Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 502 | Maio de 2020 | Campo Mourão - Paraná

ENTREVISTA

“Credibilidade, segurança e confiança: benefícios que temos com a Coamo nos últimos 25 anos."

Nelson Natalino Paludo, presidente do Sindicato Rural de Toledo

"O Sindicato Rural de Toledo começou como uma associação rural e suas diretorias não mediram esforços em fazer algo pelos produtores e município. A escola agrícola é um exemplo dessa presença do Sindicato na região. Foi a nossa entidade que batalhou para que ela se tornasse uma realidade. O Sindicato sempre esteve envolvido em ações de definição de estratégias para melhorar a vida dos produtores rurais.” A afirmação é do produtor e cooperado da Coamo e Credicoamo, Nelson Natalino Paludo, presidente da entidade na região de Toledo desde 2000 e o convidado para a entrevista na Revista Coamo.

Paludo lembra que o Sindicato Rural em 60 anos de atividades a serem completados este ano, contribuiu e continua a contribuir significativamente para Toledo. “A chegada da Coamo há 25 anos em nossa região reconquistou o cooperativismo. Sua filosofia de trabalho ofereceu muita segurança aos produtores, fazendo com que eles voltassem ao sistema cooperativo. Isso a Coamo fez com muito profissionalismo.”



Revista Coamo: O Sindicato Rural do Município de Toledo existe há 60 anos. Qual a sua missão e desafios considerando um trabalho de seis décadas?

Nelson Natalino Paludo: A história do nosso Sindicato começou em 1960, com a fundação da Associação Rural de Toledo. No dia 23 de abril de 1966, em uma Assembleia Geral, decidiu-se pela criação oficial do Sindicato Rural de Toledo. A missão da nossa entidade é defender e reivindicar os direitos e representar legalmente a categoria econômica rural. Contamos com cerca de 700 filiados. Felizmente, a história registra uma participação ativa do Sindicato em diversos momentos significativos para o agronegócio. Recordo o trabalho intenso na época, para que os agricultores tivessem o direito de optar ou não pelo plantio de transgênicos. Fizemos muitas viagens para Brasília (DF), com presença no Congresso Nacional, participação nos debates e audiências públicas. Além disso, o Sindicato protagonizou um dos grandes momentos ao mobilizar para que Toledo viesse a sediar uma audiência pública do novo Código Florestal e, assim, conseguimos fazer constar na legislação muito daquilo que era o anseio dos produtores rurais da nossa região.



RC: Como avalia a participação dos associados?

Paludo: Eles participam ativamente dos cursos e encontros que oferecemos em parceria com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), fazem uso dos serviços que prestamos e interagem muito. Diante das ações em defesa da categoria, dão sua resposta com a presença nos eventos que realizamos, alguns deles em parceria, como o Soja Brasil, entre outros eventos de repercussão nacional. No passado, o Grito do Ipiranga, que foi um manifesto por conta do endividamento rural, contou com nosso apoio naquilo que era necessário, e isso dá segurança para o produtor que se sente representado. Igualmente o público feminino, junto com a federação da agricultura, promovemos eventos exclusivos para elas com participação média de 1.800 mulheres. Isso faz com que os produtores rurais – homens e mulheres – enxerguem o Sindicato atuando na defesa de seus interesses e sintam-se representados.



RC: A região mudou com a presença e atuação do Sindicato?

Paludo: O Sindicato começou como uma associação rural e suas diretorias não mediram esforços em fazer algo pelos produtores e pelo próprio município. A escola agrícola é um exemplo dessa presença do Sindicato na região. Foi a nossa entidade que batalhou para que ela se tornasse uma realidade. O Sindicato sempre esteve envolvido em ações de definição de estratégias para melhorar a vida dos produtores rurais. Isso é uma constante, tanto que o mais recente investimento que está em curso é a construção da nova sede dentro de um projeto maior que é o Centro Agropecuário. Tudo isso faz parte de uma ação estratégica que não para e que incluiu a qualificação do produtor rural e de sua família. Por meio de cursos específicos, nossos associados tiveram um salto no conhecimento adquirido em administração, gestão da propriedade e empreendedorismo.



RC: O que o setor agrícola representa para a região de Toledo?

