“Conhecimento e medidas preventivas adotadas podem
garantir maior segurança na comunidade rural.”
“Sempre busquei contribuir com a comunidade levando informações relacionadas a área da Segurança Pública. Ao longo desses anos, foram diversas palestras ministradas para alunos, professores e comunidade em geral, com temas diversos, associando teoria à prática policial, com foco em segurança preventiva”. A afirmação é da Investigadora na Polícia Civil do Paraná e palestrante na área de Inteligência Emocional e Segurança Pública, Rosana Botelho. Nos últimos meses, ela ministrou dezenas de palestras aos cooperados e familiares dentro das atividades programadas pela Coamo junto à família cooperativista pela Assessoria de Cooperativismo. Nos eventos ela apresenta informações de segurança na propriedade rural, como agir diante de algumas situações, qual polícia procurar e como se prevenir em roubos e furtos. Rosana ressalta que o campo já não é mais tão seguro como antigamente e, por isso, há a necessidade de promover junto ao cidadão que vive na área rural assuntos e temas relacionado a violência e criminalidade que acontecem nesses espaços.
"Sempre tive uma grande preocupação com a comunidade rural, pois nos diversos casos que atuei como investigadora de polícia, tive a percepção de que, tratava-se de uma parcela da sociedade que além de estar territorialmente distante da atuação policial imediata, muitas vezes também estava desprovida de informações básicas que poderiam fazer a diferença na rotina da família e da propriedade, reduzindo as chances de ser uma vítima em potencial. A partir desse olhar associado a estudos, idealizei o Projeto Segurança no Campo no ano de 2021, ajudando os produtores com ações e medidas preventivas para maior segurança na comunidade rural.
Investigadora na Polícia Civil do Paraná, lotada há 11 anos na 20ª Subdivisão Policial de Toledo, atuando no Núcleo de Inteligência Policial – NIPOL onde desenvolve atividades de Polícia Judiciária e de Inteligência. Graduada em Direito e Letras pela Universidade Paranaense. Especialista em Segurança Pública, Garantias de Direito e Cidadania pela Unioeste. Especialista em Gestão Pública pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Especialista em Centros de Socioeducação pela Unioeste. Especialista em Administração e Orientação Educacional pela Unopar. Mestranda no Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Agronegócios.
Outras Experiências Profissionais: professora na Escola Superior de Polícia Civil do Paraná.
Advogada. Servidora Pública há mais de 16 anos. Instrutora de Armamento e Tiro. Palestrante na área de Inteligência Emocional e Segurança Pública.
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Revista Coamo: Quando começou a palestrar sobre Segurança e qual foi a motivação?
Rosana Cláudia Botelho: Sempre busquei contribuir com a comunidade levando informações relacionadas a área da Segurança Pública. Ao longo desses anos, foram diversas palestras ministradas para alunos, professores e comunidade em geral, com temas diversos, associando teoria à prática policial, com foco em segurança preventiva. Em 2019, inclusive, desenvolvi um projeto voltado para crimes contra agências bancárias o qual a época, foi considerado muito produtivo junto aos colaboradores das diversas agências que trabalhei na região de Toledo. No entanto, sempre tive uma grande preocupação com a comunidade rural, pois nos diversos casos que atuei como investigadora de polícia, tive a percepção de que, tratava-se de uma parcela da sociedade que além de estar territorialmente distante da atuação policial imediata, muitas vezes também estava desprovida de informações básicas que poderiam fazer a diferença na rotina da família e da propriedade, reduzindo as chances de ser uma vítima em potencial. A partir desse olhar associado a estudos, idealizei o Projeto Segurança no Campo no ano de 2021, onde tenho tido a oportunidade de levar por meio de palestras interativas temas relacionados a violência e criminalidade e apresentar ações e medidas preventivas que podem ser adotadas, garantindo maior segurança à comunidade rural.
RC: Nas suas palestras junto à família cooperativista como tem percebido o interesse dos cooperados, cooperadas, esposas e filhas de cooperados?
Rosana: Sinto nesses eventos que estou no lugar certo e com as pessoas certas. Procuro utilizar um vocabulário simples e objetivo e vou interagindo com o público de modo que todos se sintam pertencendo. Associando teoria à prática policial levo os participantes a compreender a dinâmica da violência e criminalidade rural, provocando uma reflexão sobre o contexto em que estão inseridos e de que forma podem contribuir com a segurança preventiva pessoal, da família e da propriedade. Portanto, sinto-me imensamente feliz pelos resultados alcançados.
“IDEALIZEI O PROJETO SEGURANÇA NO CAMPO E COLABORO LEVANDO CONHECIMENTO E MEDIDAS PREVENTIVAS QUE PODEM SER ADOTADAS NA COMUNIDADE RURAL."
