Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 453 | Novembro de 2015 | Campo Mourão - Paraná

DE PAI PARA FILHO

SUCESSÃO DIVERSIFICADA

CADA VEZ MAIS CEDO, FILHOS ASSUMEM COMANDO DAS PROPRIEDADES E CONSEGUEM, NA MAIORIA DOS CASOS, FOMENTAR A ATIVIDADE COM IDEIAS INOVADORAS E MUITAS VEZES ARROJADAS. UM VERDADEIRO NEGÓCIO DE PAI PARA FI

João Marques e o filho Renê na área da fazenda destinada a produção de gado. Ao lado junto com o agrônomo Flavio Pizzigatti, da Coamo conferindo a qualidade do plantio da soja: Negócios em família e aposta na diversificação de atividades

É crescente o número de jovens que assumem o comando dos negócios das famílias nas propriedades rurais. Tendo a confiança como base na relação, pais e filhos, muitas vezes, têm funções diferentes dentro da propriedade, mas as decisões são tomadas em conjunto. Uma tradição que é passada por diversas gerações. A união da experiência com a juventude é uma estratégia que tem dado certo neste processo de sucessão, já encontrado na área de ação da Coamo.

Em Aral Moreira (Sudoeste de Mato Grosso do Sul), a Revista Coamo conheceu a história da família Marques. Juntos, eles conduzem uma propriedade que foge dos padrões das demais daquela região, justamente porque as novas ideias de gestão defendidas pelos filhos do ‘seo’ João Marques, o patriarca da família, já mudaram a rotina de trabalho e os resultados da atividade. Por ser considerada de tamanho médio para grande, a Fazenda Santa Mônica, de propriedade dos Marques, localizada na comunidade Rio Verde, é diferente das propriedades vizinhas, porque possui diversificação e uma integração de atividades, fora da realidade do Mato Grosso do Sul. O Estado, e a região, mais especificamente, é formado, na sua maioria, por grandes áreas que produzem soja no verão e milho no inverno, e quando muito gado de corte. Realidade que não se verifica na propriedade dos Marques, que estão diversificando a fazenda e obtendo resultados quase não imaginados no passado. 

Eles cultivam soja, milho, gado de corte e de leite, além de carneiros e até cavalos. Um sistema que passa, necessariamente, pela integração lavoura-pecuária, com a utilização de brachiárias em áreas de gado, onde depois entra a soja. 

Mas, nem sempre foi assim. Conforme Renê Marques, que é médico veterinário por formação e o filho mais velho do ‘seo’ João, no passado a pecuária predominava. Hoje, ele e o irmão Fábio Marques conduzem a propriedade e defendem que ter mais de uma atividade é fundamental. “Estamos diversificando para ter o máximo de renda. São mais de 400 alqueires de área e queremos alcançar altas produtividades. Afinal são três famílias, eu meu pai e meu irmão, sem contar os funcionários. Temos que cuidar bem de tudo isso porque é o esforço do trabalho de uma vida toda do meu pai”, valoriza Renê, que divide as atividades entre 330 alqueires de agricultura e pouco mais de 80 de pecuária. 

Opinião compartilhada pelo patriarca, que confia no trabalho e nas ideias preconizadas pelos filhos. Decisões que estão melhorando os resultados da propriedade, segundo o cooperado. “É importante ver meus filhos dando sequência no trabalho. Eles tem uma visão diferente e mais arrojada, por isso tem dado certo. Hoje, só olho, como e durmo”, brinca o produtor, sempre de sorriso aberto.  

Cooperativista como o pai, Renê enaltece a parceria com a Coamo, lembrando que o trabalho da cooperativa em conjunto com o produtor é o diferencialpara o crescimento de ambos. “Acreditamos muito na Coamo e no cooperativismo. É uma cooperativa importante para nós, pois temos um ótimo amparo técnico, financeiro e estrutural”, garante. 

Flavio Emilio Pizzigatti, engenheiro agrônomo do Detec da Coamo em Aral Moreira, ressalta que é cada vez mais comum encontrar na região propriedades conduzidas em parceria entre pais e filhos, o que tem mudado a realidade de muitas. “Eles estão tendo iniciativas de diversificar as propriedades, o que vem tornando os resultados mais consistentes. E a figura dos filhos, já bem preparados para assumir esse papel, tem sido o divisor de águas nesse processo”. 

Uma realidade que enfraquece a expressão chinesa “pai rico, filho nobre, neto pobre”, que está, cada vez mais, longe do campo. Atualmente, mesmo com as inúmeras opções no mercado de trabalho, a maioria dos jovens agricultores faz a opção pela lida diária na fazenda. 

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