Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 451 | Setembro de 2015 | Campo Mourão - Paraná

ESPECIAL SAFRA DE VERÃO

ESPECIAL SAFRA DE VERÃO

ADEQUADO E ESCOLHA DOS INSUMOS QUE SERÃO DEPOSITADOS NO SOLO

Cooperados da Coamo estão vivenciando um dos momentos mais importante da atividade agrícola. É hora de colocar a plantadeira no campo e com ela toda a esperança e expectativa que cerca uma safra. É quando se coloca em prática todo o planejamento de trabalho para o novo ciclo, respeitando um conjunto de ações necessárias para o bom estabelecimento e desenvolvimento da lavoura. 

Principal cultura do verão, a soja está ganhando espaço entre os cooperados. De acordo com os primeiros levantamentos da gerência de Assistência Técnica da cooperativa, a área com a oleaginosa deverá subir 3% sobre os 2,44 milhões de hectares da safra 2014/15. Já o milho deve perder cerca de 25% dos 156 mil hectares cultivados na safra passada.

Para que tudo estivesse pronto nesse momento, cooperados e cooperativa iniciaram o trabalho de planejamento e definição dos insumos e do que plantar já há alguns meses. Foi isso o que fez o cooperado Helder Fernando Borges, de Juranda (Centro-Oeste do Paraná), para assim que abrisse o período de plantio colocasse as máquinas no campo. “A condição do solo estava muito boa e não perdemos tempo”, frisa.

São cerca de 165 alqueires cultivados com a soja na propriedade do cooperado que, junto com a assistência técnica da Coamo, definiu ainda no início do ano como seria a implantação da lavoura. “Temos alcançado bons resultados e parte desse sucesso é graças a esse planejamento e parceria com a Coamo”, diz Borges, que no ano passado colheu 150 sacas de média.

O associado entende que uma boa safra começa antes mesmo do plantio, com manejo adequado de solo. “As plantas respondem aos investimentos. Quanto mais tecnologia, melhor será o desempenho da lavoura”, assinala. A escolha dos produtos e variedades de soja, de acordo com o cooperado, é com base nos ensaios realizados pela Coamo. “Levamos em conta os dias de campo e eventos tecnológicos, onde são apresentados resultados testados para a nossa realidade. São variedades de maior potencial produtivo e práticas que influenciam diretamente na condução da lavoura, buscando sempre produzir mais”, conclui. 

O engenheiro agrônomo Alessandro de Oliveira, do Detec da Coamo em Juranda, ressalta a necessidade de os cooperados capricharem na preparação do solo, para que a semente possa se desenvolver com o melhor ambiente possível. “É um momento tão importante quanto o plantio, pois prepara o solo para receber a semente. O resultado final de uma safra passa por vários momentos e o que antecede o plantio é um deles”, destaca.  Segundo o agrônomo, os cooperados estão, cada vez mais, preocupados em fazer um bom plantio e buscam orientações e tecnologia que aprimoram o trabalho. “São ações que resultam em mais produtividade e, consequentemente, mais renda. É importante buscar informações para alcançar todo o potencial de cada safra”, comenta Oliveira. 

Helder Fernando Borges, de Juranda, com o agrônomo  Alessandro de Oliveira: definição do que e quando plantar passa pela assistência técnica da Coamo

OESTE ABRE O PLANTIO

COOPERADOS DO OESTE DO PARANÁ ABREM PLANTIO DA SAFRA DE VERÃO. ENTUSIASMO E BOA EXPECTATIVA COM O MOMENTO É O QUE NÃO FALTA

Narciso Miguel Feitan, de Vila Nova, também deu largada aos trabalhos assim que abriu o período de plantio

Tradicionalmente, cooperados do Oeste do Paraná abrem o plantio na área de ação da Coamo. A soja é bastante valorizada e explorada pelos agricultores que apostam na cultura como principal fonte para o verão. A reportagem da Revista Coamo visitou dois cooperados, que assim como milhares, estavam de olho no clima e nos preparativos da safra. 

