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PERFIL
Ricardo Rocha de Oliveira é paranaense de Paranavaí, graduado em engenharia civil pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 1988, mestre em engenharia e doutor em engenharia civil pela Universidade Federal de Santa Catarina. Foi professor e reitor da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) atuando nos cursos Engenharia Civil e Engenharia Agronômica. Foi presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Cascavel, membro autor e coautor de 80 trabalhos acadêmicos entre capítulos de livros, além de coordenador de projetos de pesquisa e extensão pela Unioeste. Foi reeleito recentemente presidente do Crea-PR com 78% dos votos.
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“Os profissionais engenheiros agrônomos encontram muitos desafios no exercício de suas atividades”, afirma o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Ricardo Rocha de Oliveira, entrevistado desta edição da Revista Coamo.
Segundo Rocha, é necessário uma alta rentabilidade para que a agricultura possa sobreviver e, neste contexto, os engenheiros agrônomos são os responsáveis. Para isso, esses profissionais precisam ter uma boa formação de base, atualização contínua ao longo da sua carreira profissional e acompanhar a tecnologia deste segmento que é pujante, e possam desenvolver habilidades para as difusões de conhecimento aos agricultores, e que dominem técnicas de preservação ambiental.
Rocha informa que o Crea-PR já colocou à disposição dos profissionais o que existe de mais moderno em termos de processo digital, onde o receituário agronômico é preenchido em um sistema denominado Siagro, permitindo que os dados sejam diretamente relacionados às ART’s, que ganharam um novo sistema em agosto de 2019.
Revista Coamo: O senhor foi eleito presidente do Crea-PR. Como recebeu este resultado e quais são os desafios para o novo mandato?
Ricardo Rocha: Quero agradecer a oportunidade e cumprimentar a todos os cooperados e a diretoria da Coamo, cooperativa que é referência não somente para o Paraná, mas para todo o mundo na área de cooperativismo, agricultura e agroindústria. Fui reeleito com quase 80% dos votos válidos e recebo o resultado com muita honra, entendendo que houve uma avaliação muito positiva da nossa primeira gestão, e também com o compromisso de seguir com bons resultados para todos os profissionais e a sociedade paranaense. Alguns dos novos desafios que temos pela frente surgiram durante a campanha. Nosso plano de governo foi registrado antes do período da pandemia (no momento de inscrição da chapa) e abordava questões como valorização profissional, modernização e agilidade. Com a chegada da pandemia incorporamos novos desafios com o objetivo de levar o Conselho a se adaptar a esta nova realidade prestando serviços não somente de forma presencial, como também no formato remoto, priorizando sempre a agilidade.
RC: Qual a missão do Crea-PR?
Rocha: Os conselhos profissionais são órgãos de defesa das profissões, por meio das fiscalizações. O Crea-PR, em especial, entende que a sua missão é considerada cumprida se a profissão estiver valorizada e exercida de uma forma ética. No último planejamento estratégico realizado se discutiu muito sobre formas de promover a inserção profissional em obras e serviços, sempre primando pelo quesito ética. A missão do Crea-PR é resumida em uma frase curta, mas de muita importância para nós: valorizar as profissões e seu exercício ético.
RC: Como estão os estudos visando o processo digital quanto ao receituário e ART?
Rocha: O Crea-PR, em parceria com a Adapar, nossa agência de defesa agropecuária, já coloca à disposição dos profissionais, especialmente dos engenheiros agrônomos, o que há de mais moderno em termos de processo digital. Por meio de um convênio firmado ente os dois órgãos, o receituário agronômico é preenchido em um sistema denominado Siagro, o qual permite que os dados sejam diretamente relacionados às ART’s, que também ganharam um novo sistema em agosto de 2019. O Siagro colabora, inclusive, com informações para a fiscalização do Crea referentes ao receituário agronômico, por meio do seu banco de dados.
RC: Qual a importância da Agronomia e do agrônomo para o desenvolvimento da agricultura e economia no Paraná e no Brasil?
Rocha: É com grande orgulho que falamos sobre todo o conhecimento que a agronomia, e em especial os engenheiros agrônomos têm aplicado na agricultura do Paraná e do Brasil, e as consequências positivas disso para a economia tanto do nosso Estado, quanto do no nosso País. Sou paranaense e acompanho a evolução que temos alcançado por meio das universidades, institutos de pesquisa, empresas privadas e todos que têm trabalhado junto as cooperativas, na busca de uma agricultura com mais tecnologia, produtividade e respeito ao meio-ambiente, e o Crea-PR é parceiro na constante busca de mais desenvolvimento tecnológico, com foco na sustentabilidade e no aumento da produtividade. Entendemos que o engenheiro agrônomo é fundamental para a evolução que temos tido especialmente no Paraná, alcançando quantidades recordes de produção de alimentos, fibras e produtos para a agroindústria.
