Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 438 | Julho de 2014 | Campo Mourão - Paraná

Agricultura

Safrinha que virou SAFRONA

Colheita do milho segunda safra está em ritmo acelerado na área de ação da Coamo e com boas produtividades que acabam viabilizando os investimentos

Fábio Azevedo, cooperado em Peabiru (Centro-Oeste do Paraná)

Se os preços não têm sido muito animadores, pelo menos o clima não atrapalhou e os cooperados vem alcançando bons resultados com o milho safrinha. A boa produtividade acaba viabilizando os investimentos, que na maioria das vezes são realizados com recursos próprios. E os cooperados não perdem tempo a colocaram as máquinas no campo, e a todo vapor. Em diversas regiões da Coamo a colheita do milho segunda safra está em ritmo acelerado.

O presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, comenta que os cooperados estão tendo um resultado positivo com o milho safrinha “As lavouras estão em fase de colheita e acredito que renderá uma grande safra. Pena que temos um excedente grande de milho e, nesse último ano, as exportações para outros países não estão no mesmo volume, como registrado no ano passado, por exemplo. Isso faz com que o excedente pressione o preço”, observa.

De acordo com ele, o milho de segunda safra já deixou de ser safrinha faz tempo, mas continua com o mesmo nome. “Nós gostaríamos de chamá-la de segunda safra, mas não pega. É milho safrinha mesmo, apesar de ser muito maior que o da primeira safra, de verão”, frisa.

Colheita em Peabiru com altas produtividades

Com o clima a favor e com os cooperados cada vez mais tecnificados, a expectativa é de um balanço positivo e com altas produtividades em Peabiru (Centro-Oeste do Paraná). Situação que o cooperado Fábio André de Azevedo também vivencia. “As produtividades estão excelentes e compatíveis com as do ano anterior, o clima foi favorável para o desenvolvimento da cultura. Enfim, tudo está caminhando bem”, comemora.

O cooperado vem tendo boas médias e espera para esta safra a continuidade de um bom trabalho, uma colheita com médias de 250 sacas por alqueire. “Nos três últimos anos mantemos uma média de 210 e 225 sacas”, frisa. Para Fábio, estes bons índices de produção devem ser atribuídos a diversos fatores. “Sem dúvida, o clima é o principal aspecto que nos têm favorecido. Porém, as tecnologias como o plantio direto e os novos híbridos de milho são peças fundamentais para a conquista destas altas produtividades no decorrer dos anos. Eu trabalho com meu pai Orozimbo José de Azevedo Neto  sempre procuramos nos atualizar com a melhor tecnologia”, explica.

Outro segredo para o sucesso na lavoura é o planejamento, conforme revela Azevedo, que já está com a próxima safra organizada. “A partir de agora começamos um novo manejo para a safra de verão que começamos a plantar em outubro. Já fizemos o pré-custeio e estamos com todo planejamento em dia. Só precisamos contar com o clima, pois nossa parte já fizemos, inclusive com a adoção de tecnologias e utilizando as cultivares adequadas”, diz o cooperado.

Cooperado de longa data, Fábio ainda atribui a conquista das altas produtividades ao apoio da Coamo. “Devido a assistência técnica, aos dias de campo, onde sempre são apresentadas novas tecnologias, estamos conquistando melhores produtividades. Temos que buscar as tecnologias, ficar atento ao mercado, ver o que mais se adequada a nossa região e nunca se limitar há apenas o que temos. Por meio do apoio da Coamo conseguimos desenvolver tudo isso. ”

De acordo com o engenheiro agrônomo, José Petruise Ferreira Júnior, do Departamento Técnico da Coamo em Peabiru, o clima contribuiu para um bom desenvolvimento das lavouras e a expectativa de colheita é positiva. “Estamos com 30% da área colhida e até o momento com uma média geral de 250 sacas por alqueire chegando 330 em alguns casos. Se pegarmos o histórico da região, são médias excelentes que atribuímos à evolução e compreensão do produtor da região da necessidade de se adequar às novas tecnologias, como o uso de adubação, híbridos e cultivares atualizadas. Enfim uma série de fatores que contribuem para atingirmos esses bons índices”, orienta Petruise.

