Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 454 | Dezembro de 2015 | Campo Mourão - Paraná

PECUÁRIA

PEQUENA, MAS... NOTÁVEL

Conduzida com investimento, tecnologia e dedicação, propriedade de apenas 9,3 alqueires (5,7 utilizáveis) produz leite de alta qualidade e rende boas médias o ano todo

A troca de informação e a avidez por novas experiências foram os ingredientes que contribuíram para a melhora dos resultados na Granja Gallina, que leva o sobrenome do proprietário e cooperado Itacir. Um médico veterinário aposentado que dedica seu tempo para cuidar da pequena propriedade, localizada no município de Bom Jesus (Oeste de Santa Catarina), onde vem obtendo resultados acima da média com a produção de leite. 

Optante da Coamo em Ipuaçu, o pecuarista de fala mansa e muito conhecimento da atividade, valoriza a tecnologia e busca constantemente o aprimoramento do trabalho e otimização do sítio, onde além de produzir leite também explora a suinocultura. “Estamos sempre tentando melhorar o solo e a qualidade de pastagem. Queremos boa sanidade, e por isso, estamos atentos para que nossos animais não adoeçam e prejudiquem os resultados”, esclarece Gallina, sempre de olho às novidades do mercado. “Fico em alerta e trago para minha propriedade o que tem dado certo nas outras. Claro que cada uma tem uma realidade e temos que aplicar de acordo com a necessidade”, diz. 

Atualmente com plantel de 150 animais (70 em lactação), a pequena e notável propriedade de apenas nove alqueires no total, sendo 5,7 alqueires utilizáveis destinados à atividade leiteira, produz diariamente cerca de dois mil litros de leite, aproximadamente 60 mil litros por mês. “No verão a produção média por animal tem girado em torno de 26 a 27 litros. No inverno conseguimos um resultado um pouco melhor, atingindo até 30 litros por vaca”, comenta Gallina, que investe em pastagem de qualidade, balanceamento alimentar por meio do equilíbrio de fibras, energia e proteína e composto servido diariamente no cocho. “Temos água limpa e de boa qualidade em toda a propriedade. A alimentação é à base de pasto verde em piquetes, à tarde oferecemos silagem e depois ração balanceada. A alimentação precisa estar sempre equilibrada porque a vaca é uma caixinha de segredos. Quanto mais conforto e comodidade mais os animais expressam o seu potencial produtivo”, lembra Gallina.

Apesar de toda eficiência, o pecuarista ainda pretende ir além. “A gente sempre procura melhorar. A ideia é aumentar o plantel para pelo menos 100 vacas em lactação e, quem sabe confinar esses animais. Mas tudo ainda está em estudo. Vamos fazendo com muito pé no chão.” 

Expressivos, os resultados chamam atenção, inclusive, da assistência técnica, que elogia o desempenho obtido porteira à dentro. “O que chama atenção é a alimentação que nunca falta, a sanidade e o fato de ser uma propriedade pequena com tanto rendimento. Com certeza o leite 

está em estudo. Vamos fazendo com muito pé no chão.” Expressivos, os resultados chamam atenção, inclusive, da assistência técnica, que elogia o
desempenho obtido porteira à dentro. “O que chama atenção é a alimentação que nunca falta, a sanidade e o fato de ser uma propriedade pequena com tanto rendimento. Com certeza o leite tem sido uma boa alternativa e aqui o ‘seo’ Itacir está conseguindo extrair boa parte do potencial da atividade”, opina Ivo Dalpizzol Júnior, engenheiro agrônomo da Coamo em Ipuaçu.

BEZERRA DE HOJE, VACA DE AMANHÃ

Bezerras que, desde o nascimento, recebem cuidados básicos corretamente têm melhor condição de expressar o seu potencial genético para a produção de leite

A criação de bezerras e novilhas tem um grande impacto no custo de produção da atividade leiteira. O conhecimento e o manejo correto sobre a criação de animais jovens são fundamentais para racionalizar os custos. As bezerras que, desde o nascimento, recebem os cuidados básicos corretamente, têm melhor condição de expressar o seu potencial genético para a produção de leite.