RC: Como analisa a atuação das cooperativas como agentes de desenvolvimento e tecnologias para o fortalecimento dos cooperados e do Agronegócio?
Rocha: Sou paranaense residente em Cascavel e acompanho com atenção todo o Estado, em especial a atuação das cooperativas. Vejo como fundamental a atuação delas fomentando o uso da tecnologia na agricultura e na transformação dos produtos do campo por meio da agroindústria, o que tem feito o Paraná se destacar no Brasil na área de desenvolvimento e aumentar nossas exportações. Considero que as cooperativas são uma força fundamental no nosso Estado. Nosso apoio, como Crea-PR, vem por meio da criação do Comitê de Agronegócio que conta com forte presença das cooperativas nas discussões de nossas políticas para as profissões.
RC: O senhor prestigiou o Encontro de Cooperados na Fazenda Experimental Coamo. Como avalia este trabalho de difusão tecnológica?
Rocha: Sim, estive nos últimos três anos prestigiando o Encontro, em todo o período do primeiro mandato de presidência do Crea-PR. Entendo o Encontro como uma iniciativa fundamental onde os cooperados conhecerem as tecnologias e inovações que utilizarão nas próximas safras. Pude perceber in loco como a Coamo se mantem extremamente atualizada com as melhores práticas e tecnologias e faz todo um esforço de apresentação e transferência para os seus cooperados. Isso certamente é o que traz os bons resultados de alta produtividade na agricultura e no cuidado com o meio ambiente e preservação de solo, como pude acompanhar nos experimentos e demonstrações feitas durante o evento. Quero ressaltar este evento como fundamental, e parabenizar a Coamo pelo alto nível dos experimentos e apresentações.
RC: Qual a importância do cooperado da Coamo ter como assistente Técnico um profissional engenheiro agrônomo devidamente habilitado registrado no Crea-PR?
Rocha: Entendemos como extremamente necessário porque o engenheiro agrônomo é o profissional que domina os sistemas biológicos e pode, não somente contribuir com o aumento da produtividade, como também em ações de sustentabilidade e preservação do meio-ambiente com foco no futuro. Nos últimos anos, o profissional engenheiro agrônomo tem sido cada vez mais indispensável para atuar com eficiência em uma agricultura que tem se tornado mais tecnológica, com coleta de dados de alto nível e drones, por exemplo. As habilidades deste profissional garantem a efetividade na atuação destas tecnologias, agregando valor ao que é produzido. Por fim, estar registrado no Crea-PR, significa que o profissional teve sua formação devidamente concluída e que será regularmente fiscalizado pelo Conselho para o cumprimento de suas atividades dentro da ética exigida.
RC: Com a evolução tecnológica, quais os desafios do engenheiro agrônomo diante das exigências em prol de competividade e sustentabilidade?
Rocha: Os profissionais engenheiros agrônomos encontram muitos desafios no exercício de suas atividades. A agricultura necessita de uma alta rentabilidade para que ela possa sobreviver e os agrônomos são os responsáveis para que isso ocorra. É necessário que eles dominem técnicas de preservação ambiental e tenham uma boa formação de base, uma atualização contínua ao longo da sua carreira profissional, acompanhando a tecnologia do segmento que é pujante, que desenvolvam a habilidade de repassar conhecimento aos agricultores, pois ter não é o mesmo do que saber repassar.
RC: A Coamo completa 50 anos com o slogan "A vida é a gente que transforma". Como observa a atuação da cooperativa em prol dos seus mais de 29 mil cooperados?
Rocha: Parabenizo a Coamo pelos seus 50 anos a serem completados dia 28 de novembro. Em todas estas décadas, a Coamo tem se destacado no processo de cooperativismo, que é um estilo de vida, e ajudado a transformar o Paraná e toda a região onde atua. A Coamo é uma marca reconhecida em todo o Brasil, tem agregado valor e melhorado a qualidade de vida das pessoas.
RC: Qual mensagem deixa à diretoria, cooperados e funcionários da Coamo.
Rocha: Agradecemos por estar sempre ao lado da Coamo em diversas iniciativas. Que possamos, cada vez mais, estreitar nossos laços e contribuirmos para o desenvolvimento do Paraná. Parabenizo mais uma vez a todos por esta história de glória, que tem honrado todo o nosso Estado. Contém sempre com o Crea-PR.
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Ricardo Rocha de Oliveira, reeleito presidente do Crea - Paraná |
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