Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 481 | Junho de 2018 | Campo Mourão - Paraná

COOPERATIVISMO

Um retrato da igualdade e desenvolvimento

João Paulo com o pai João Adriano e avô José Hanrega. Três gerações que vivenciam o cooperativismo da Coamo e a evolução no campo

José Hanrega, 72 anos, pode ser considerado um cooperativista nato. Alguns motivos o credenciam para isso. A primeira é que seus pais são da região considerada o berço do cooperativismo no Paraná, em Tereza Cristina, distrito de Cândido de Abreu (Centro-Norte do Paraná).

A segunda é que ele é associado da Coamo desde a instalação no município, mas antes disso já fazia parte de outra cooperativa, a Canorpa, adquirida pela Coamo em 1990. Outro bom motivo é o trabalho realizado em família, uma extensão do cooperativismo. Ele trabalha com a esposa Estanislava, a filha Sueli, o genro João Adriano Bida e o neto João Paulo. E assim como ‘seo’ Juca, como é conhecido, o genro e o neto também são cooperados.

BERÇO DO COOPERATIVISMO NO PR
Diversos movimentos embasados no espírito da cooperação surgiram até 1911,  entre alguns dos mais de 100 grupos de imigrantes. Todavia, o mais importante movimento pré-cooperativista ocorreu entre os franceses que, em 1847 fundaram a Colônia Thereza Cristina às margens do Rio Ivaí, hoje município de Cândido de Abreu. Nesta colônia os imigrantes liderados por Jean Maurice Faivre, desencadearam um movimento cooperativista sob inspiração do médico Benoit Joseph Mure. Com inspiração nos ideais humanistas, a comunidade foi considerada a primeira região livre da escravidão e a pioneira em experiências cooperativistas no Brasil.

Ele mora na mesma propriedade desde que nasceu. No local também existe uma pequena mercearia. Quem toma conta é a dona Estanislava. Perguntado sobre a evolução na vida da família, "seo" Juca responde rapidamente que o cooperativismo e a Coamo tiveram papel fundamental. “Olhando para trás e analisando tudo que passamos, vemos como a Coamo foi importante para o desenvolvimento da nossa região. São duas situações bem diferentes: uma antes e outra após a chegada da cooperativa. Sou da época da foice, do facão e do fogo para colher uma produção pequena. Hoje temos maquinários e outras ferramentas que nos permitem alta produção”, diz ‘seo’ Juca. 

Para ele, o sentimento é de dever cumprido já que conseguiu passar para toda família a filosofia do cooperativismo e a importância de se trabalhar em união. “Atualmente, estou mais devagar, deixando os mais novos trabalharem. Mas, sempre acompanho tudo, passando ensinamentos e dando conselhos”, assinala.

João Adriano Bida, genro do ‘seo’ Juca, recorda do tempo em que o trabalho era braçal e a região pouco desenvolvida em termos de tecnologia. “A Coamo, com um cooperativismo sério voltado para o desenvolvimento dos sócios, contribuiu de forma significativa para impulsionar a agricultura em Cândido de Abreu.

Até pouco tempo atrás, quase não tínhamos áreas com lavouras e as que existiam eram com pouca tecnologia e com baixa produção. Agora, a realidade é outra. Produzimos igual a qualquer outra região. A Coamo trouxe isso para nós”, pontua João Adriano.

Ele cita a assistência técnica e os planos safras como importantes benefícios oferecidos pela cooperativa. “Se antes colhíamos de 70 a 80 sacas e hoje chegamos a 180, ou até mais, é por causa do incentivo da Coamo. A cooperativa oferece tudo o que precisamos para plantar, colher e comercializar a produção de forma segura e com rentabilidade. Não tem porque ficar fora do cooperativismo.”

João Paulo Bida é a terceira geração e diz que tem orgulho de fazer parte de uma família cooperativista. Participante da 21ª turma de Jovens Líderes da Coamo em 2017, ele sabe da responsabilidade em continuar o trabalho e a evolução no campo. “Dou muito valor ao que meu avô e meu pai fizeram. Recordo muito bem de como era antes e que o temos hoje. A Coamo mudou o cenário agrícola em nossa cidade. Trouxe oportunidades de crescimento e a evolução dos agricultores. Se temos pretensão de chegar a 200 sacas por alqueire de soja é porque temos a cooperativa dando suporte para chegarmos lá.”