Vitorino Rigo, de Toledo, não perdeu um dia sequer. Assim que o plantio foi liberado correu para o campo atrás do melhor momento e condição de solo para iniciar o trabalho nos 166 alqueires. “É momento de caprichar. Um erro agora compromete o resultado de uma safra toda. O plantio tem que ser tratado com muito carinho, cuidado e seguir todas as recomendações. A nossa parte procuramos fazer bem feita e depois é só esperar pelo clima regular”, observa. 

De acordo com o cooperado, o planejamento para a safra iniciou com variedade precoce que permite um plantio mais cedo e sem comprometer a produtividade. “Começamos cedo para terminar dentro do melhor prazo. Esperamos colher no mínimo 145 sacas por alqueire, já que os custos de produção aumentaram. Porém, é o clima que direcionará o resultado final”, diz Rigo.

Conforme Marcos Joel Marcolin, agrônomo do Detec da Coamo em Toledo, caprichar no plantio é o primeiro passo para uma boa safra. “Uma lavoura bem estabelecida começa com um bom manejo de solo, sementes e tratamento de qualidade”, observa.

Narciso Miguel Feitan, de Vila Nova, distrito de Toledo, também deu largada aos trabalhos assim que abriu o período de plantio. A expectativa dele é colher mais do que no passado, quando fechou com média de 155 sacas por alqueire, chegando a 170 em algumas áreas. Para chegar a esses números, o cooperado tem investido em adubação, insumos de alta tecnologia com assistência do departamento Técnico da Coamo. “Queremos colher entre 5 e 10% a mais nesta safra. Estamos investindo para isso e torcemos para que o clima contribua”, assinala. 

Ele conta que a semente está sendo depositada no solo agora, mas que em fevereiro sentou com o agrônomo e definiu como seria a implantação da safra. “Analisamos cada produto e o que precisava ser feito no solo. Consegui as variedades que queria e isso mostra a importância de se antecipar no planejamento com as reservas de insumos”, pondera.

Um outro serviço que o cooperado não abre mão é o seguro agrícola. Ele conta que há cerca de dez anos viu a produtividade despencar para 30 sacas devido a fatores climáticos, mas como tinha a lavoura segurada conseguiu recuperar, pelo menos, o custo. “Espero não ser indenizado nunca mais, quero colher sempre bem, mas se precisar sei que posso contar com o seguro. Faço isso e durmo tranquilo”, comenta o cooperado.

Almir Soares da Silva, engenheiro agrônomo do Detec da Coamo em Vila Nova, diz que a previsão de uma safra com incidência normal de chuva tem gerado boa expectativa entre os cooperados. “Tudo indica que teremos um ano bom para a agricultura. O plantio iniciou a todo o vapor e os associados conscientes que um bom trabalho nesse momento interfere diretamente no sucesso da safra. Há um maior investimento tanto na adubação quanto na qualidade de sementes e de produtos para os tratos culturais. Seguindo essas recomendações e contando com a colaboração do tempo, certamente teremos uma grande safra”, analisa. 

RISCOS DAS SEMENTES PIRATAS

Agricultores, pensando que terão um custo menor acabam deixando de usar sementes produzidas legalmente para utilizar as de procedência duvidosa. De acordo com Roberto Destro, gerente de Sementes da Coamo, isso ocorre devido a facilidade de troca entre agricultores. “O valor é menor porque essas sementes não tem o mesmo custo de produção, bem como não pagam por todas tecnologias nelas existentes como, por exemplo, a RR1 e a Intacta. O comércio dessas sementes é ilegal, competindo em desigualdade com os multiplicadores de sementes legalizados”, diz.

De acordo com ele, nem sempre as sementes piratas possuem o mesmo vigor. Com isso, o agricultor analisa que está tendo benefícios, quando na realidade pode estar perdendo em produtividade que pode chegar a até dez sacas por hectare. “Há outras consequências, dentre elas o desestímulo à pesquisa e inovação de tecnologias, o que causará perdas devido a redução de investimento em pesquisa e lançamento de cultivares com novas tecnologias”, observa Destro.