Paludo: O setor agrícola de Toledo tem uma representatividade muito grande quando olhamos os números, mas isso se deve ao perfil do produtor rural. Por esse trabalho incansável, somado às indústrias do agronegócio e as empresas agropecuárias instaladas no município de Toledo, podemos dizer que o Sindicato contribuiu e continua a contribuir significativamente para que o nosso município seja destaque na produção agropecuária do Estado do Paraná e do Brasil pelos seguintes números: 1º lugar no PIB agropecuário do Estado do Paraná e da região Sul, e 11º lugar no país; 1º lugar em VBP (valor bruto da agropecuária) do Paraná - R$ 2,2 bilhões; 2° lugar na Piscicultura Comercial do Paraná; 1º lugar em rebanho suíno do Paraná; 1º lugar em plantel de frango de corte do Paraná;  5º maior produtor de leite do Paraná, produção de 83.011.000  milhões de litros/ano; 1º lugar em tanques escavados para Piscicultura Comercial do Paraná e 2° maior produtor de peixes do Estado do Paraná, segundo informações do próprio Município de Toledo.  Nossa economia se movimenta a partir deste elo que é o produtor rural.



RC: Na sua opinião, como está a atividade agropecuária na região?

Paludo: Estamos em constante evolução, com produtores que absorvem muito bem as tecnologias empregadas e, a partir delas, dão a devida resposta para o desenvolvimento econômico. O melhor disso tudo é que contamos com gente que continua motivada a seguir em frente, sempre se atualizando e se dedicando.



RC: O senhor imaginava que Toledo teria uma agropecuária forte?

Paludo: Toledo sempre teve o perfil de gente trabalhadora. Desde a colonização, as empresas no segmento do agronegócio encontraram um ambiente favorável para o aprimoramento das práticas da agricultura e da pecuária. O comprometimento dos produtores rurais e sua busca incessante pelo aprimoramento favoreceram a instalação de agroindústrias e de demais empresas ligadas ao agronegócio.



RC: O município se orgulha de ter muitos quilômetros de estradas asfaltadas no interior em benefício dos produtores. Como vê esta particularidade?

Paludo: Nós temos mais de 350 quilômetros de asfalto rural, um trabalho realizado há cerca de 20 anos em parceria com o poder público. O agricultor Euclides Dresch, líder da comunidade de São Luiz do Oeste, nosso associado, lançou o desafio e o prefeito da época aceitou. Assim, para cada real arrecadado entre os produtores, a prefeitura colocou mais dois. Os agricultores começaram a arrecadar e isso foi bom porque resolveu muitos problemas de transporte da produção na área rural. Temos consciência de que o asfalto rural não é um luxo para o produtor, mas uma necessidade. Afinal, para sustentar o primeiro no PIB agropecuário, Toledo precisa ter condições de cumprir a agenda que prevê dia e hora marcada para levar os insumos e trazer a produção. Por isso, o projeto seguiu nas outras administrações e todos os administradores trabalharam pela continuidade. Vale lembrar que muitos deles contaram com recursos federais, por meio de emendas parlamentares. Hoje os distritos estão interligados pelo asfalto e isso é uma estabilidade para a nossa economia que favorece a permanência do produtor na área rural. Tanto que recentemente saiu um levantamento de que 20% de quem mora no campo em Toledo já tem curso superior. Esse é o resultado de quem saiu da propriedade, fez o curso e volta para trabalhar no campo.



RC: Em período do coronavírus o setor produtivo tem mostrado a sua importância como atividade essencial para o país?

Paludo: Nesse período de isolamento das pessoas muito se ouviu dizer que era para comprar o necessário, mas alguém tem que produzir e isso vem do campo. Mais uma vez a economia do nosso Brasil vai ter um destaque grande por conta do esforço dos agricultores. Se não fosse isso, o País estaria em maiores dificuldades. Esse trabalho dos produtores é o que está alimentando o Brasil e muitos outros países.



RC: Qual a imagem do agronegócio atualmente?

Paludo: Na nossa região, vemos uma valorização muito grande do agronegócio, assim como no Paraná em geral. No nosso Estado a imagem do agricultor é muito bem reconhecida pelas pessoas. No entanto, em nível nacional, ainda temos que melhorar essa imagem.



RC: O senhor é produtor e cooperativista. Como analisa o cooperativismo praticado em Toledo?

