TRIGO nosso de cada dia
No vento o trigo dança suave e no sol brilha, exaltando toda a sua beleza. Um dos alimentos mais antigos do mundo, o cereal é responsável por significativa parcela da movimentação mercadológica nacional. É popular devido a variedade de produtos que podem ser extraídos, como pães, massas, e até bebidas, como a cerveja. Apesar de extremamente popular no Brasil, não é um alimento natural da América do Sul. As primeiras plantações foram identificadas no Egito.
O trigo foi trazido ao Brasil pelos portugueses, que criaram as primeiras plantações no Estado de São Paulo. Hoje, o Brasil é produtor desse alimento e o cereal, é um dos principais ingredientes presentes na mesa do brasileiro e, portanto, essencial para a manutenção da saúde de muitas famílias.
Na Coamo, o trigo também ocupa um lugar privilegiado. Afinal de contas, a Coamo foi feita para este cereal. Em 1975, iniciaram as operações do moinho de trigo, em Campo Mourão. Em diversas regiões, é produzido pelos cooperados, que carregam verdadeiro amor pela cultura milenar. Sem contar, que a semente germinada no campo, mais tarde chega à mesa de milhares de brasileiros.
Orgulhoso de fazer parte deste trabalho, o cooperado Wilson Menin, de Mamborê (Centro- -Oeste do Paraná), plantou na última safra 140 alqueires de trigo na propriedade Rio Sertão. “Saber que minha família, amigos e milhares de outras pessoas irão consumir o grão que eu cultivei com o máximo de carinho possível é muito satisfatório. Em cada grão que planto tem uma história que é repassada para diversas famílias brasileiras.”
O cuidado do associado começa na escolha da semente. “A opção pelas variedades de qual trigo plantar vem de uma conversa com o corpo técnico da Coamo, para ser produtiva, sadia e com qualidades industriais. É importante saber qual a finalidade que será dada ao trigo, um produto tão especial que está na mesa do brasileiro todo o dia. Eu só utilizo sementes Coamo, que vêm prontas para eu plantar com todos os tratamentos necessários. Meu trabalho é escolher a variedade, o momento de plantio e os tratos agronômicos, pois tenho a certeza de que vou plantar uma semente de qualidade.”
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Wilson Menin, de Mamborê (PR), se orgulha em produzir matéria-prima que será utilizada na produção de alimentos |
Menin acrescenta que o cereal exige rigor técnico no cultivo. “Escolho sementes com qualidades relacionadas à panificação. Faço todo o acompanhamento para que não tenha nenhum tipo de doença e não sofra nenhuma intempérie climática. Depois, na colheita, quando vou descarregar minha carga na Coamo, é realizada a classificação e dada a qualidade da farinha, para saber qual será a sua destinação, se será para pão, macarrão, bolacha, cada um tem seu tipo. Realizamos nosso trabalho pensando no consumidor e no mercado.”
Outro ponto chave para produzir um cereal de qualidade, segundo Wilson Menin, é a atualização científica constante. “Eu sempre acompanho o mercado e a pesquisa, e participo de eventos técnicos da cooperativa, para saber quais são as novas variedades e qual a qualidade de panificação desse trigo. Preciso saber se o trigo que planto dará uma boa farinha, para a dona de casa produzir um pão macio e claro.”
Com todo esse cuidado, Menin revela que se sente satisfeito quando fica sabendo de pessoas que tiveram bons resultados com a farinha de trigo da Coamo. “Eu tenho orgulho da marca Coamo, tenho orgulho quando recebo retornos positivos, porque é um pedaço meu. É o fruto do meu trabalho que está na mesa das pessoas. Penso que produzir alimentos é uma das maiores satisfações do agricultor”, conta.
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Momento da chegada do trigo no moinho |
Teste de qualidade dos grãos antes da industrialização |
O trigo entregue nas unidades da Coamo é destinado para os moinhos de trigo da em Campo Mourão e Mamborê (PR). O cereal passará por uma classificação, onde será avaliada a quantidade de impurezas. As indústrias da Coamo utilizam de Boas Práticas de Fabricação. Se o trigo for aprovado, ele será segregado dentro dos oito silos da indústria de acordo com a sua classe.