Ele lembra que nas variedades que estão sendo ofertadas de forma legal, foram investidos valores expressivos em pesquisa e desenvolvimento até a colocação desses materiais no mercado. “Se essa prática persistir, quando ocorrer um lançamento, o custo aumentará para cobrir prejuízos que teve com a prática da pirataria nas cultivares lançadas anteriormente. Ou, pode chegar um momento em que os obtentores deixarão de investir em pesquisa e desenvolvimento de novas variedades comprometendo seriamente todo o sistema.”

REGULAGEM DAS MÁQUINAS

Regulagem das plantadeiras deve ser com antecedência e de forma eficiente para evitar perdas

Um fator essencial para garantir bons índices de produtividade é regular a plantadeira corretamente. Uma lição que se aprende no campo e que quando aliada a um plantio bem feito, controle químico eficiente e boa colheita rendem bons resultados na lavoura. Quem garante essa receita é o instrutor do Centro de Treinamento Agrícola da Coamo (CTA), Domingos Carlos Basso.  

Para o instrutor, o plantio representa 50% do sucesso de uma safra. “Claro que outros aspectos como o clima, influencia diretamente no desenvolvimento das lavouras. Porém, o plantio deve ser tratado com seriedade e profissionalismo”, destaca. Ele cita que os principais fatores prejudiciais ao plantio estão relacionados a regulagem das plantadeiras e velocidade das máquinas. “Os agricultores estão mais conscientes, mas ainda falta melhorar em alguns quesitos. É preciso entender que um plantio mal feito causa perdas irreversíveis em produtividade e na renda”, comenta. 

O instrutor lembra que existe uma preocupação por parte da cooperativa com esse aspecto, tanto que treinamentos são realizados regularmente, levando informação aos cooperados há quase 40 anos. “Essa preocupação tem feito com que os agricultores avancem, cada vez mais, em tecnologia, tirando proveito para ampliar o resultado da propriedade. O trabalho desenvolvido pelo CTA tem ajudado a difundir a tecnologia no campo”, comenta. 

SOJA AVANÇA SOBRE O MILHO NO PARANÁ

A expansão da área de soja terá sequência no Paraná em 2015/16. Divulgada no início de setembro, a primeira estimativa de safra da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) indica aumento de 2,5% na área cultivada com a oleaginosa. O ganho equivale a 116 mil hectares. 

A Seab projeta área praticamente estável na primeira safra do Paraná, totalizando 5,8 milhões de hectares plantados e 22,1 milhões produzidos — flutuação mínima para cima na comparação com os números de 2014/15. “Não há mais áreas para crescer. A expansão é pontual, em áreas de pastagem ou sobre cultivos com menor abrangência”, aponta o técnico da Seab, Edmar Gervásio. 

Diante desse cenário, a soja toma o espaço de outras culturas para continuar crescendo. O maior destaque fica por conta do milho verão, que registra retração no plantio de 19,1%. O cereal vai ocupar 440 mil hectares. “O avanço da soja é basicamente sobre áreas de milho. A grande questão é o preço e a rentabilidade na comparação com a soja”, complementa Gervásio. 

O especialista da Seab aponta que como o plantio do cereal é concentrado na região Sul do Estado, é nessa região que a mudança tende a ser mais intensa. “É uma queda bem significativa em termos de área, pois já ocupou 2,6 milhões de hectares nos anos 1980. Parte da produção está sendo direcionada para a segunda safra”, aponta.

AMPARO DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA

O Departamento Técnico (Detec) da Coamo está o ano todo ao lado dos cooperados oferecendo uma assistência qualificada para difundir tecnologias e trocar experiências visando o sucesso na atividade do associado. Esse trabalho vai desde o planejamento da safra, preparativo e plantio, e depois na condução da lavoura até a colheita.

Com o trabalho do Departamento de Assistência Técnica, os cooperados da Coamo deram um grande salto em produtividade. Dados do Detec mostram que na safra 94/95 apenas 1% dos produtores colhia mais de 350 sacas de milho por alqueire e hoje 39% colhem mais de 400 sacas. Na soja, os números comprovam o incremento da produtividade nas últimas décadas. Na safra 94/95 apenas 4% dos cooperados colhiam mais de 145 sacas por alqueires. Número que saltou para 49% na safra 2014/15. 

