Quando se fala em diversificação o que vem à mente é a vantagem de ter renda o ano inteiro. Mas, muito além disso, diversificar é sinônimo de qualidade de vida para o cooperado da Coamo em Reserva (Centro-Norte do Paraná), Casemiro Pagano e de sua esposa Irma Oliveira Fonseca. Na propriedade de 70 alqueires, localizada em Tibagi, eles criam carneiros, gado e peixe, além de cultivar amora preta, que por sinal é a ‘menina dos olhos’ do casal.
Com a prerrogativa de ter mais qualidade na vida no campo, ‘seo’ Casemiro ainda acredita que esse benefício é fruto do conhecimento adquirido quando se tem uma propriedade diversificada. “Desde que passamos a produzir amora, peixe, ovelha e gado, fomos obrigados a estudar, participar de cursos e palestras. Sou aposentado há 20 anos, mas, a vida para mim só melhorou depois disso, devido ao conhecimento que adquiri. Acredito que esse inclusive foi o maior investimento, pois você se sente útil, empreendendo, e podendo passar informações a terceiros, algo que é muito gratificante.”
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Amora preta faz parte da diversificação na propriedade |
A propriedade do casal conta com 100 cabeças de ovelha, 72 cabeças de gado caracu com simental de corte e seis tanques de peixes com 3 mil kg de tilápias e 2 mil kg de pacu. Mas, a paixão do casal é pela amora preta, uma frutinha de fato encantadora e com uma plantação que enche os olhos de quem conhece e o paladar de quem experimenta o doce da famosa blackberry, como é conhecida pelo mundo afora.
O namoro entre a amora preta e ‘seo’ Casemiro é coisa antiga. Ainda quando criança ele lembra de ter visto a plantação e ter se encantado. Dito e feito, a fruta não saiu mais de seus pensamentos e há oito anos ele começou a pesquisar sobre a cultura. “Convidei a prefeitura do meu município para explorar o cultivo da amora preta, arrumando um meio de vida para as vilas rurais. Então, descobrimos um produtor em Rio Azul (RS) e conseguimos mudas para distribuir à população”, lembra.
Com a falta de comércio muita gente desanimou. Fato que não abateu o cooperado que resolveu, então, investir pesado na sua paixão de infância. “Compramos panela especial para produzir doce, geleia, máquina para extrair o suco a base de vaporização, vasilhame para produzir vinho, uma vez que, produz um vinho de altíssima qualidade. Atualmente, vendemos o fruto por atacado, para as fábricas de poupa de sucos, empresas de congelados, fabricantes de compotas e confeitarias. Mas, estamos caminhando para a agroindustrialização, já fizemos a avaliação alimentar da fruta e a ideia, é nos próximos anos industrializar”, prevê Pagano.
O casal revela que para produzir amora preta também é preciso paciência. O retorno financeiro é bom, mas começa devagar. “Por enquanto estamos pagando a conta. Mas, nossa previsão é de crescimento. Produzimos 8 toneladas por ano e nossa meta é 40 t/a. Algo que será possível com as melhorias que estamos fazendo em termos de adubação folear e correção de solo. Nesse ano, já teremos uma produção de 10 a 12 toneladas.”
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