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Amoras servem de alimentação para as lagartas que produzem a seda |
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Na constante busca por alternativas viáveis, lucrativas e sustentáveis, que contribuíssem para o incremento da renda e a otimização da propriedade, os irmãos Galli, de Corumbataí do Sul (Centro-Oeste do Paraná), encontraram na criação de bicho da seda a solução que procuravam. O sítio Nossa Senhora Aparecida, pequena propriedade da família localizada na comunidade Souza Leão, além de produzir milho e soja é ocupado pela amora. A planta serve de alimento para lagartas produtoras de seda, que mais tarde é comercializada com alto custo x benefício. “Já trabalhamos com muitas opções, mas a amora é uma boa alternativa para o sítio porque nos dá uma boa renda e não demanda trabalho pesado”, conta Odair Galli, um dos irmãos que está a frente no negócio.
O cooperado diz que a atividade inicia pelo plantio das plantas de amora, e em torno de cinco meses começam a brotar. Logo após vem a poda e em 90 dias o primeiro corte já passa a servir como alimento das lagartas, fornecidas por uma empresa especializada, que vão produzir as fibras. “Os galhos e folhas de amora já cortados ficam alojados no barracão e todos os dias de manhã e a tarde vamos alimentando as lagartas, sempre colocando junto o cal para evitar fungo e manter a cama seca”, explica.
Conforme Odair a atividade é rentável e vale a pena o investimento. “Começamos há pouco tempo, mas, o lucro é bem interessante”, declara, lembrando que a comercialização ocorre mensalmente. “Todos os meses tiramos a produção de seda e repassamos para a empresa que compra os casulos prontos. Em troca recebemos novas lagartas que passarão a fazer a fibra novamente”, comenta.
Parceiro no trabalho e nos negócios, João Roberto Galli, irmão do Odair, esclarece que a amora e o bicho da seda se tornaram uma boa alternativa para a propriedade porque o rendimento da lavoura aparece no final de cada safra e a produção da seda garante renda mensal durante nove a dez meses no ano. “Hoje a melhor opção tem sido essa atividade e queremos expandir o negócio, com certeza”, garante.
Região caracterizada pela diversificação, a amora é apenas uma opção encontrada em Corumbataí do Sul, onde os agricultores produzem além das lavouras comerciais de milho e soja, também café, entre tantas alternativas. “É uma questão de sustentabilidade porque no geral todos estão atrás de milho e soja, e aqui os Galli estão apostando na amora, assim como outros cooperados da região que estão investindo nessa alternativa e outras formas de diversificação também”, observa o engenheiro agrônomo Rodolfo Moreno Tedardi, do departamento de assistência técnica da Coamo.
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Sítio Nossa Senhora Aparecida, pequena propriedade da família Galli, localizada em Corumbataí do Sul, além de produzir milho e soja é ocupado pela amora |
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Conforme Odair a atividade é rentável e vale a pena o investimento |
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