerência de Assistência Técnica da Coamo, comenta que um bom manejo começa já na dessecação da área para o plantio. “Para quem fez esse trabalho de maneira correta é provável que a incidência de pragas e doenças seja menor. Depois das plantas emergidas, é fundamental um bom monitoramento e saber detectar qual praga está atacando para que, junto com o Departamento Técnico da Coamo, seja tomada a decisão sobre o melhor controle”, comenta.

De acordo com o agrônomo, as duas pragas que mais preocupam são as lagartas e o percevejo. “A escolha do produto e o momento da aplicação é fundamental para um bom controle. A palavra-chave é o monitoramento e, também, rotacionar produtos de um mesmo princípio ativo para não diminuir a eficiência.”

SAFRA PODE ULTRAPASSAR 213 MILHÕES DE TONELADAS

O primeiro levantamento da safra brasileira de grãos 2015/16 estima uma produção que pode variar de 210,3 a 213,5 milhões de toneladas. Há um aumento de 0,2 a 1,7% sobre a safra 2014/15 que chegou a 209,8 milhões de toneladas. Os números estão no boletim de Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos, divulgado no dia 09 de outubro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O maior destaque neste início de pesquisa é da soja que, pela primeira vez, ultrapassa 100 milhões de toneladas, podendo chegar a 101,9 milhões. Já a produção de milho primeira safra, estimada entre 28 e 29 milhões de t, registrou uma redução entre 5,8 e 8,9% em comparação à safra 2014/15, de 30,7 milhões de toneladas.

A área total está prevista entre 58,1 e 59 milhões de hectares, aumento de até 1,5% sobre a safra anterior que fechou em 58,1 milhões de ha. Este aumento se deve à soja que apresenta um acréscimo entre 1,7% (550,8 mil ha) e 3,6% (1,15 milhão de ha). Já para a área do milho primeira, a expectativa é de redução em favor da soja, podendo ficar entre 5,8 e 6 milhões de hectares e redução de 4,2 a 6,7% frente à última safra.

SECRETÁRIO CONFIRMA FIM DA SOJA SAFRINHA PARA 1º DE JANEIRO DE 2017

O uso descontrolado de fungicidas nas lavouras de soja com aplicações ainda mais constantes durante a soja safrinha, o que diminui a eficiência dos produtos – levou o Estado a tomar uma medida drástica a partir da safra 2016/17. O secretário da agricultura, Norberto Ortigara, confirmou que a partir de 1º de janeiro de 2017 o Estado não poderá ter nenhum pé de soja plantado para a segunda safra.

A decisão foi após uma audiência pública na Assembleia Legislativa. “Foi uma conversa pesada. Pela vontade coletiva, já proibiríamos o plantio de soja para janeiro de 2016. Mas, tendo em vista que muita gente travou negócios, dado ao preço alto da commodity e outros já compraram insumos, a proibição da segunda safra de soja ficará para 1º de janeiro de 2017”.

Ortigara lembra que o Estado mantém plantas vivas de soja praticamente até junho, o que faz com que os fungos criem resistência e os produtos disponíveis no mercado vão perdendo eficiência ano após ano. “Como não temos nenhuma molécula sendo produzida pela indústria para evitar essa situação, é prudente reduzir o tempo de plantas vivas no ambiente paranaense para não termos o fungo o tempo todo em nosso meio”.

Com informações da Folha de Londrina.

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