Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 470 | Junho de 2017 | Campo Mourão - Paraná

COOPERATIVISMO

ACI 2017: "COOPERATIVAS GARANTEM QUE NINGUÉM FIQUE PARA TRÁS"

Cooperativas são comprometidas com o desenvolvimento sustentável das comunidades, nos aspectos ambientais, sociais e econômicos

O cooperativismo como uma das principais alternativas e soluções para o combate às desigualdades sociais no mundo. Esta é a síntese do texto divulgado pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) e traduzido pelo Sistema OCB, alusivo ao 95º Dia Internacional do Cooperativismo. Em 2017, a data será celebrada no dia 1º de julho, juntamente com o Dia de Cooperar, e terá como slogan: "Cooperativas garantem que ninguém fique para trás".

A mensagem destaca: “Em uma época em que a desigualdade de renda aumenta no mundo inteiro, é bom lembrar que existem soluções para o problema. E o modelo cooperativista é uma das principais. Seu modelo, princípios e valores acordados internacionalmente o distinguem de todas as outras formas de organizações empresariais. Tais princípios afirmam que a adesão a uma cooperativa é aberta a todas as pessoas que aceitam seus termos, sem discriminação. Essa adesão livre permite o acesso à geração de riqueza e à eliminação da pobreza. Isso é resultado do princípio cooperativista da participação econômica dos membros.”

A mensagem valoriza também o sétimo princípio do cooperativismo, o Interesse pela Comunidade. A evidência desse compromisso é vista em todo o mundo, no apoio às atividades comunitárias e na tomada de decisões que considera o impacto em suas comunidades.

Além do foco na comunidade local, as cooperativas também desejam levar os benefícios do seu modelo econômico e social para todas as pessoas do mundo. “As cooperativas produzem resultados, não como instituições de caridade, mas como organizações empreendedoras e de autogestão, permitindo um crescimento em escala, por meio de estruturas federadas baseadas nas comunidades e oferecendo serviços cada vez mais variados para atender às necessidades dos membros.”

Conforme o Monitor Global de Cooperativas (World Co-operative Monitor), as 300 maiores cooperativas do mundo representam sozinhas mais de US$ 2,5 trilhões de faturamento anual e mais de 250 milhões de pessoas organizam seu sustento por meio de uma cooperativa, com a geração e distribuição de riqueza de alto impacto. (Fonte: OCB)

BRAÇO FORTE DOS COOPERADOS

Gallassini: "Criamos um sistema cooperativista para uma sociedade como um todo."

Os cooperados são a razão da existência da Coamo e fazem o sucesso do cooperativismo. E é para eles que a Coamo atua forte e firme, atendendo suas demandas e necessidades, com eficiência e qualidade na prestação de serviços e o profissionalismo da diretoria e funcionários. “Criamos um sistema cooperativista para uma sociedade como um todo. São 28 mil associados que representam 28 mil famílias. São mais de sete mil funcionários responsáveis por seus familiares. Diretamente são mais de 140 mil pessoas envolvidas e beneficiadas pelo cooperativismo da Coamo”, orgulha-se o idealizador e presidente da Coamo, engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini. 

Segundo ele, a Coamo continua trabalhando, pensando e agindo para o melhor dos associados e familiares. “A Coamo foi criada para sempre, não foi para duas, quatro ou cinco gerações, mas para toda a vida. Por isso, é que ela está sendo reestruturada e adequada para atender as necessidades do quadro social e do agronegócio, sendo sempre uma cooperativa moderna, sólida e segura, no cumprimento da sua missão.”

SILVIO GALDINO, UM PIONEIRO NO COOPERATIVISMO

Ricardo Accioly Calderari,  Wilson Thiesen, José Aroldo Gallassini e Silvio Galdino de Carvalho Lima

Silvio Galdino assumiu em 1964 a coordenação do Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrária, o Inda, órgão responsável na época pela autorização de funcionamento das cooperativas. Trabalhou e auxiliou nos primeiros levantamentos sobre a organização das cooperativas existentes no Paraná e na constituição da Ocepar, em 1971

No mês de abril, a diretoria da Coamo recebeu a visita de Silvio Galdino de Carvalho Lima, ex-coordenador do antigo Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário (Inda), atual Incra, e um dos pioneiros do cooperativismo paranaense. Com 89 anos, reside há mais de quatro décadas em Viçosa (MG). Galdino iniciou a vida como profissional da Fundação de Assistência ao Trabalhador Rural, na década de 1960, como extensionista.

