Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 481 | Junho de 2018 | Campo Mourão - Paraná

EDITORIAL

Seguro agrícola: insumo necessário, questão cultural

JOSÉ AROLDO GALLASSINI,

Diretor-presidente da Coamo

O seguro agrícola é uma realidade para um grande número de agricultores e está sendo valorizado pela classe produtora. Antes nós agricultores assumíamos os riscos de uma frustação da safra e não tínhamos opções de proteção. Hoje temos o Proagro que é do governo e que cobre somente o orçamento limitado a R$ 300.000,00 e o seguro agrícola oferecido por diversas seguradoras, cuja cobertura varia de acordo com os riscos da região onde se encontra a lavoura.

No nosso caso, temos um trabalho muito grande com seguro agrícola por meio da Credicoamo e apoio da Via Sollus Corretora de Seguros, que registra uma participação expressivo dos associados. Nos últimos anos, tem aumentado o interesse do quadro social na adesão ao seguro rural.

O associado faz o financiamento e pode incluir no seguro o custo de produção, para não tirar dinheiro do bolso, pode financiar junto com o custeio se assim preferir. O seguro é necessário e as opções oferecidas pela Credicoamo possuem vantagens que não existem em outros, como por exemplo, o seguro por talhão. Se o associado planta em mais de um talhão (propriedade), ele conta com o seguro no talhão onde ocorreu a frustação, diferente de outros seguros, que apuram pela média de todas as propriedades seguradas. Se ele plantar em quatro talhões financiados e com seguro, e três deles produzirem bem e ocorrer frustração em um talhão, o cálculo da indenização do sinistro será com base somente no talhão em que houve acionamento.

É importante enfatizar que o seguro agrícola cobre um percentual da produtividade histórica, que varia de 60 a 70%.

Outro diferencial na Credicoamo é que o seguro leva em consideração a produtividade média histórica do cooperado, que é mais alta que a média do município apurada pelo IBGE, com cobertura de 65 a 70%. Logo, se o cooperado possui uma média de 150 sacas de soja por alqueire, terá uma cobertura de 97,5 a 105 sacas de soja por alqueire, bem superior ao IBGE e à cobertura que teria no caso do Proagro.

Considero isso como uma grande vantagem para os associados da Coamo, pois na Credicoamo, o cooperado tem além da melhor cobertura, ainda a subvenção do governo que reduz bastante o custo do prêmio do seguro ao cooperado, ficando inclusive bem mais barato que o Proagro.

Outro aspecto relevante é a seriedade com que realizamos o seguro e a parceria junto às seguradoras, que tem possibilitado a contratação com subvenção do prêmio pelo governo federal.

Para o ano agrícola 2018/2019, o governo apresentou um orçamento de R$ 600 milhões para subvenção do seguro agrícola, que se for cumprido integralmente, daria proteção a uma área de 15% da produção brasileira.

Desde o dia 18 de junho, os associados estão contratando seu seguro agrícola com a Credicoamo, por meio de uma campanha que a cooperativa lançou, com garantia de subvenção do prêmio para quem contratar até 31 de julho de 2018. Após este prazo, a subvenção estará condicionada à disponibilidade de orçamento pelo Governo.

O seguro é um insumo importante e temos que ter consciência disso, tem que ser igual ao nosso custo de produção. Temos que fazer seguro agrícola para não usar, assim como fazemos dos nossos veículos, das máquinas e implementos, da nossa residência, por exemplo. Mas se ocorrer uma frustração, sabemos que teremos a área segurada e as perdas cobertas pelo seguro.

Não podemos, como diz o ditado popular: “Dormir rico e acordar pobre”, em face de intempéries com geada, granizo, seca, chuva excessiva, ventos fortes, etc. O seguro é uma questão cultural, é uma questão de hábito. E quanto maior for a adesão ao seguro mais baixa será a taxa e por consequência, pagaremos seguros com custos menores em nossas operações.

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