Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 481 | Junho de 2018 | Campo Mourão - Paraná

ORGANIZAÇÃO NO CAMPO

5S no campo

Joelson Favaron, de Janiópolis (PR), tem a organização e o planejamento como filosofia de trabalho
O QUE É O 5S?
As palavras são Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke, que migradas para o português foram traduzidas como “sensos”, visando não descaracterizar a nomenclatura do programa. São eles: senso de utilização, senso de organização, senso de limpeza, senso de saúde e senso de autodisciplina.

SEIRI

Senso de Utilização

É identificar o que é necessário e desnecessário no seu local de trabalho.

SEITON

Senso de Organização

É dispor os itens de forma sistemática, e estabelecer um excelente sistema de comunicação visual para os mesmos.

SEISO

Senso de Limpeza

É eliminar todo e qualquer traço de sujeira, agindo na causa fundamental.

SEIKETSU

Senso de Padronização  e Saúde

Criar e manter condições de trabalho favoráveis à saúde física e mental.

SHITSUKE

Senso de Disciplina ou Autodisciplina

É estar comprometido com padrões estabelecidos e buscar a melhoria contínua em nível organizacional, pessoal e familiar.

Quem chega na propriedade do cooperado Joelson Favaron, em Janiópolis (Centro-Oeste do Paraná), de cara já percebe que a organização toma conta do local. Uma calçada de concreto ligando dois barracões, a limpeza e todas as ferramentas, peças, máquinas e maquinários devidamente guardados, assim como o lixo que é separado e tem destinação de forma correta. O estilo de trabalho no sítio São Jorge se enquadra na metodologia 5S, que possui como base cinco palavras japonesas cujas iniciais formam o nome do programa e visa melhorar o ambiente de trabalho e a qualidade de vidas das pessoas envolvidas.

Comerciante em Janiópolis, Favaron é adepto a novas tecnologias e é um exemplo de proatividade e organização de seu patrimônio. Ele está na agricultura há pouco tempo, e quando começou a sede da propriedade e implementos eram antigos. O cooperado, juntamente com seus funcionários, realizaram mudanças drásticas, desde alinhamento do terreno, ampliação do barracão, local para lavar os implementos e descartou tudo que não tinha aproveitamento. Outro ponto de destaque é o cuidado com os maquinários que, após a safra, colheitadeiras, caminhões, tratores, pulverizador e demais implementos são lavados e polidos.

Ele conta que a iniciativa de implantar o 5S na propriedade surgiu após conhecer a metodologia utilizada pela Coamo como forma de evitar desperdícios de materiais e otimizar o tempo de trabalho. “A ideia veio há cinco anos. Primeiro, ampliamos o barracão e investimos, depois fizemos os pisos na parte interna e externa. Aos poucos, fomos implementando a estrutura e organizando a propriedade”, conta.

Joelson com o agrônomo Macksuel Vinicius Coneglian: Organização facilita o trabalho na lavoura e no barracão

Em uma parte do barracão ficam as ferramentas, parafusos e acessórios. Todos separados por tamanho e forma de utilização. “Dessa maneira, tudo no seu lugar, evita a compra de produtos sem necessidade. Acontecia de não achar uma ferramenta ou uma determinada peça e comprávamos outra. Depois, acabava achando, pois estava jogado em algum canto. Isso tudo gera custo e sem necessidade.”  

A propriedade tem 80 alqueires e o cooperado trabalha com soja, milho, trigo e coberturas no sistema produtivo.  Favaron revela que a organização dos trabalhos  e do barracão ajuda para um melhor planejamento nas atividades agrícolas e resultam em um melhor resultado financeiramente. “A Coamo é a grande parceira em todo processo. Também não posso deixar de citar o empenho e trabalho dos funcionários que apoiam e implantam toda a organização”, assinala. De acordo com ele, ainda há planos de melhorias na propriedade com a construção de cerca e portão na sede.

O engenheiro agrônomo Macksuel Vinicius Coneglian, da Coamo em Janiópolis, ressalta que o cooperado é um bom exemplo de organização e planejamento.

Peças, parafusos e acessórios são todos armazenados e organizados por tamanho e prioridade de uso, assim como todas as ferramentas que são devidamente guardadas

“Auxiliamos ele em tudo que precisa para melhorar a atividade. Esse tipo de organização faz que com ele ganhe tempo nas operações, de espaço físico e fica com uma aparência bem melhor, dando qualidade para quem trabalha. “Melhora o trabalho como um todo e isso reflete na condução das lavouras e mais renda para o cooperado”, diz.

Outro exemplo de organização e planejamento vem de Mamborê (Centro-Oeste do Paraná). Na propriedade da família Moreira, o 5S já faz parte do dia a dia. No barracão, os lixos são separados corretamente, as ferramentas, peças, óleos e lubrificantes armazenados em locais apropriados e de fácil acesso. Flávio Spilka Moreira, que trabalha em parceria com o pai, tios e avô, diz que a iniciativa foi espelhada na Coamo. “A gente trouxe esse bom exemplo da Coamo para a nossa realidade. Temos projetos de outras melhorias, que estão sendo implantadas aos poucos.”  

Flávio Spilka Moreira, de Mamborê (PR), conta que iniciativa foi espelhada na Coamo Engenheiro agrônomo Diego Ferreira de Castro: "Um local de trabalho bem organizado proporciona mais agilidade nas operações, resultando num melhor rendimento."

De acordo com Moreira, a organização ajuda nas tarefas do dia a dia, seja na hora de utilizar uma ferramenta, uma peça ou até mesmo o maquinário que está sempre limpo e em condições de uso a qualquer momento. “Isso otimiza a mão de obra e beneficia o trabalho no campo. Se uma ferramenta não está no lugar, é porque alguém está usando. Se não fosse assim, ficaria tudo espalhado pelo barracão e a gente perderia tempo procurando ou até mesmo comprando outras, tendo um gasto desnecessário.”

A família conta com 372 alqueires, divididos com soja no verão e trigo no inverno.

Moreira observa que a organização na propriedade influencia na condução das atividades como um todo. “Isso também resultado em mais qualidade de trabalho para os funcionários. A gente nota uma motivação maior por parte deles que contam com um local mais limpo e apropriado para realizarem as tarefas do dia a dia”, pondera. 

De acordo com o engenheiro agrônomo Diego Ferreira de Castro, da Coamo em Mamborê, um local de trabalho bem organizado proporciona mais agilidade nas operações, resultando num melhor rendimento. “É mais fácil de as pessoas envolvidas seguirem as recomendações técnicas. O atraso de um ou dois dias em uma aplicação, por exemplo, pode impactar diretamente no resultado final, e com os produtos armazenadas e organizados da forma correta agiliza-se todo o processo e há um maior rendimento operacional”, destaca.

Na propriedade da família Moreira, os lixos são separados e tem destinação correta, os barracões sempre passam por uma limpeza e as ferramentas organizadas
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