Ele lembra do trabalho iniciado na década de 60 e partilhou esta história ao lado do ex-presidente da Ocepar e da OCB, Wilson Thiesen quando da visita a cooperativas nas regiões Oeste, Noroeste e Centro-Sul. “Sou beneficiário do trabalho dessas lideranças. Se não fossem elas, este reconhecimento, meu nome já tinha se apagado completamente. De nada adiantaria nosso trabalho no passado se não tivesse ocorrido a continuidade, a determinação das atuais lideranças cooperativistas para que o sistema fosse hoje este orgulho de desenvolvimento para o Paraná”, afirma.

Ele fez questão de ressaltar seu orgulho em testemunhar o grau de evolução das cooperativas paranaenses. “Muito diferente do cenário que vivenciamos no final da década de 1960, quando iniciamos trabalhos de discussão do primeiro planejamento estratégico do cooperativismo, que foi o Projeto Iguaçu de Cooperativismo (PIC) e, posteriormente, o Norcoop (Projeto Norte de Cooperativismo) e o Sulcoop (Projeto Sul de Cooperativismo). Hoje os novos nem sabem sobre esses fatos, como aconteceram no passado, mas receberam a influência dessas ações e estão executando com esmero e competência um trabalho espetacular pelos resultados alcançados pelo cooperativismo no Estado”. Galdino deixa uma observação em forma de pedido: “não parem esse processo de formação de novos líderes, de capacitação para a gestão, administração de novos processos. Se isso parar, o processo de desenvolvimento do sistema cooperativista também para”.

“COM UNIÃO, RESPEITO E TRABALHO A COAMO CRESCE E A GENTE TAMBÉM”

Família Zanin se espelha no trabalho da Coamo para ter sucesso na produção agrícola

Família Zanin unida, também, na Copa Coamo 2017, em Mamborê

Irmãos Edson e Mauro, comemoram os bons resultados com os familiares 

Os tempos são outros e diferentes daqueles vividos nos anos 80, mas algumas coisas não mudaram na vida dos irmãos Mauro e Edson Zanin, em Mamborê, no Centro-Oeste do Paraná: o respeito, o trabalho, a união, a confiança e a prática do cooperativismo. “Nunca imaginei este progresso e esta evolução sem a presença e o apoio da Coamo nesses anos. Com a cooperativa a gente sempre se sente em casa, tranquilo e seguro”, comenta orgulhoso o associado Mauro Zanin.

Ele chegou a região de Mamborê há 37 anos e adquiriu 25 alqueires. Veio de Marialva, no Norte do Paraná, e ao lado dos filhos Ângelo, Mauro e Solange, comemora o sucesso da família no cooperativismo.

Mauro trabalha em parceria com o irmão Edson, que, também, tem dois filhos na atividade -  Mateus e Tiago. Juntos, os irmãos Zanin administram suas propriedades e contabilizam a eficiência ao longo desses quase 40 anos. “São 37 safras vitoriosas, uma diferente da outra, com a evolução na tecnologia, nas variedades e na fertilidade do solo. Cheguei em 1980 na região e logo no ano seguinte me associei na Coamo e de lá para cá não parei de crescer como produtor, cooperado e como pessoa.

O sucesso com a satisfação do dever cumprido em quase quatro décadas é compartilhado na prática pela inclusão dos filhos – Ângelo e Mauro- na atividade, na continuação dos negócios com a sucessão na família. 

Seus dois filhos Ângelo Mauro e Mauro Ângelo estão aprimorando a visão do ambiente produtivo, graças a participação no programa Coamo de Formação de Jovens Líderes Cooperativistas. O engenheiro agrônomo Ângelo esteve na 10ª turma, há 11 anos e o seu irmão Mauro participou da turma de 2016, a 20ª na história deste programa premiado de educação cooperativista.

