Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 492 | Junho de 2019 | Campo Mourão - Paraná

MILHO SEGUNDA SAFRA

Safra de encher os olhos

Cooperado Gilmar Nerci Rosler, de Nova Santa Rosa (Oeste do Paraná), investiu mais neste ano e conseguiu um bom resultado com o milho

Já há algum tempo a segunda safra de milho deixou de ser apenas um complemento à produção do cereal e ganhou espaço importante nos campos da produtividade. Se antes era chamada de safrinha, hoje já não pode se dizer o mesmo se levar em consideração a produtividade. O movimento intenso de colheitadeiras no campo mostra mais uma safra sendo colhida nas regiões produtoras da lavoura e com boa expectativa de produção. 

Na região Oeste do Paraná, a colheita foi retomada no início de junho, após ser paralisada pelas chuvas no final de maio. A expectativa é grande com o cereal que toma conta das áreas de produção. Neste ano, o cooperado Gilmar Nerci Rosler, de Nova Santa Rosa (Oeste do Paraná), investiu mais e conseguiu um bom resultado com o milho. Ele fechou com produtividade média de cerca de 350 sacas por alqueire na área de 38 alqueires. “As plantas semeadas primeiro renderam menos do que as plantadas mais tarde.

Fizemos uma adubação e correção do solo buscando o máximo em produtividade”, assinala.

De acordo com o associado, o clima contribuiu para o bom desenvolvimento da lavoura, e a chuva registrada no final de maio não prejudicou a qualidade e a produção. “Houve apenas uma paralisação na colheita. Esperamos secar bem e continuamos o trabalho”, diz Rosler.

O cooperado recorda que a safra de verão foi ruim devido ao clima que derrubou a produtividade, e a boa produção da segunda safra de milho dá um alívio maior no campo. “Tivemos perdas significantes com a soja e ficaram algumas contas que serão quitadas com o milho”, ressalta Rosler. Ele acrescenta que a soja é a principal safra, mas que o milho tem sua importância para a geração de renda dos agricultores.

Segundo o engenheiro agrônomo Thiago Fabrício Nagaoka da Silva, da Coamo em Nova Santa Rosa, houve um grande investimento por parte dos cooperados com o objetivo de altas produtividades e o resultado foi dentro do esperado. “A colheita está mostrando que teremos uma boa produção, contribuindo para o associado que teve prejuízos com a soja. Tivemos áreas com colheitas que não passaram de 50 sacas por alqueire e essa boa produtividade do milho ameniza a perda de renda”, pondera.

 O agrônomo revela que as lavouras plantadas até o dia oito de janeiro, sofreram um pouco mais do que as cultivadas após o dia 15. Isso devido ao clima seco registrado em março. “As condições climáticas não favoreceram o desenvolvimento da cultura e ainda tivemos ataques de pragas e doenças. Contudo, ainda estávamos vendo boas produtividades. O associado que segue as orientações técnicas e faz um bom investimento, acaba tendo um resultado melhor. Isso é o que estamos vendo no campo”, comenta Silva.

Cooperado Gilmar Nerci Rosler com o engenheiro agrônomo Thiago Fabricio Nagaoka da Silva Irmãos João e Luiz Pavaneli acompanham a colheita com o engenheiro agrônomo Marcos Cosme de Araújo

Mais investimento

João e Luiz Pavaneli são produtores tradicionais de milho segunda safra e investem na cultura como opção de renda

No distrito de Bandeirante do Oeste, município de Quarto Centenário (Centro-Oeste do Paraná), o sol já estava se pondo e mais um dia de trabalhando terminando em uma das áreas com milho segunda safra dos irmãos João e Luiz Pavaneli.  Foram 59 alqueires cultivados com o cereal e uma produtividade média de 300 sacas por alqueire. “Foi um ano muito bom para o milho. Plantamos um pouco mais cedo o que nos animou para um investimento maior e o resultado dentro da expectativa”, observa Luiz Pavaneli.

O associado é produtor tradicional de milho segunda safra. Ele ressalta que no início da cultura não havia muito investimento até porque faltavam linhas de financiamentos e tinham poucas variedades. “Com o tempo, novas tecnologias surgiram e elevaram a produção. Hoje não podemos mais dizer que é uma safrinha, é sim uma safrona, uma safra cheia”, comemora. Porém, ele recorda que nem sempre o clima contribui. “Em 2018, a safra não foi tão boa e até ficamos com um pouco de medo de investir neste ano. Mas, no final, acabamos fechando com uma boa produção.”

Pavaneli destaca que a segunda safra de milho faz parte do sistema produtivo dos irmãos e tem grande importância na agregação de renda. “Sempre buscamos novas variedades e tecnologias que possam incrementar a produtividade”, frisa o associado.

Segundo o engenheiro agrônomo Marcos Cosme de Araújo, da Coamo em Quarto Centenário, o bom resultado no campo é fruto do investimento e interesse dos associados pela segunda safra de milho. Ele ressalta que neste ano tudo ocorreu bem, desde o clima até o período de plantio, que foi antecipado. “Os investimentos fizeram com que as plantas alçassem todo o potencial produtivo. É um trabalho que vem sendo realizado a cada ano, com adoção de novas tecnologias e manejos adequados na lavoura. As produtividades vêm aumentando, gerando mais renda e animo no campo.”

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