O engenheiro agrônomo Luís Gustavo Mendes Passos, da Coamo em Cândido de Abreu, ressalta que a cooperativa se instalou na região para somar e os objetivos foram alcançados. “Até a chegada da Coamo, a assistência técnica era precária. Faltavam insumos e a tecnologia empregada nas lavouras eram bem baixas. A cooperativa trouxe as melhores soluções para as lavouras existentes na época e ajudou a implantar outras culturas como a soja, por exemplo, que não era tão explorada na região. Temos associados participativos que buscam produzir cada vez mais, que vivem o cooperativismo no dia a dia e sabem da importância dele para o desenvolvimento da região.”

José Hanrega ao lado da esposa Estanislava, do neto João Paulo, da filha Sueli e do genro João Adriano Bida João Adriano com o agrônomo Luís Gustavo Mendes Passos

As sociedades cooperativas do Paraná

O Sistema Ocepar possui 221 cooperativas registradas. Juntas, essas organizações cooperativas somam R$ 70,3 bilhões de movimentação econômica, montante que equivale a 17% do PIB do Estado do Paraná. Possuem mais de 1.500 mil cooperados e 92.968 empregados. Estima-se que mais de 3,8 milhões de pessoas estejam ligadas, direta ou indiretamente, ao cooperativismo do Paraná.

Sentimento de vitória e orgulho

"Seo" Silvino ladeado pelos filhos  Clezio e Leomar e pelos netos Diomar, Dioclezio, Gustavo e Matheus. As três gerações de cooperativistas Coamo da Família Puton, de Luiziana (PR)

Se Teresa Cristina, distrito de Cândido de Abreu, é considerado o berço do cooperativismo no Paraná, a comunidade de Campina do Amoral, hoje pertencente ao município de Luiziana (Centro-Oeste do Paraná), tem papel importante na história da Coamo. É o lugar onde no final da década de 1960, agricultores começaram a ser organizar em uma cooperativa que mais tarde se tornaria a Coamo. A região da comunidade conta com várias famílias dedicadas e alicerçadas pelo cooperativismo. Um desses exemplos são os Puton, que já estão na terceira geração junto à Coamo. 

Atualmente com 80 anos, ‘seo’ Silvino veio do Rio Grande do Sul aos 38 anos de idade. O ano era 1975 e o objetivo do gaúcho de Santa Barbara do Sul era encontrar uma vida mais próspera no Paraná. Para isso, adquiriu uma área de 27 alqueires e assim que chegou já se associou à Coamo por recomendação de um irmão que residia na região. O cooperativismo ele já conhecia, pois fazia parte de uma cooperativa no Rio Grande do Sul. 

O trabalho em família e a união sempre prevaleceu entre os Puton. Além do ‘seo’ Silvino são cooperados da Coamo os dois filhos – Clezio e Leomar, além de quatro netos - Gustavo, Dioclézio, Mateus e Diomar. Três deles optaram pela área Agronômica - dois já são formados e um está concluindo, e o outro, optou por fazer Administração. A união aliada ao empreendedorismo do patriarca fez toda a diferença ao longo desses mais de 40 anos. Atualmente a família conta com cerca de 400 alqueires de terra.

"Seo" Silvino revela que o cooperativismo foi fundamental para a evolução da família, dando toda assistência necessária e proporcionando segurança na entrega da safra. “Desde que começamos a trabalhar com a Coamo, não paramos mais. Se não fosse a cooperativa não estaríamos onde estamos hoje. Nossa família trabalha unida e tem a Coamo como grande parceira”, assinala. Ele ressalta que olhando para trás e vendo por tudo que passaram, o sentimento é de vitória e orgulho. “Valeu a pena entrar no cooperativismo e tenho certeza que meus filhos e meus netos continuarão nesse caminho.”

Leomar Puton, recorda do tempo mais difícil em que era preciso enfrentar longas filas para entregar a produção em Campo Mourão ou Mamborê. “Mesmo com toda dificuldade levávamos a nossa safra na Coamo, pois tínhamos segurança. Hoje, tudo mudou, temos unidades bem mais perto de nossa casa, e com a segurança de sempre.”

Ele destaca que assim como a Coamo cresceu, a família evoluiu junto. Uma prova de que o cooperativismo praticado pela Coamo tem cumprindo um de seus objetivos que é o de proporcionar crescimento e melhorar a qualidade de vida das famílias associadas. “Tivemos oportunidades e compramos novas áreas. A realidade hoje é outra e precisamos aumentar a produção. Nesse sentido, podemos contar com a Coamo.”