“O cooperativismo a gente pratica e leva para a vida, é um movimento que une e promove o bem da sociedade. Colabora para melhorar as coisas e as pessoas. Com o curso de Jovens Líderes melhorei muito, aprendi muitas coisas sobre gestão, planejamento e liderança”, diz o jovem cooperado. O mais novo, Mauro, é estudante de Agronomia e quer continuar o trabalho do seu pai. “Ele trabalhou e suou muito para conquistar tudo isso e valorizo muito. Para a nossa geração é muito mais fácil. É praticamente tudo de graça. Mas, temos que dar continuidade.”

O pai Mauro Zanin sabe que o caminho trilhado foi bem feito e os resultados são comemorados. Com brilho nos olhos e alegria, ele se emociona ao olhar para trás e ver que tudo deu certo, com metas atingidas e desafios superados. “A gente cuida da família e trabalha para ser feliz, somos em sete cooperados na família e até nisso a gente evoluiu com a Coamo, pois nem nos meus melhores sonhos pensava em chegar nesse estágio como agricultor, com a família que tenho e como cooperativista”, ressalta feliz com a média superior a 180 sacas por alqueire na cultura da soja, colhidas neste ano.

GERAÇÃO DE EMPRESÁRIOS RURAIS

Mauro com o irmão Edson Zanin e o engenheiro agrônomo José Marcelo Fernandes Rúbio, do Detec da Coamo em Mamborê

O associado Edson Zanin valoriza a evolução das atividades e as facilidades que ajudam na administração dos negócios com forte espírito de união e trabalho.  “A cooperação começa em família e com a união isso funciona, por isso é que as nossas atividades são planejadas e distribuídas, com cada um respeitando o outro e fazendo a sua parte.

A exemplo do irmão Mauro, Edson também está promovendo a participação dos filhos no agronegócio. Mateus diz que pretende continuar e dar sequência ao trabalho do pai. “Tudo é mais moderno e precisamos fazer as coisas corretas com a ajuda das tecnologias novas, mas é preciso ter foco”

Edson prevê em uma situação diferente para o sucesso da agricultura. “O meu pai foi lavrador, eu e meu irmão somos agricultores, mas os nossos filhos da nova geração terão que ser empreendedores rurais. Hoje não têm dificuldades para eles com estas máquinas novas e automatizadas. Aquilo que dá certo deve continuar sendo feito de maneira correta, eles vão errar, mas tem que errar menos que nós”, aponta.

O cooperativismo é um caminho certo e seguro para que seus membros sejam felizes e orgulhosos, e tenham ambientes melhores com qualidade de vida.  “A gente se espelha muito na Coamo, formamos uma família só, nós e a Coamo. Estamos dentro dela e reconhecemos o excelente trabalho que é feito, de forma simples, segura e certa”, conclui Edson. O sobrinho Ângelo valoriza todas as conquistas da família: “São muitos anos de trabalho árduo, sinto-me feliz com os legados da minha família, somos privilegiados por acompanhar tudo isso e é esta retidão e trabalho que iremos levar para nossas famílias.”

FILHOS DA COOPERAÇÃO

Bons resultados da família Pernambuco, no sítio Rio Quieto, em Manoel Ribas, são frutos de muita união

O cooperativismo passado de geração em geração é como uma herança. Quando é dado continuidade ao trabalho iniciado pelo pai, avô ou bisavô, os frutos se multiplicam e o homem do campo prospera. Um bom exemplo está em Manoel Ribas (Centro do Paraná), onde a família Pernambuco, assim conhecida pela origem do Estado, está entrando na terceira geração de cooperativistas. Tudo começou com o ‘seo’ José Pereira de Souza, já falecido, que deixou o legado da cooperação aos cinco filhos Luiz Carlos, Marlene, Rogério, Reginaldo e Sérgio, que inclusive tem um filho de 16 anos, Eduardo Felipe, recém associado.

Propriedade é encarada como uma empresa, onde cada um tem seu salário e o lucro que sobra integra um capital que fica reservado à melhorias e investimentos

Os bons resultados da família Pernambuco, no sítio Rio Quieto, são frutos de muita união. A propriedade é encarada como uma empresa, onde cada um tem seu salário e o lucro que sobra integra um capital que fica reservado à melhorias e investimentos. Todos crescem juntos e estão sempre unidos, do jeito que a dona Etelvina Baldo de Souza, matriarca da família, e seu marido sempre sonharam.

