São muitas as histórias de desbravamento vivenciadas por imigrantes que resolveram mudar de vida, apostando nas terras do Mato Grosso do Sul, que já eram boas, com o tempo e a inserção de tecnologia se tornaram ainda mais férteis e produtivas. A família Ansilago, por exemplo, saiu do Rio Grande do Sul para “fincar estacas” e produzir grãos em Aral Moreira, no Sudoeste do Estado Sul-Matogrossense, onde conseguiram evoluir e superar todos os desafios encontrados quando chegaram à região no ano de 1977.
Itelvino Ansilago (patriarca) os filhos Aldir e Ladi e a esposa Edit Ansilago
Filhos do ‘seo’ Itelvino Ansilago (patriarca da família), Ladi Caetano é responsável pelo trabalho na lavoura. O irmão Aldir sofreu um acidente na propriedade há anos, e hoje cuida da administração além de contribuir com pequenos serviços do dia a dia. Ladi recorda que quando chegaram não sabiam nada de agricultura e com a falta de parceiros por perto, tinham de levar a produção de soja até Ponta Porã, cerca de 80 quilômetros de distância, percorridos por estradas ruins. “Passávamos horas e até dias na fila além de ter de pagar frete. Era muito difícil”, lembra.
DIAS MELHORES – Conforme o cooperado, com o tempo tudo foi melhorando, mas a comodidade mesmo só após a chegada da Coamo, que além de tecnologia levou para região muitos outros serviços que facilitou a vida do produtor. “Temos tudo hoje na Coamo. Desde loja de peças, assistência técnica até a Credicoamo que também nos auxilia bastante”, agradece Ladi, lembrando que no inicio a desconfiança era inevitável, mas que o namoro com a cooperativa virou casamento consolidado. “No principio ficamos com um pé atrás porque a gente não conhecia, nunca havíamos trabalhado com cooperativa. Mas deu tudo certo e hoje estamos felizes com a Coamo”, diz.
Na visão do agrônomo Wendell Rodrigues, do departamento de assistência técnica da Coamo em Aral Moreira, os Ansilago são parceiros que crescem junto com a cooperativa, por não medirem esforços no momento de lançar mão de tecnologias importantes para o desenvolvimento das lavouras. “Eles nos dão segurança porque seguem realmente as recomendações e confiam no nosso trabalho. Os Ansilago chegaram aqui há muito tempo, criaram raízes e são referência para muitos vizinhos em Aral Moreira. Isso também nos ajuda bastante, pois fazemos um trabalho conjunto na propriedade”, esclarece Rodrigues.
Quem não conhece o cooperado Pedro Triches, proprietário do Sítio São Marcos, em Laguna Carapã, também no Sudoeste do Mato Grosso do Sul, nem imagina quantas foram às batalhas encaradas por ele e sua família, desde que chegou à região no início da década de 70, há 44 anos.
Ele é um dos pioneiros desbravadores do município. Quando quando chegou havia apenas três casas e uma escola rural, que hoje não existe mais. A falta de estrutura da época não foi suficiente para desanimar o produtor que migrou de Descanso, em Santa Catarina, com o objetivo de cultivar soja em Laguna. Ele garante que todo esforço valeu a pena. “Se eu fosse contar minha história daria dois e não apenas um livro. Realmente foi compensador, até porque o homem vai embora, mas se deixarmos algo de bom as obras ficam”, filosofa Pedro Triches, lembrando das dificuldades que passou. “Quando cheguei aqui não tinha nada. Não tinha escola, armazém, estrada, não tinha meio de comunicação, não tinha nada. Era tão desvalorizada a região que você trocava um cavalo bem encilhado por 100 hectares de terra”, recorda.
Realidade que com o tempo foi mudando para melhor, transformando o município em um dos grandes produtores de grão daquela região do Estado. O arroz era o grande negócio de época. Hoje, a soja no verão e o milho no inverno são as principais culturas exploradas em Laguna Carapã. “Antes não produzíamos mais que 40 sacos de soja de média por hectare, hoje conseguimos produzir em anos bons 65 a 70 sacos por hectare com certeza.”
PARCERIA – Contudo, para o cooperado Pedro Triches, que sempre foi cooperativista, a chegada da Coamo foi fundamental para o desenvolvimento da atividade. “Quando a Coamo chegou logo me associei. Não conhecia direito, mas sabia que era uma das melhores da América Latina. Estou na Coamo e me sinto muito bem. Acho que foi um sucesso para o nosso município. É uma parceria que tem se fortalecido cada dia mais. Ela tem muitas vantagens em relação às outras e penso que ninguém pode reclamar”, afirma Triches.
TECNOLOGIA – A história do cooperado é referencia para os outros produtores da região, uma vez que além de ter contribuído com o desenvolvimento da região, Pedro Triches também é exemplo na utilização de tecnologia com bons resultados na propriedade. O agrônomo Juliano Ferri de Oliveira, do departamento de assistência técnica da Coamo, diz que ele é parceiro em todos os sentidos. “É um produtor diferente porque está sempre disponível para a adoção de tecnologia e inclusive fornece suas áreas para a montagem de experimentos que ajudam a melhorar a produtividade não apenas dele, mas de todos os outros cooperados que aderem as novas técnicas mais tarde”, acrescenta.
É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados ou citados não exprimem, necessariamente, a opinião do Jornal Coamo.