Gustavo é um dos jovens da terceira geração cooperativista da família Puton. Ele entende que os desafios atuais são outros quando comparados com os de seu avô, pai e tio. “Começar do zero e crescer como meu avô fez não é nada fácil. Mas, pegar algo já andando e manter a rentabilidade também tem grande responsabilidade. A maneira de trabalhar mudou e está mais difícil ampliar a área. Precisamos continuar investindo em tecnologia para que tenhamos uma atividade agrícola com menos risco. A Coamo tem nos proporcionado esse crescimento de forma sustentável e rentável”, assinala.

Família Puton com o agrônomo Edimar Marques. Assistência técnica é um dos serviços valorizados para o desenvolvimento no campo

A pujança das cooperativas paranaenses

As 69 cooperativas agropecuárias do Paraná registraram R$ 57,9 bilhões de movimentação econômica em 2017. Esse valor corresponde a 58% do PIB agrícola do Estado. Em mais de 120 municípios, a cooperativa é a mais importante empresa econômica, maior empregadora e geradora de receitas.

Estima-se que 77% dos associados às cooperativas agropecuárias do Paraná são pequenos e médios produtores (área de até 50 ha). Outro dado que evidencia a importância das cooperativas agropecuárias é a sua infraestrutura de armazenagem da produção, que representa 54% da capacidade estática de armazenagem do Estado, ou seja, as cooperativas têm capacidade para armazenar 16,5 milhões de toneladas de grãos. Na área ambiental, além de programas educativos, a prática do desenvolvimento sustentável é feita através de projetos de recuperação da vegetação ao longo de rios (mata ciliar) e nascentes de água, tratamento de efluentes, coleta seletiva de lixo, reflorestamento, geração de energia limpa, entre outras ações. Os investimentos em agroindustrialização vêm transformando o Paraná de exportador de matérias-primas para exportador de bens de consumo.

Atualmente, cerca de 48% da produção primária do cooperado passa por processos de transformação e agregação de valor.

Família Homiak, evolução e crescimento

Família Homiak é exemplo de cooperativismo e união

A alegria da bisavó Elza Grigoli Homiak ao comparecer na sede da Coamo para tirar fotos com seu filho, nora, netos e bisneta foi intensa. “A Coamo foi sempre nossa segunda casa e nós sempre estivemos com ela e juntos crescemos”, considera dona Elza, esposa do produtor falecido José, mãe do associado Valdecir e avó do jovem Heitor Roberto Homiak.

A história da família Homiak na região de Martinópolis, distrito de Farol (Centro-Oeste do Paraná) começou no ano de 1972 quando o avô de Valdecir – Francisco- fez doação de uma área de 5 alqueires para seu pai José, que depois comprou outros 11 alqueires, totalizando 16 alqueires. 

Mas cinco anos depois, o pai José faleceu em acidente com trator e com três irmãs, Valdecir Homiak, conhecido como “Polaco” ou “Nenê”, teve que tomar uma decisão. Ou continuava na lavoura ou seguia a orientação de sua mãe Elza, que queria arrendar suas terras. “Eu tinha 9 anos quando meu pai faleceu, mas queria muito continuar na roça, então quando chegou o tempo fui emancipado para tomar conta dos negócios da família”, conta Polaco, adiantando que, casou com 21 anos com sua esposa Cacilda, 15, e ela foi seu braço direito na propriedade.

Em 1986 ele fez sua primeira safrinha de milho e a região já tinha o sistema de plantio direto. “Meu avô Francisco foi um dos primeiros a ter colheitadeira, a gente entregava a produção em Campo Mourão, com muita fila e íamos por uma estrada de terra”, diz. Segundo ele, “Naquela época fui aprendendo a trabalhar, tinha muita vontade. Hoje é muito mais fácil plantar 50 alqueires, tudo é moderno e o meu filho Heitor já pegou essa evolução toda.”

Heitor com o pai Valdecir Homiak: cooperativismo e evolução na família Pai e filho  acompanham o desenvolvimento da safra com o técnico  Claudinei Batista do Prado

Tanto o pai Valdecir como o filho Heitor tiveram boas experiências nos últimos anos com a formação e aprendizagem no curso de Jovens Líderes da Coamo – O pai foi da turma de 2001 e o filho, de 2013. “O curso é muito bom, abriu nossa mente, passamos a ter uma visão ampliada do nosso negócio e nos tornamos melhores agricultores, líderes e pessoas não só na Coamo como na própria comunidade”, informa o jovem Heitor, que toca a propriedade com o pai e produz mais de 150 sacas por alqueire de soja.