Segundo o gerente do Moinho de Trigo, Romão Ferreira Rodrigues Neto, depois da classificação e de acordo com a demanda comercial inicia-se o beneficiamento do grão. “O trigo passará por uma pré-limpeza por meio de equipamentos que retiram impurezas maiores e menores que o grão. Em seguida, ele passará por uma primeira limpeza, onde também realizamos uma seleção ótica dos grãos, separando de acordo com o seu tamanho, dimensão e coloração, além de separar as impurezas da massa de grãos.”
Romão Neto revela ainda que após essa etapa será realizada a hidratação e descanso do trigo. “Essa etapa é fundamental para que o grão absorva a água e após expandir em volume, passe pelo processo de moagem. O gérmen e o farelo serão separados no peneiramento. Assim, teremos a classificação e tipificação das farinhas. Depois, ocorre o enriquecimento com ferro e ácido fólico, e as farinhas passam por um peneiramento de segurança, uma bateria de imãs e por um processo de desinfestação, seguindo para o silo de produto acabado.”
A próxima etapa, é o envase, conforme relata o gerente. “Nesse momento os produtos para linha de indústria são envasados em Big Bag’s e a granel. Para a linha de padarias e atacados são envasados em sacarias de ráfia ou papel de 25 e 50Kg no carrossel e, para linha de varejo, pelas empacotadoras de 1kg e 5kg, em embalagens de plástico e papel, todos passando por detectores de metais com rigoroso controle de processo.”
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Moinho de Trigo Coamo conta com tecnologia de ponta em todo o processo de industrialização |
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Vista aérea do Moinho de Trigo no Parque Industrial da Coamo, em Campo Mourão (PR) |
O padrão de qualidade do grão é semelhante ao que os clientes finais exigem no produto acabado. “Esse trigo precisa ter uma qualidade intrínseca de tal forma que atenda toda a legislação. Além disso, nossos clientes são mais exigentes que a própria lei. Então, esse grão precisa ter uma qualidade de sanitização muito boa. No nosso caso, somos privilegiados, pois diferente dos nossos concorrentes, estamos envolvidos no processo desde o início do plantio do grão pelo nosso cooperado, até o final da cadeia que já é a entrega para o cliente. Estamos literalmente do campo até a mesa”, considera o gerente do Moinho de Trigo da Coamo.
Romão Neto salienta que o trabalho no campo faz toda a diferença. “O capricho que o cooperado da Coamo tem com a lavoura no dia a dia, somado a toda condição de automação e tecnologia que o nosso moinho possui, é uma combinação perfeita de sucesso. É o que dá uma qualidade ímpar em nosso produto, inclusive, atestada pelos nossos clientes e consumidores.”
Com pouco contato manual diretamente com o produto, o moinho de trigo da Coamo, é mais seguro. “Devido a toda automação que temos nas etapas da moagem, conseguimos atestar no quesito da segurança de alimentos, uma qualidade ainda maior. Inclusive no final de setembro o moinho de trigo passou pela pré-auditoria da certificação na FSSC 22000, a norma ISO de segurança alimentar.
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Teste da farinha na preparação de pães |
Apresentação da estrutura do Moinho de Trigo |
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Romão Ferreira Neto, gerente do Moinho de Trigo, no envase das farinhas |
FIQUE POR DENTRO
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Tudo começou com um Moinho de Trigo localizado no centro de Campo Mourão, que processava 30 toneladas por dia.
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Hoje 500 toneladas por dia são processadas em Campo Mourão, e 200 t/d em Mamborê, totalizando 700 toneladas. Equivale a mais de 11.600 sacas de trigo por dia;
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São mais de 220.000 toneladas de trigo industrializadas anualmente, ou seja, mais de 3.600.000 sacas.
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Excedente da produção dos associados é comercializada no mercado interno como commoditie;
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Moinho de Trigo serve também como um grande laboratório com informações sobre rendimento e qualidade do grão para facilitar a comercialização do trigo em grãos;
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Todos lotes produzidos são testados em nosso laboratório industrial de panificação.
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Estrutura do Moinho de Trigo Coamo foi planejada para ser dobrada.
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Do Moinho de Trigo da Coamo saem diversos produtos que compõem os Alimentos Coamo por meio das marcas Coamo e Anniela. São farinhas de trigo tradicionais, especiais e específicas, além de Misturas para pães e bolos.
