Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 534 | Abril de 2023 | Campo Mourão - Paraná

AGRICULTURA

Experimento de Rotação de Culturas completa 38 anos na Coamo

Iniciado no dia 11 de abril de 1985, a partir de uma ideia da diretoria da Coamo com apoio da Embrapa Soja, o projeto de pesquisa em Rotação de Culturas foi concretizado dentro de uma proposta de estudo dos ecossistemas rurais. O agrônomo e ex-pesquisador da Embrapa Soja, Celso de Almeida Gaudêncio, foi quem deu início e coordenou o ensaio implantado na Fazenda Experimental da Coamo. O projeto é pioneiro no Brasil e um marco em relação aos resultados da pesquisa nacional, consolidando a importância econômica e ambiental dessa prática.

O pesquisador da Embrapa Soja, Henrique Debiasi, afirma que o experimento trouxe prosperidade para a região. “Esse ensaio foi a base para a consolidação para o plantio direto, que preconiza o mínimo revolvimento do solo, cobertura e rotação de culturas. Deu muito resultado e tenho certeza de que esse experimento vai continuar, e alcançaremos os cem anos”, comemora.

O engenheiro agrônomo Bruno Lopes Paes, analista de Suporte Técnico na Fazenda Experimental da Coamo, vê que o cooperado tem aderido ao sistema de Rotação de Culturas, e o experimento é mais uma demonstração de que a prática realmente funciona. “Independentemente da região em que o cooperado esteja, é importante que ele utilize o sistema de rotação. Toda nossa equipe técnica está preparada para incentivar o produtor a utilizar essa prática e demonstrar que ela tem bons resultados.” Para o presidente dos Conselhos de Administração da Coamo e Credicoamo, José Aroldo Gallassini, é indispensável afirmar os benefícios gerados pela prática da Rotação de Culturas. “Essa técnica, além de ser conservacionista, tem como foco o desenvolvimento do sistema produtivo com visão sistêmica para alcançar o máximo do potencial das plantas. O ensaio é o primeiro experimento de rotação de culturas do país, e completa 38 anos. Esse é um motivo para comemorar”, afirma Gallassini.

Soja Baixo Carbono começa a estabelecer diretrizes da certificação

O Programa Soja Baixo Carbono (PSBC) está avançando para a fase de proposição das diretrizes do protocolo que atestará a sustentabilidade da produção de soja brasileira, por meio da concessão do selo Soja Baixo Carbono (SBC), a sistemas de produção de soja que adotem tecnologias e práticas agrícolas que reduzam a intensidade de emissão de gases de efeito estufa (GEEs). Ainda no primeiro semestre de 2023 serão concluídas as diretrizes da metodologia que começará a ser validada na safra 2023/24 e continuará nesse processo por mais duas safras.

A jornada de inovação setorial para a construção do protocolo foi compartilhada no 1º Fórum Soja Baixo Carbono, realizado no dia 11 de abril, em Londrina (PR). O Fórum marcou o início das atividades conjuntas entre a Embrapa e as empresas apoiadoras do programa: Bayer, Bunge, Cargill, Coamo, Cocamar, GDM e UPL.

De acordo com o pesquisador Henrique Debiasi, da Embrapa Soja, a metodologia está focada na possibilidade de pagamento de serviços ambientais que poderão ser obtidas com eventuais bonificações advindos do selo SBC, financiamentos com taxas de juros mais atrativas, entre outros benefícios. “As mesmas práticas que reduzem as emissões de GEEs são as práticas que aumentam a produtividade e reduzem os custos, o que mostra que o produtor terá ganhos consequentemente”, destaca Debiasi.  “O desafio técnico é que o custo de implantação seja compatível com benefícios. E que possamos atender as demandas de sustentabilidade do mercado”, declara.

O Programa Soja Baixo Carbono (PSBC) teve início em 2021 e foi concebido para ser uma iniciativa de inovação setorial. “Estamos em consonância com as demandas mundiais de redução das emissões de gases de efeito estufa em cadeias e produtos. Neste sentido, entendo ser preciso um esforço de inovação setorial para estimular a mitigação, o sequestro de carbono e captura e estocagem de carbono no processo produtivo de soja. Nossa proposta é reconhecer os produtores rurais brasileiros que já vem utilizando as tecnologias sustentáveis, assim como ampliar a adoção de sistemas pautados pela sustentabilidade”, defende o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno.

Coamo – “Nestes 51 anos de existência da Coamo foram consolidadas as diretrizes que guiaram as ações da cooperativa, com foco no desenvolvimento dos seus associados e das comunidades das suas regiões de atuação. E grande parte desse desenvolvimento, e do sucesso das propostas do cooperativismo de resultados, se deve à cultura da soja. Obteve-se uma crescente média de desempenhos e resultados, que proporcionaram muitas melhorias na qualidade de vida e no desenvolvimento do quadro social, sempre com os cuidados elementares na preservação dos recursos naturais. Mas, o momento atual exige algo mais, pois a missão de produzir alimentos para o mundo deve ser combinada com o compromisso da preservação deste planeta para as futuras gerações, e o PSBC, vai ao encontro deste novo compromisso”, avaliam Aquiles de Oliveira Dias, diretor de Suprimentos e Assistência Técnica e Marcelo Sumiya, gerente de Assistência Técnica da cooperativa. (Com informações da Embrapa/Soja).

Impacto das novas bioctecnologias no sistema agrícola

Novas biotecnologias estão revolucionando a agricultura, oferecendo soluções mais eficientes e sustentáveis para os desafios enfrentados pelos sistemas agrícolas. A utilização de técnicas avançadas de biotecnologia, como a edição genética, estão permitindo a criação de plantas mais resistentes a pragas e doenças, reduzindo a necessidade de produtos químicos.

A biotecnologia também está permitindo a produção de cultivos resistentes a mudanças climáticas. De forma geral, as novas biotecnologias oferecem oportunidades para melhorar a eficiência e a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, mas é importante abordá-las com cuidado. Itamar Leandro Suss, analista de Suporte Técnico da Coamo (Centro-Oeste do Paraná), diz que as novas biotecnologias na cultura da soja trazem vários benefícios para o sistema produtivo, complementando as tecnologias já existentes como a soja RR, a Intacta RR2 PRO e, na atual safra, sendo inseridas a Intacta2 Xtend e soja Enlist. “São ferramentas que melhoram o controle de plantas daninhas e lagartas, agregando produtividade”, frisa.

Contudo, de acordo com ele, os agricultores precisam ter atenção em utilizar a biotecnologia com o herbicida adequado para evitar problemas. “Os produtores não devem inverter ou confundir as biotecnologias no momento da aplicação dos defensivos. É importante respeitar as recomendações e utilizar pontas adequadas de aplicação para evitar deriva e produzir gotas extremamente grossas. Também é fundamental respeitar as bordaduras entre as biotecnologias, para que não haja deriva para áreas vizinhas. Além disso, é importante manter o tanque limpo antes de fazer aplicações, e estar sempre atento ao planejamento para evitar problemas com plantas tigueras, que devem ser eliminadas, principalmente, por causa do vazio sanitário”, comenta.


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