Colhendo investimentos em Quinta do Sol

Lucas e Gabriel cooperados da Coamo em Quinta do Sol (Centro-Norte do Paraná)

Ânimo é o que não falta para os cooperados Gabriel de Freitas Mendonça e Lucas Gabriel Mendonça, pai e filho de Quinta do Sol (Centro-Oeste do Paraná). Os resultados com a colheita têm sido dentro do esperado e sucesso é graças aos investimentos realizados. “A tecnologia foi fundamental, mas o tempo ajudou bastante também”, comenta ‘seo’ Gabriel.

Com 30% da área colhida, ele acredita que a média deve fechar perto das 280 sacas por alqueire. “É uma boa média e para melhorar ainda mais só precisamos de um preço melhor. Contudo, como estamos produzindo bem dá para pagar as contas e ainda sobra um pouco”, ressalta.

Cooperado desde a década de 80, ‘seo’ Gabriel observa que a evolução foi grande, principalmente com novos híbridos que produzem mais. “São várias as tecnologias que estão fazendo parte do no dia a dia. São práticas e novidades que vieram para facilitar o nosso trabalho e elevar as produtividades. Fazendo a nossa parte bem feita, só nos resta torcer para que o clima colabore e que os preços do milho melhorem”, comenta.     

Lucas conta que a colheita é o momento de confirmar os resultados e os investimentos realizados durante o plantio e o desenvolvimento das lavouras.  “A nossa parte nós sempre fazemos que é usar uma boa tecnologia. Tudo começa com uma boa adubação do solo e depois segue com usos de defensivos de ponta. O resultado não poderia ser outro”, comenta Lucas.

Gabriel e Lucas com o agrônomo Jean Roger da Silva Frez

De acordo com o cooperado o investimento empregado na segunda safra de milho é o mesmo de uma safra de verão. “Essa safra já deixou de ser safrinha faz tempo e prova disso é que toda a região está colhendo bem. São médias satisfatórias e que justificam todo o investimento”, ressalta e acrescenta que a qualidade do milho também está surpreendendo.

O engenheiro agrônomo Jean Roger da Silva Frez, do Detec da Coamo em Quinta do Sol, revela que os cooperados da região estão sempre buscando aumentar as médias e que os investimentos em novos híbridos, em adubação e os cuidados com a sanidade das lavouras têm sido constantes. “São ações necessárias para que as plantas expressem o máximo do potencial produtivo. O produtor mais consciente vem fazendo esse investimento e obtendo melhores produtividades”, diz.

Na região de Quinta do Sol, a colheita atinge 40% e média em torno de 260 e em alguns casos ultrapassando as 300 sacas por alqueire. “Além de boas médias, a qualidade está boa. Isso mostra que vale a pena investir e fazer todos os tratos culturais recomendados”, observa Jean.

Tecnologia no Oeste do Paraná

Em Toledo (Oeste do Paraná), o cooperado Arno Dresch está satisfeito com os resultados da segunda safra de milho. Parte da área foi afetada por ventos fortes que passaram pela região Oeste no dia 21 de abril o que impactou na produtividade. Contudo, a qualidade dos grãos foi melhor do que o esperado e a produtividade dentro das médias histórica da região.

“A colheita ficou um pouco mais demorada devido ao fato de que muitas plantas caíram com os fortes ventos, mas mesmo assim foi dentro do esperado”, comenta ‘seo’ Arno. Com a colheita já finalizada, a produtividade média ficou em torno de 230 sacas por alqueire. “A gente sempre espera mais, mas levando em consideração que o clima não foi dos melhores ainda assim estamos com uma boa média que cobre pelo menos os custos”, acrescenta o cooperado.

O maior problema, segundo o cooperado, é o preço do milho, em torno de R$ 18. “O custo de plantio foi alto e esperamos um preço melhor de venda. Vamos torcer para que recupere mais na frente, pois o investimento da safrinha é praticamente o mesmo da lavoura no verão. Diante disso, é preciso produzir e vender bem”, diz.

O engenheiro agrônomo Itamar Leandro Suss, encarregado Detec da Coamo em Toledo, revela que algumas áreas da região Oeste produziram até 300 sacas de milho safrinha e que a média ficou em torno de 200 e 210 sacas por alqueire. “É uma produtividade considerada normal para o período e para as condições de clima, como chuva e ventos que atingiram as lavouras. De um modo geral, os cooperados estão contentes com a cultura na região que tem poucas opções para o inverno.”

Arno Dresch com o agrônomo Itamar Leandro Suss

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