A Coamo recebeu em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), nos dias 29 e 30 de maio, a “Expedição da Agricultura para a Vida”, da Corteva Agriscience. Trata-se de um projeto educacional itinerante lançado para promover as Boas Práticas Agrícolas em cinco pilares fundamentais na agricultura: tecnologia de aplicação, manejo integrado de ervas daninhas, manejo integrado de pragas, manejo integrado de doenças e exposição do trabalhador.
Além de Campo Mourão, o projeto passou por Toledo (Oeste do Paraná) e Mangueirinha (Sudoeste do Paraná). As apresentações foram realizadas por pesquisadores de várias instituições, de forma dinâmica e interativa, em um caminhão adaptado para receber os participantes.
O engenheiro agrônomo Alisson Augusto Barbieri Mota, da AgroEfetiva – empresa de pesquisa na área de tecnologia de aplicação –, explica que as boas práticas na aplicação dos defensivos tornam a agricultura mais sustentável, segura e economicamente viável. “Abordamos os principais pontos para equilibrar o uso de defensivos agrícolas. São ações que vão desde a escolha da ponta de pulverização, conhecimento das condições meteorológicas, equipamentos e misturas em tanque. Tudo isso para que ocorra o mínimo de perdas e que a aplicação seja eficiente contra pragas, doenças ou plantas daninhas”, assinala.
Segundo o especialista na área de plantas daninhas da Universidade de Passo Fundo (RS), engenheiro agrônomo Mauro Antônio Rizzardi, por se tratar de um projeto itinerante, o primeiro passo é interagir e trocar informações com o agricultor sobre a realidade local. “Traçamos um paralelo do que está acontecendo e do que pode vir em termos de espécies tolerantes ou resistentes aos herbicidas. Colocamos alternativas para enfrentar o problema e, acima de tudo, diminuir o processo de disseminação ou dispersão dessas espécies nas diferentes regiões do Brasil.”
Rizzardi observa que o principal modelo produtivo adotado pelos agricultores é o simplista, com repetição de culturas na mesma área ao longo do tempo. “Os agricultores precisam diversificar as culturas e rotacionar herbicidas. É preciso pensar o sistema como um todo”, ressalta.
A engenheira agrônoma Simone Silva Vieira, pesquisadora da Unesp Botucatu (SP), mostrou que o manejo integrado de pragas e doenças deve ser construído ao longo do tempo. “O que é feito em uma safra influencia na outra. As boas práticas agrícolas podem ajudar o agricultor a tirar o máximo de proveito das ferramentas de controle”, comenta.
Conforme a pesquisadora, se o controle não for realizado de forma eficiente as pragas que estão em uma cultura acabam se adaptando em outra. “A população dos insetos aumenta e se multiplica e a mesma coisa ocorre com as doenças. A falta de manejo em um ano pode influenciar no outro ano e, nesse sentido, as estratégias e as boas práticas favorecem ao longo dos anos para um bom manejo de pragas e doenças”, diz Simone.
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