COOPERATIVISMO DO PARANÁ EM NÚMEROS

1,5 MILHÃO
de cooperados
US$ 2,6 BILHÕES
em exportações
3,8 MILHÕES
de postos de trabalho
R$ 2,1 BILHÕES
em investimentos
58%
participação no PIB agropecuário do Paraná

A presença da família Homiak é certa nos eventos promovidos pela Coamo, não só os homens mas também as mulheres. Cacilda esposa do Valdecir e mãe do Heitor sabe muito bem a importância do cooperativismo desenvolvido pela Coamo. “A nossa família tem tudo que precisa para crescer e melhorar na Coamo, fazemos parte de uma cooperativa que está ao nosso lado o tempo todo. Ela percebe muito o ser humano nas suas ações e isso faz a diferença.” A mãe aproveita para valorizar a produção industrializada pela Coamo, que tem endereço certo junto aos seus familiares em Curitiba. “Lá na Capital, eles se orgulham de usar os produtos Coamo, porque sabem onde e como são produzidos. Tudo direto do campo com certificação de origem e rastreabilidade.”

A família Homiak participa regularmente dos projetos de assistência implantados pela Coamo e vem comemorando os bons propósitos do cooperativismo. “Com o Cooperado On-Line e o Gestor Rural, nós temos condições de saber e controlar melhor os nossos custos, e ter a noção exata das despesas e receitas. Neste mundo moderno quem sabe como estão seus negócios vai mais longe. Somos felizes com a Coamo e uma coisa é certa, se na época que perdi meu pai não tivesse o apoio da cooperativa certamente teria saído da roça.”


Movimento para valorizar o cooperativismo

Mais que um modelo de negócios, o cooperativismo é uma filosofia de vida que busca transformar o mundo em um lugar mais justo, feliz, equilibrado e com melhores oportunidades para todos. Um caminho que mostra que é possível unir desenvolvimento econômico e desenvolvimento social, produtividade e sustentabilidade, o individual e o coletivo.

Tudo começa quando pessoas se juntam em torno de um mesmo objetivo, em uma organização onde todos são donos do próprio negócio. E continua com um ciclo que traz ganhos para as pessoas, para o país e para o planeta. Conheça um pouco mais sobre o cooperativismo, seus valores e seu impacto.

O SomosCoop é um movimento que levanta a bandeira do cooperativismo no Brasil. Seu principal objetivo é conectar cooperativas, cooperados e integrantes do Sistema OCB em torno de uma única causa para tornar o cooperativismo conhecido e reconhecido na sociedade. Este movimento desperta a consciência das pessoas para a importância do cooperativismo e gerar orgulho naqueles que abraçam a causa. Fonte: OCB

Ser cooperado Coamo

São muitos os benefícios disponibilizados pela Coamo aos associados, nas áreas de  pesquisa, desenvolvimento e inovação; logística, gestão e suporte; e da cooperação que vai além do campo. Os associados têm a disposição apoio da assistência técnica que presta serviços desde o planejamento à comercialização da safra agrícola, inclusive com atendimento à campo por meio da utilização de tecnologia móvel e agricultura de precisão.

Importante também é o trabalho realizado no planejamento e organização da produção agrícola, de acordo com as particularidades de cada região de atuação da Coamo, o fornecimento de sementes produzidas e tratadas em Unidades de Beneficiamento próprias e o fornecimento dos insumos agropecuários de alta tecnologia com qualidade assegurada, por meio de planos e condições comerciais exclusiva.

Na área de Logística, por exemplo, as estruturas da cooperativas com mais de 110 Unidades são tecnologicamente atualizadas e ágeis para a recepção, classificação, armazenamento e expedição de produtos agrícolas, com ampla cobertura geográfica, o que garante ao cooperado redução de gastos e possibilidades de comercializar sua produção na época que julgar mais adequada. A Coamo tem uma logística adequada e segura para movimentação de produtos agrícolas, industrializados e insumos agrícolas, através de frota própria, frota dedicada e frota spot (parcerias com fornecedores de serviços de transporte).


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