Um dos filhos, Reginaldo de Souza, explica que as tarefas na propriedade são todas divididas. “Eu planto, o Luiz passa veneno, o Sérgio colhe, outro trabalha com o caminhão. Quanto a parte financeira procuramos fazer como uma empresa. Formamos um capital para garantir solidez e a continuidade de nosso trabalho no campo. ”

São 120 alqueires, onde são trabalhadas três safras, com soja, milho, feijão, trigo e aveia. “Fazemos a rotação de culturas e temos garantido boas médias, em uma crescente desde 2008. Com o apoio da assistência técnica da Coamo, por exemplo, na soja partimos de 150 sacas por alqueire, alcançando até 210 sacas. Nessa última safra de verão, fechamos com uma média de 185 sacas na área total”, comemora.

Se não fosse o trabalho em família, Reginaldo sabe que os resultados não seriam tão bons. “Quando você cuida do que é seu, o resultado é sempre melhor, e quando se tem a união de uma família é como uma cooperativa, onde cada um tem sua responsabilidade e deve trazer resultados. ”

A família também comemora o ingresso de mais um associado, Eduardo Felipe, que com apenas 16 anos, já sabe que o caminho trilhado com cooperação é sólido e rende bons frutos. “O meu sobrinho é o primeiro da terceira geração e nós estamos muito felizes, pois todo esse trabalho é para eles, que irão dar continuidade ao que começou com meu pai. ”

Para dona Etelvina, a família trabalhando unida só tende a se fortalecer e para ela é motivo de alegria ver que os filhos seguem os ensinamentos dos pais. “Estamos todos juntos, meus filhos, noras e netos. Desde pequenos ensinamos a eles o valor do trabalho e dessa união. Meu velho se foi, mas ficamos todos juntos. ”

Nilvo Braz Trevisan, de Caarapó (Sudoeste do Mato Grosso do Sul), literalmente abriu a porteira da propriedade para um trabalho de parceria e promissor

PORTEIRA ABERTA PARA O COOPERATIVISMO

Presente desde 2004 no Mato Grosso do Sul, a Coamo tem disseminado no Estado a filosofia de um cooperativismo de resultado. São milhares de pessoas beneficiadas diretamente pelos serviços oferecidos pela cooperativa. Associados como Nilvo Braz Trevisan, de Caarapó (Sudoeste do Mato Grosso do Sul), que literalmente abriu a porteira da propriedade para um trabalho de parceria e promissor.

Cooperado há pouco mais de seis anos, Trevisan já sentiu o resultado de evolução e produtivo. “Houve melhoria em todo o sistema, com as várias tecnologias e informações repassadas pela cooperativa que foram colocadas em prática”, diz. Ele cita, por exemplo, que durante visita à Fazenda Experimental da Coamo, em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), viu a viabilidade do sistema integração lavoura-pecuária e acabou implantando na propriedade. “Trouxemos várias outras ideias para diversificar a agricultura e a pecuária.”

Na opinião do cooperado, a Coamo tem ajudado a disseminar novas tecnologias para uma agropecuária mais sustentável no Mato Grosso do Sul. Ele cita que o cooperativismo ajudou a regular o mercado tanto na compra como na venda dos produtos. “A Coamo trabalha com muita seriedade. Todos os associados são tratados da mesma maneira, seja pequeno ou grande produtor. Esse é um diferencial”, assinala.

Trevisan destaca a segurança que tem em trabalhar com a Coamo. “Fico mais tranquilo, pois tudo que preciso encontro na cooperativa. A parceria e confiança vai desde quando tudo está indo bem até quando a produção não sai como o planejado. A Coamo sofre os problemas com o agricultor e esse é um grande diferencial.”

O engenheiro agrônomo Guilherme William Fengler, encarregado do Departamento Técnico da Coamo em Caarapó, afirma que o cooperativismo desenvolvido pela cooperativa já está bem fundamentado na região. “A Coamo tem confiança e credibilidade devido ao trabalho sério e honesto. A cooperativa trouxe várias tecnologias e informação aos cooperados e tudo feito com muita responsabilidade, sempre pensando em agregar valor as atividades agrícolas e melhorar a renda e qualidade de vida da família associada.”

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