O superintendente Técnico da Coamo, José Varago, credita à pesquisa e assistência técnica grande parcela da evolução que a agricultura teve nos últimos anos. De acordo com ele, é importante que os cooperados continuem buscando o serviço para resultados positivos. “Devido ao custo elevado dos insumos é, cada vez mais, necessário aproveitar ao máximo os benefícios. É preciso acompanhar a evolução e utilizar os insumos de forma que consigam obter o máximo da produtividade de cada lavoura.”

A maneira mais simples de obter as informações com credibilidade e eficaz é por meio da assistência técnica. “Não tem espaço para quem usa pouca ou média tecnologia. O cooperado ganha em produtividade e não em volume como antigamente, onde os agricultores plantavam grandes áreas. O sucesso é atingido de forma mais fácil quando se planeja e utiliza as ferramentas adequadas”, salienta.

MÁQUINAS NO CAMPO E OLHO NA COMERCIALIZAÇÃO

O otimismo vivenciado no campo também é compartilhado pela diretoria da Coamo que espera uma boa safra de verão. De acordo com o presidente da cooperativa, José Aroldo Gallassini, os associados estão seguindo uma tendência de Brasil, que é aumentar a área de soja e diminuir a de milho. “Para o milho de verão ser bom, o preço tem que ser duas sacas de milho por uma de soja. Hoje temos três por um”, diz. 

Uma questão menos favorável desta safra é o custo de produção que aumentou. Gallassini cita que no ano passado, para uma produtividade de 150 sacas por alqueire, o custo era de R$ 23 por saca e neste ano está em torno de R$ 30 [ou 70 sacas por alqueire]. “Para quem produz de 140 a 150 sacas por alqueire, ou até mais que isso, como temos vários casos em toda a área da Coamo, há uma boa margem de lucro. É isso que esperamos para essa safra”, comenta.

CRÉDITO

Em relação a crédito para financiamento da safra, Gallassini diz que não houve dificuldade para os cooperados. “Na questão do crédito, não tivemos nenhum problema. Os cooperados fizeram seus programas de crédito”, afirma. 

MERCADO

A Coamo estima que entre 20 a 25% da safra de soja dos cooperados já tenha sido vendida por meio de cartas de intenção. “O associado está absorvendo essa nova prática de venda antecipada. Isso não existia anos atrás e é uma boa ferramenta para conseguirem uma boa média de comercialização”, observa. Conforme o presidente, já foram feitos contratos de até R$ 72 a saca. “A Coamo está recebendo várias propostas. O cooperado deve ir ao entreposto e fazer a sua. Teve produtor vendendo desde R$ 60 até mais de R$ 70 e isso é importante para uma boa média”, considera Gallassini.

MOMENTO DE COMPILAR OS DADOS

O início do plantio marca também uma nova etapa para o recém lançado programa Mobilidade Agronomia. É o momento de iniciar o histórico do cooperado com a ferramenta. Com isso, será possível planejar de maneira mais eficaz as ações da assistência técnica em relação ao que vem sendo realizado na propriedade. “Todos os dados sobre o que está sendo usado nesta safra servirá de base para o planejamento dos próximos anos. É a oportunidade de se construir um histórico de um determinado talhão e no desenvolvimento da área”, comenta Alex Fernandes Carlis, supervisor da gerência de Assistência Técnica da Coamo. 

Entre os principais benefícios da Mobilidade Agronomia está a padronização das atividades sobre os procedimentos adotados. Outro ponto importante é que as informações geradas, no relacionamento do engenheiro agrônomo com o cooperado, passam a ter um contexto corporativo. Essas informações, atuais e históricas, são armazenadas no SIC - Sistema de Informação Coamo, e estarão sempre disponíveis no tablet, independentemente, de quem presta a assistência técnica. 

Departamento Técnico da Coamo passou por treinamento para trabalhar com a nova ferramenta

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