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Rosana Botelho em recente evento da Coamo que reuniu centenas de mulheres |
RC: Entre 2022 e 2023 foram mais de 2.000 pessoas da comunidade rural no Estado do Paraná que participaram do Programa Segurança no Campo. As famílias estão buscando mais conhecimento e desenvolvimento pessoal e profissional?
Rosana: Com toda certeza. A comunidade rural tem sede por conhecimento. Os temas propostos no Programa Segurança no Campo não estão relacionados apenas ao desenvolvimento pessoal e profissional, mas também a função social que temos diante da segurança pública.
RC: Como observa esta iniciativa da Coamo de levar conhecimento para integrar e desenvolver diferentes públicos?
Rosana: A Coamo está em perfeita harmonia com o que está previsto na Constituição Federal em seu artigo 144, onde diz que Segurança Pública é dever do Estado e responsabilidade todos. Ao trazer o Programa Segurança no Campo para Rosana Botelho em recente evento da Coamo que reuniu centenas de mulheres 12 revista abril/2023 o espaço cooperativista, está exercendo a sua função social também e demonstrando a preocupação em proporcionar aos seus cooperados oportunidades de se discutir os mais diversos temas.
"A Coamo está exercendo a sua função social proporcionando aos seus cooperados oportunidades de se discutir e levar conhecimentos sobre diversos temas, como a Segurança no campo."
RC: Quais são os mecanismos utilizados pela Polícia no trabalho de prevenção ao crime? E quais canais de comunicação vocês utilizam?
Rosana: Os principais mecanismos na prevenção do crime são levar informações de qualidade e fortalecer essa aproximação entre polícia e comunidade por meio de palestras, programas e canais de comunicação tais como: 190 (Polícia Militar), 197 (Polícia Civil), 181 (Disk Denuncia), dentre outros.
RC: Quais as principais dicas que devem ser levadas em consideração para a prevenção de crimes rurais?
Rosana: A comunidade rural deve inicialmente estar atenta aos tipos de crimes que tem ocorrido nas áreas rurais, especialmente naquele onde vivem ou tem suas propriedades. Compreender como esses criminosos têm agido e o que tem buscado no campo. A partir daí mudanças comportamentais e estruturais se tornam essenciais para evitar tornar-se uma vítima suscetível de crimes. Criar obstáculos é uma das principais mudanças estruturais como por exemplo, a instalação de câmeras de monitoramento.
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RC: Em caso de ocorrência de algum crime, como deve ser o procedimento do agropecuarista lesado?
Rosana: Sendo vítima de um crime poderá entrar em contato imediatamente com a Polícia Militar que fará o primeiro atendimento e acionará a Polícia Civil ou entrar em contato diretamente com a Polícia Civil, que tem a competência de investigar crimes, através do telefone 197 ou do telefone local. É importante que a vítima conserve o local do crime até que a polícia chegue ao local.
"O trabalho com o público feminino fortalece os núcleos sociais e desperta uma consciência crítica sobre condutas e comportamentos que as tornam suscetíveis a violência e criminalidade."
RC: Quanto a defesa pessoal das mulheres, quais as principais dicas que tem ensinado nos seus eventos? Como deve ser o comportamento delas frente a situações indesejáveis? E por que você tem ensinado este tema a elas?
Rosana: Os temas destinados exclusivamente às mulheres têm por finalidade promover uma reflexão sobre a atuação da mulher frente a segurança pessoal, da sua família e da propriedade. A defesa pessoal é uma das medidas preventivas que podem fazer a diferença na vida de uma mulher vítima de violência sexual, por exemplo. Diante de um agressor em potencial, ela tendo o conhecimento de técnicas de defesa pode reagir a uma injusta agressão. Esse trabalho com o público feminino, visa também fortalecer os núcleos sociais onde estão inseridas e despertar uma consciência crítica sobre condutas e comportamentos que as tornam suscetíveis a violência e criminalidade e trazer ações preventivas como forma de proteção.
RC: Qual a importância do agronegócio e do cooperativismo para o desenvolvimento do nosso estado e país?
Rosana: O agronegócio é um dos principais impulsionadores da economia nacional. Por consequência, as cooperativas organizadas por produtores rurais unidos por um mesmo objetivo, ganham cada vez mais importância. Esse cenário é fruto do potencial agrícola característico do nosso país. Vemos transformações no campo, formação humana, boas estratégias e profissionalização dos gestores e da mão de obra. São características que estão relacionadas diretamente com o cooperativismo e colocam o agronegócio em destaque, refletindo diretamente na qualidade de vida dos brasileiros por meio dos alimentos produzidos, dos empregos e renda gerada pela atividade agrícola.
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