Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 438 | Julho de 2014 | Campo Mourão - Paraná

Editorial

O mercado e as safras

Em julho, no dia 28 comemoramos o Dia do Agricultor, uma data importante para nós. O agricultor é uma das profissões mais importantes que existe, pois produz alimentos. Temos orgulho em sermos agricultores e fazer parte de uma classe que é forte, formada por homens e mulheres de fé, otimistas por natureza, e que com esperanças renovadas lançam suas sementes em solo fértil acreditando sempre na boa germinação e no desenvolvimento satisfatório para  colheitas promissoras.

O setor agrícola tem sido o esteio da economia brasileira com grande participação no PIB nacional, e esperamos que continue assim.   

Os associados à Coamo são agricultores diferenciados, pois têm uma cooperativa que dá o suporte necessário para que possam  fazer o que melhor sabem, que é produzir alimentos. Outro ponto fundamental é que os associados da Coamo são tratados de forma igual, independente, do tamanho da propriedade.

SAFRA – As previsões indicam que teremos uma grande safra. É importante produzir bem porque os custos são elevados. Por outro lado, reivindicamos uma política do governo de preços mínimos que cubram os custos, e também mais apoio às exportações. Dessa forma, não teremos grandes problemas e poderemos produzir bem e, cada vez, em maiores volumes.

MILHO SAFRINHA – O cenário atual prevê que os agricultores terão resultados positivos com as colheitas do milho segunda safra, mais conhecido como milho safrinha, que é muito maior que a primeira safra, a do milho verão. As lavouras estão em fase de colheita e as expectativas são para colheitas com boas produtividades. 

Por sua vez, os bons volumes de milho safrinha provocam um excedente no estoque do cereal. Nesse último ano, as exportações para outros países não estão no mesmo volume como registrado no ano passado e isso faz com haja que uma pressão nos preços.

COTAÇÕES INTERNACIONAIS - As cotações dos grãos estão caindo no mercado internacional. Há um tempo, a soja, por exemplo, chegou a ficar entre US$ 17 e US$ 18 por bushel de 27,3 quilos. Depois, foi caindo e nos últimos meses, tem ficado entre US$ 10 e US$ 11. É uma situação que preocupa e ocorre por influência das projeções de safra que indicam uma previsão da safra norte-americana de cerca de 104 milhões de toneladas de soja. Nunca os Estados Unidos produziram tanta soja. Na última safra americana  foram 89,5 milhões de toneladas e no Brasil foram 87,5 milhões de toneladas de soja. A previsão para a nova safra nacional é atingir 91 milhões de toneladas. São safras de grandes volumes que provocam queda nos preços na Bolsa de Chicago.

Mesmo com a safra americana transcorrendo bem, é preciso aguardar até setembro para ver se os resultados da safra americana serão confirmados. Há muita coisa ainda pela frente, mas hoje há uma expectativa pessimista quanto aos preços, mas amanhã pode ser bem diferente.

TRIGO - Em relação ao trigo, a expectativa de produção também é boa, com o aumento da área de plantio e o bom estágio das lavouras na fase de enchimento dos grãos. Mais para a região Sul da Coamo o trigo é plantado mais tarde.

O que preocupa um pouco é a ocorrência de algumas doenças como brusone e giberela, devido ao clima, com a necessidade maior de tratamento. As lavouras plantadas mais tarde ainda não tiveram problemas mais severos.

Não há como fazer uma projeção de volumes porque o trigo é uma lavoura de risco, mas a produção deste ano deve ser bem maior que do ano passado, atingida severamente pela geada. Se tudo correr bem, a Coamo deverá receber mais de 12 milhões de sacas. Porém, temos que aguardar devido a uma série de fatores que poderá alterar as previsões e o desenvolvimento da lavoura.

SAFRA DE VERÃO – Devido ao grande volume da safrinha, muitos produtores deverão reduzir o cultivo do milho na safra de verão. Em alguns lugares, existe a possibilidade de que o plantio deverá ser 50% menor. Essa área passará para a soja, que assim, terá sua área aumentada. Mas, temos tudo ainda pela frente em relação à cultura, já que a soja será plantada somente a partir do fim de setembro.

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