Acreditar na atividade, buscando conhecimento e aprimorando técnicas que melhorem o manejo, tem sido o mote do cooperado Rodrigo Franco, de Palmital (Centro do Paraná). A pecuária de leite faz parte da família, de forma mais intensiva, há três anos, quando Rodrigo, em parceria com o irmão, Fernando Franco, buscou uma alternativa de diversificar a atividade, que tem a agricultura como principal fonte de renda.  

Ele conta que a ideia era investir em pecuária de corte, mas como a área era pequena partiram para a produção de leite. “Começamos com aquela vontade de ter rentabilidade logo e fomos comprando animais, mas não tínhamos uma estrutura adequada, principalmente para cuidar das bezerras. Com a assistência da Coamo, fizemos um projeto que melhorou todo o manejo”, destaca.

Desde que os cooperados passaram a pensar nos cuidados com as bezerras, o rebanho melhorou como um todo, segundo Rodrigo. Foram construídas casinhas para abrigar os animais recém-nascidos, que recebem alimentação e cuidados necessários para o desenvolvimento. Até então, as bezerras eram criadas em locais sem cobertura e sem piso. “Os animais tinham vários problemas de saúde, como pneumonia, por exemplo. Hoje, ficam em locais apropriados e recebem toda a atenção que precisam. Também damos medicamentos de prevenção, ao contrário, do que fazíamos antes, quando só medicávamos para curar as doenças”, assinala. 

Rodrigo revela que após as mudanças sentiu melhora na renda, já que surtiu efeito positivo nos animais quando adultos. “Cuidados com o bem-estar animal refletem diretamente na produção”, frisa Rodrigo. Na propriedade são 27 animais em lactação, outras 50 novilhas e mais oito vacas secas. A produção média por animais está em torno de 25 litros dia, o que gera uma produção de 600 a 650 litros/dia.  De acordo com o médico veterinário, Diones Adelino da Silva, do Departamento Técnico da Coamo em Palmital, o diferencial dos irmãos Franco é que eles abriram a porta da propriedade para que fosse desenvolvido um trabalho mais intenso. “O problema era o bem-estar animal, pois o rebanho já era de boa genética. A preocupação era melhorar a estrutura de forma que influenciasse na produtividade, e foi isso que aconteceu”, conta. 

Segundo o veterinário, as bezerras precisam de uma boa atenção, principalmente, nos primeiros 90 dias. “Elaboramos um trabalho intensivo nesses primeiros três meses de vida dos animais com o objetivo de evitar doenças e mortes que estavam acontecendo com frequência nesse período.”

O próximo passo, conforme Silva, foi desenvolver um manejo de alimentação e sanidade das novilhas no pasto, que já sentiam os efeitos positivos dos cuidados recebidos na fase inicial da vida. “Precisávamos que esse bom desenvolvimento não parasse quando fossem para o pasto. Elaboramos uma alimentação adequada e continuamos com os cuidados na parte sanitária. O resultado é que as novilhas ficam prenhas em um período bem mais curto do que o normal, entre seis a oito meses a menos. Esse foi o diferencial, colocar os animais cedo na lactação”, destaca.

SAIBA MAIS

O peso médio do nascimento das bezerras é de 32 quilos

O peso final após o desaleitamento é de 115 quilos

Os animais recebem ração formulada com 20% PB, 83,47 NDT, Vit ADE, Leite em Pó 5%, e essa ração fornecida à vontade

Após uma semana é fornecido coccidistático via oral

Fornecimento feno ou pré-secado após 45 dias

Volume de leite: 1° mês 6 litros no dia, 2° mês 4 litros no dia, 3° mês 2 litros no dia

Após 90 dias:

Manejo Sanitário: vacina de brucelose, vacina de IBR, BVD, leptospirose e aftosa

Manejo Nutricional: Fornecimento de ração 16 PB% e ou

Protéico Energético (o consumo do concentrado depende do cooperado, pois é o mesmo que irá determinar o período para concepção da novilha futuramente)

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