Quanto a produção das farinhas integrais destacam-se três opções: a reconstituída que é a branca somada ao farelo; a farinha integral processada em moinho de pedra em um circuito independente e praticamente artesanal ; e a pré mistura Integral, que já vem com a aditivação para facilitar a vida do padeiro. Com relação as misturas de pães e bolos, há também uma condição especial para produzi-las”, afirma Romão Neto.
Origem do trigo
O trigo está presente há cerca de 10 mil anos na história da humanidade. A "invenção" do pão, atribuída aos egípcios, após observarem o processo de fermentação de uma massa feita de farinha de trigo foi há 4.000 anos A.C. Os primeiros biscoitos também apareceram no Egito. As receitas eram à base de trigo, água e mel. Da Mesopotâmia, o trigo se espalhou pelo mundo. Na China, o trigo começou a ser usado como farinha e para fazer macarrão e pastel. Já no século 9, estima-se que os árabes tenham levado para a Itália o macarrão - que teria origem chinesa. O cultivo do trigo se expandiu nas regiões mais frias da Europa, como Rússia e Polônia, no século 15.
No Brasil
O trigo chegou ao Brasil em 1534, trazido por Martim Afonso de Souza, que desembarcou na capitania de São Vicente. O clima quente dificultou a expansão da cultura. Foi só na segunda metade do Século XVIII que a cultura do trigo começou a se desenvolver no Rio Grande do Sul.
A partir da década de 1940, as plantações de trigo começaram a expandir no Rio Grande do Sul e no Paraná, que se transformou no principal estado produtor no Brasil. Pesquisas com sementes permitiram aumentar a área plantada e o rendimento da cultura, mas o país ainda está longe de ser autossuficiente na produção de trigo, haja vista, que as regiões Norte e Nordeste não produzem o cereal.
O portfólio de farinhas da Coamo está crescendo. Com um Moinho de Trigo versátil e tecnológico, é possível desenvolver os mais variados tipos de farinhas. Os lançamentos para este mês de outubro são a Farinha de Trigo Coamo Super Premium e a Farinha de Trigo Coamo para Massa Fresca. Ambas elaboradoras com a marca de qualidade e garantia da cooperativa, para valorizar as melhores receitas.
Enriquecida com ferro e ácido fólico, a Farinha de Trigo Coamo Super Premium é ideal para o preparo de pães artesanais como focaccia, pão italiano, baguete e ciabata. Com ela, a massa fica ainda mais branquinha. Esse produto será comercializado em embalagens de 1kg e 5kg. “O consumidor irá se deparar com o que se tem de melhor da qualidade do grão, pois será fabricada com a parte nobre do trigo. É um produto realmente diferenciado, que vai proporcionar ao consumidor excelente performance e qualidade. Para os consumidores que apreciam ter na mesa pães com miolo bem clarinho, este produto vai atender perfeitamente as expectativas, tanto neste aspecto, como também em seu desempenho quando aplicado em receitas de pães especiais”, adianta o gerente do moinho de Trigo, Romão Ferreira Rodrigues Neto.
Quanto a Farinha de trigo Coamo Massa Fresca é ideal para o preparo de massas refrigeradas, como macarrão, lasanha e massas recheadas, todos frescos. Esse produto será comercializado em embalagem de 5kg. “Trata-se de um produto com características diferenciadas, que também não terá problemas com o escurecimento. O produto vem de uma característica peculiar do grão, de baixo teor de cinzas, e qualidade diferenciada”, revela Romão Neto.
Ainda segundo o gerente do Moinho de Trigo, todas têm o mesmo padrão de qualidade dos demais produtos do Moinho de Trigo da Coamo. “Não há contato manual em nossos produtos. Garantimos a segurança destes alimentos, pois temos no processo várias blendagens para ter a garantia no produto. Adotamos as Boas Práticas de Fabricação.”
Romão Neto acrescenta que tanto o consumidor doméstico quanto industrial, irão se surpreender. “Estamos entregando farinhas para agregar valor ao seu produto por uma qualidade diferenciada. Quanto ao consumidor de varejo, seguindo as tendências da culinária gourmet, sem dúvidas, terá excelentes resultados.”
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