Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 534 | Abril de 2023 | Campo Mourão - Paraná

SUSTENTABILIDADE

ESG & Novas práticas no agronegócio

O agronegócio é um setor estratégico da economia brasileira, respondendo por mais de 25% do Produto Interno Bruto (PIB). As propriedades rurais, antes simples de serem “tocadas”, hoje possuem uma atuação diversificada, com forte envolvimento de tecnologia e informações a serviço dos produtores. As iniciativas de responsabilidade ESG (Environmental, Social and Governance ou Meio Ambiente, Social e Governança), também vem ganhando visibilidade e muita mobilização do agronegócio mundial.

O Brasil conseguiu desenvolver diferentes tecnologias sustentáveis de produção, sendo um bom exemplo para o mundo. A legislação e políticas públicas são elaboradas para dar suporte ao aumento da escala de produção, aliando desenvolvimento com proteção do meio ambiente e outros.

No atual cenário, deixar de considerar os aspectos ambientais, sociais e de governança já não é uma opção, sendo considerado uma exigência do mercado.

O ESG tem critérios em constante evolução, com abordagem de preparo, adaptação e respostas concretas às questões como mudanças climáticas, segurança do trabalhador, colaboração da cadeia de valores, recursos naturais, entre outros. “A busca da conformidade socioambiental e de governança nas propriedades, além de ser uma obrigação legal, é um gesto de cidadania que resulta em segurança aos produtores rurais. As autuações ambientais ou da justiça do trabalho, expedidas pela fiscalização, normalmente são encaminhadas ao Ministério Público ou à Procuradoria do Trabalho e, havendo indícios de crimes ambientais ou de irregularidades nas relações de trabalho, os Procuradores poderão iniciar um processo criminal contra esse produtor”, explica o engenheiro agrônomo e advogado, Djalma Lucio de Oliveira, Coordenador de Sustentabilidade Ambiental da Coamo.

Segundo ele, os fatores de motivação para que as propriedades rurais adotem as boas práticas inspiradas no ESG, vão além da simples obrigação.

Na verdade, serão oportunidades de aperfeiçoamento de processos com melhores resultados na produção e que proporcionarão outras opções de negócio, como por exemplo, o recebimento por serviços ambientais e o acesso ao mercado de carbono.

O potencial da chegada do mercado de carbono e a sustentabilidade ambiental representam uma das grandes oportunidades para melhoria da gestão das propriedades e suas culturas. Em outras palavras, a sociedade está sendo desafiada a romper com o modelo de produção agropecuária pouco sustentável, de forma a atender a demanda alimentar, ao mesmo tempo em que promove a preservação e melhoria ambiental, com objetivo de garantir as demandas das futuras gerações.

Para Juscelino Fernandes da Costa, gerente Jurídico da Coamo, o agronegócio exige de evidências das boas práticas para a produção agrícola.

“Isso não quer dizer que não o fazemos, muito pelo contrário, mesmo não tendo uma sistematização formal das boas práticas, a maioria dos produtos já os praticam por meio do plantio direto, do uso adequado de insumos agrícolas, do cuidado e destinação de embalagens vazias, manejo do solo, dentre outras práticas sustentáveis.”

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