Paludo: O cooperativismo de Toledo começou bem e cresceu bastante. Tanto que tínhamos uma das principais cooperativas do Estado. Houve problemas, sim, que levaram à liquidação da cooperativa. Mas a Coamo veio para cá e com um grande problema a ser resolvido: reconquistar credibilidade. Felizmente, a sua proposta de trabalho ofereceu muita segurança aos produtores, fazendo com que eles voltassem ao sistema cooperativo.



RC: Qual a importância do cooperativismo na prática para o progresso dos produtores rurais?

Paludo: Entendo que o mais importante é a segurança que o produtor tem na sua atividade. A Coamo é uma parceira de primeira hora para o produtor que não precisa se preocupar com outras coisas, pois a cooperativa já faz por ele. Cito a questão dos financiamentos facilitados, a comercialização ágil e a assistência de primeira. Isso faz com que o produtor ganhe tempo, podendo se dedicar ainda mais às suas atividades, ou seja, naquilo que sabe fazer.



RC: A Coamo está completando 2020 seus 25 anos na Região Oeste. Como percebe a atuação da cooperativa?

Paludo: São três palavras: credibilidade, segurança e confiança. Esses são os maiores benefícios que os cooperados usufruem. Nesses 25 anos de presença no Oeste, sempre tivemos a entrega de insumos no prazo, a comercialização no momento certo, entrepostos instalados em pontos estratégicos para atender o produtor rural. Isso ajuda o volume de produção crescer bastante e o que mais vale é o produtor estar contente com o serviço prestado pela cooperativa. Outro destaque desse período é o seguro rural diferenciado que beneficia o cooperado, dando tranquilidade conforme a sua produção. É um caso a ser comemorado. Desde o começo foi trabalhado muito por essa modalidade de seguro específica para cada produtor. É muito difícil fazer, mas a Coamo consegue, por ter seus sistemas confiáveis. Obviamente que, com o fim da cooperativa que antecedeu a Coamo, os agricultores ficaram com muito receio se continuariam no sistema ou não. Mas com a chegada da Coamo, seu nome forte e procedimentos adotados para o atendimento direto ao produtor, houve um resgate da credibilidade que estava abalada.



RC: O senhor conhece o Dr. Aroldo desde aquela época quando os produtores demonstraram interesse pela chegada da Coamo. Como avalia a administração da cooperativa?

Paludo: Temos que valorizar muito a participação do presidente junto com os associados e o doutor Aroldo inspirou bastante as ações no Sindicato Rural. Suas decisões são rápidas porque são simples: tudo o que for gerar benefícios para os associados, deve ser feito. Caso contrário, nem vai para frente. Isso é foco. Ele tem muita credibilidade no mundo. Lembro quando participei de uma visita técnica na Bolsa de Chicago (EUA), nos apresentaram o “Garoto propaganda” da produção de soja do Brasil para o mundo com a imagem do doutor Aroldo. Acredito que as empresas ou cooperativas têm credibilidade se o seu presidente também tiver. Eu me espelho muito no seu trabalho, na sua visão. Cada vez que nos encontramos, sempre deixa um ensinamento.



Nelson Natalino Paludo, presidente do Sindicato Rural de Toledo

RC: Como analisa o processo de Governança Corporativa da Coamo e Credicoamo, na preparação para o futuro das cooperativas?

Paludo: Acredito que a decisão desse novo modelo de governança vem em boa hora porque o crescimento gera necessidade ainda maior de controle da situação. Tanto na Coamo quanto na Credicoamo, são pessoas que fizeram carreira dentro das suas estruturas cooperativas. São pessoas que conhecem todo o modelo de cooperativismo praticado pela Coamo e Credicoamo. Esses executivos vão trazer mais dinamismo ao sistema cooperativo para balizar todas as decisões da diretoria. Acredito que a Coamo vai continuar crescendo e vai melhorar ainda mais.




RC: No sindicato como na cooperativa, o senhor considera seriedade, trabalho e confiança como valores essenciais para o sucesso?

Paludo: Sem dúvida alguma. Não vejo outra forma de promover e estimular o desenvolvimento sem que todas as ações e iniciativas não sejam pautadas pela seriedade e comprometimento. Isso é essencial e os associados sabem valorizar. Continuem acreditando no agronegócio. É a principal atividade do País e está em nossas mãos. Confiem nas entidades representativas da nossa agricultura e pecuária. Nesses tempos, todos somos desafiados a nos adaptar às exigências das novas realidades. Por isso, precisamos de bons parceiros, como a Coamo, para avançarmos ainda mais.

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