Considerado um dos inimigos mais implacáveis dos rebanhos bovinos, os carrapatos são motivos de grande preocupação, pois, causam grandes prejuízos, que vão desde a transmissão de doenças como a “tristeza parasitária”, à depreciação do couro e perdas de sangue, que geram menor produção de leite e peso dos animais ao abate.
Deste modo, é de extrema importância a utilização de produtos para o controle deste parasita, e umas das alternativas que tem se tornado eficiente e economicamente viável é a vacina contra o carrapato.
O cooperado Luiz Osório Ribas, de Altamira do Paraná (Centro-Oeste do Paraná) usa a vacina há três anos e defende o método pela eficiência e por não ter nenhuma restrição, já que ele é produtor de leite. “É uma alternativa preventiva que só traz benefícios e comodidade”, comenta.
De acordo com o cooperado, antes de usar a vacina, o controle era realizado com banho de carrapaticidas, mas como foram aumentando as restrições para alguns produtos foi preciso buscar outras alternativas de controle. “Está valendo a pena. A vacina é realizada a cada seis meses e neste intervalo não me preocupo”, conta.
Ribas revela que, nesses três anos, deixou de vacinar o rebanho apenas uma vez, e foi o suficiente para comprovar a eficiência da vacina, já que o rebanho voltou a ficar infestado por carrapatos. “Fiquei assustado com a infestação. Não troco a vacina por nenhum outro medicamento. Tem um bom custo benefício em relação a qualquer outro método de prevenção e de tratamento”, afirma o cooperado. Ele mantém em torno de 100 vacas e produz uma média de 300 a 350 litros de leite por dia.
O médico veterinário da Coamo, Diones Adelino da Silva conta que o carrapato é a principal preocupação dos pecuaristas, principalmente no período mais quente do ano. “A vacina veio para facilitar o manejo”, frisa. Ele acrescenta que o custo x benefício vale a pena. “Quando coloca na ponta do lápis o custo de produtos para pulverização e controle injetável aliado ao uso de homeopatia, o custo é maior, e com a vacina fica mais em conta. O cooperado nem sempre pensa assim, já que faz as contas de imediato e não a longo prazo, como deveria”, destaca.
COMO FUNCIONA A VACINA
O antígeno da vacina contra carrapato (glicoproteína BM86), quando administrado nos bovinos, é processado pelo sistema imunológico do animal, formando anticorpos. Posteriormente quando os carrapatos sugam o sangue dos bovinos imunizados, eles ingerem esses anticorpos, que reconhecem os antígenos presentes nas células do intestino do carrapato (glicoproteína BM86) e os neutralizam, provocando lesões irreversíveis que destroem sua parede intestinal e afetam o potencial reprodutivo. Estes danos tem efeito acumulativo sobre as gerações de carrapatos levando à diminuição das teleóginas adultas, diminuição da oviposição e redução da população nas pastagens e animais.
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