Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 461 | Agosto de 2016 | Campo Mourão - Paraná

SISTEMA DE PRODUÇÃO

TERCEIRA SAFRA NO OESTE DO PR

Cooperado Valdir Schenknecht, de Nova Santa Rosa, plantou 16 alqueires da área com o consórcio milho segunda safra e brachiária pensando na alimentação do rebanho leiteiro

A associação do plantio de milho segunda safra com brachiária está levando os produtores do Oeste do Paraná a uma terceira safra. Após a colheita do cereal, a gramínea amplia o desenvolvimento, e quando há clima satisfatório faz uma cobertura da área de lavoura em torno de 20 dias. O cooperado Valdir Schenknecht, de Nova Santa Rosa, plantou 16 alqueires da área com o consórcio pensando na alimentação do rebanho leiteiro.

Ele conta que a ideia partiu após visitar algumas propriedades em que faziam o consórcio e que se mostravam resultados satisfatórios para a agricultura e para o sistema de produção. “É a primeira vez que estamos fazendo. Neste ano, teve geada e acabou queimando um pouco a grama, prejudicando o desenvolvimento. Na próxima safra vamos fazer novamente e ver os resultados”, comenta Schenknecht. São cerca de 25 vacas produzindo leite e que permanecerão na área até o momento da dessecação para o plantio da soja. A área de lavoura soma 50 alqueires.

Antes da brachiária, a opção do cooperado era pelo plantio da aveia, que neste ano também foi cultivada e será utilizada para fazer feno, ampliando a quantidade de alimento para os animais. “É um sistema viável. O milho safrinha foi colhido em junho e, desde então, as vacas estão tendo esse alimento.” Conforme Schenknecht, a produção de leite tem se mantido dentro da normalidade. Na propriedade são produzidos uma média de 400 litros por dia. Depois, de retirados da área de brachiária, os animais serão alimentados no coxo, com silagem e feno.

Em relação ao milho safrinha, o cooperado conta que houve queda na produtividade. Contudo, neste ano, houve um período de 30 dias de seca durante o ciclo do milho safrinha, e, com isso, houve quebra de produtividade. “Foi uma boa experiência, pois, além da alimentação para os animais, ficou bastante palhada. Vamos ver, como o sistema se comportará nas próximas safras”, destaca.

O engenheiro agrônomo Everton Luis Revay, encarregado do departamento Técnico da Coamo em Nova Santa Rosa, observa que além dos benefícios ao gado, a cobertura com a brachiária evita erosões e a quantidade de massa produzida com a decomposição mais demorada faz com que retenha mais umidade no solo quando ocorrem veranicos. “Também ocorre diminuição de plantas daninhas resistentes a algum herbicida. Com o sistema radicular agressivo, sua raiz atinge excelente profundidade e promove uma melhor aeração do solo e, consequentemente, descompactação da área e melhor absorção de água.”

Conforme o agrônomo, o consórcio de milho segunda safra e brachiária já é uma realidade na região, porém a utilização do espaço para a alimentação do gado ainda é uma prática que está começando. “Os produtores estão aproveitando como uma opção a mais de alimento para os animais. Os agricultores ainda estão se adaptando com o novo sistema, que tem se mostrado bastante viável”, assinala Revay.

Engenheiro agrônomo Everton Luis Revay, acompanha desenvolvimento da brachiária com cooperado Valdir Schenknecht

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