Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 470 | Junho de 2017 | Campo Mourão - Paraná

MEIO AMBIENTE

CAMPO MOURÃO SEDIA SEMINÁRIO SOBRE MANEJO E CONSERVAÇÃO DE SOLOS E ÁGUA

O solo e a água são dois fatores primordiais para o sucesso da agropecuária. Conciliar boas práticas em busca de altas produtividades com a sustentabilidade do setor é o desafio constante tanto para produtores, quanto para técnicos. No dia 08 de junho o tema foi discutido em Campo Mourão durante um seminário sobre manejo e conservação de solos e água. O evento foi realizado na Associação dos Engenheiros Agrônomos e contou com a participação e apoio da Coamo. No encontro também foi celebrada a Semana Nacional do Meio Ambiente.

SAIBA MAIS SOBRE O PROSOLO

A adesão do produtor ao Prosolo é voluntária. O decreto do Governo do Estado prevê vantagens ao proprietário que aderir ao programa. O prazo de adesão vai até o fim do mês de agosto.

Se o produtor não aderir neste prazo estará sujeito a ser multado em valores que podem variar de 5 a 17 UPFs (Unidade Padrão Fiscal) dependendo dos danos causados, do tamanho da propriedade e da gravidade da situação. A UPF está valendo R$ 99,00 a unidade.

O programa prevê a adoção de técnicas conservacionistas que podem ser o terraceamento, curva em nível, cobertura do solo, plantio direto, rotação de culturas, que serão recomendadas de acordo com o tipo de propriedade e a região em que ela se encontra.

O produtor que fizer a adesão no prazo fixado ganha um ano para apresentar o projeto técnico de recuperação de sua propriedade. Depois disso, ganha mais três anos para execução do projeto. A adesão precisa ser formalizada num escritório da Emater.

Caso não faça a adesão e houver denúncia na Adapar, por parte de vizinhos prejudicados, o produtor tem apenas 30 dias para solucionar o problema, se for simples. Se for um pouco mais complexo, ele terá até 60 dias.

Foram apresentados dados que demonstram a degradação de solos no Paraná. Esse fato tem gerado não apenas consequências negativas para o meio ambiente, como também contribuído para elevar os custos de produção da agropecuária paranaense.

O presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, ressalta que o bom manejo do solo e preservação da água sempre foi uma preocupação da cooperativa.

“É um problema que não tem uma solução definitiva. Períodos chuvosos sempre são preocupantes e podem trazer erosão, mesmo em áreas bem manejadas. Então, precisamos recuperar e cuidar bem do solo”, destaca.  Gallassini lembra que a região de Campo Mourão foi pioneira na conservação de solo e que tal situação fez com que o governo federal lançasse, em 1976, o Plano Nacional de Conservação de Solo no município. “De lá para cá, muito se tem feito para manter um bom manejo. Outras práticas, como o plantio direto, por exemplo, surgiram com o objetivo de contribuir para uma agricultura sustentável.” 

O pesquisador da Embrapa/Soja, Henrique Debiasi, destaca as práticas vegetativas no controle da compactação dos solos. De acordo com ele, no Paraná, uma estatística da Embrapa/Soja mostra que pelo menos 45% das áreas exploradas com soja e milho trigo estão com compactação excessiva. “Esse é um demonstrativo da falta de diversificação. Basicamente se planta soja e milho ou soja e trigo. Pequenas alterações no sistema com culturas de bastante raiz e uma boa palhada diminuem a compactação e melhora a infiltração da chuva. A água que poderia ser inimiga, causando a erosão, passa a ser aliada e principal fator produtivo”, comenta Debiasi. 

O engenheiro agrônomo Jonez Fidalski, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), em Paranavai, destaca que o Paraná conseguiu ser eficiente com a agricultura sendo referência em conservação de solo. "Saímos de um cultivo convencional, em que se arava a terra e tínhamos erosões que causavam grandes prejuízos, para um sistema de plantio direto. Com boas práticas é possível manter um bom manejo do solo e melhorar a produtividade”, assinala.

O produtor rural e cooperado da Coamo João Luiz Ferri, de Campo Mourão, relatou no seminário o sucesso do manejo adequado do solo e da água em sua propriedade. Ele destacou, especialmente, as práticas do plantio direto com qualidade e a rotação de culturas, adotados há mais de 20 anos, e que confirmam os resultados obtidos e apresentados pelos pesquisadores.

Durante o seminário também foi apresentado, o Programa Integrado de Conservação de Solos e Água do Paraná – Prosolo.  Concebido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná, o programa tem o apoio da iniciativa privada e pretende promover a conservação do solo e da água, servindo de suporte ao produtor rural com ações de treinamento e pesquisa, definindo critérios técnicos de sistemas conservacionistas para redução de perdas de solo e água em solos, manejos, climas e cultivos regionais do Paraná.

O engenheiro agrônomo José Tarciso Fialho, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) conta que um dos objetivos do programa é recuperar áreas com erosão, problema que voltou a aparecer com força nas propriedades nos últimos anos. Segundo dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, 30% das propriedades paranaenses sofrem com o processo de erosão nos mais diversos níveis. “O Prosolo foi criado para recuperar áreas com erosão e envolve a parceria de 22 entidades do setor público e da iniciativa privada. Uma estrutura está sendo colocada à disposição do produtor para que ele tenha assistência técnica e orientação de como adotar as práticas conservacionistas”, explica.

Presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini e autoridades na abertura do seminário de Conservação de Solo e Água
É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados ou citados não exprimem, necessariamente, a opinião do Jornal Coamo.