Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 514 | Junho de 2021 | Campo Mourão - Paraná

PECUÁRIA

Família Lanzini supera desafios e se mantém firme na pecuária

Família Lanzini é referência na pecuária de leite e adotada várias tecnologias para incrementar a atividade

Apesar de tantos desafios na pecuária leiteira, como intempéries climáticas, alta nos preços dos alimentos fornecidos para o gado, entre outras dificuldades, há produtores que se mantêm firmes na lida e conseguem superam as adversidades. Esse é o caso da família Lanzini, de Reserva do Iguaçu, e cooperada à unidade da Coamo em Pinhão (Centro-Sul do Paraná).

Thelma Serpa Lanzini herdou a fazenda do pai, sem nenhuma construção. “Primeira coisa que construí foi uma casa, e depois um barracão para máquinas. O começo foi bem difícil, tirava leite manualmente, depois galão ao pé, depois com uma ordenhadeira simples. Depois de muito trabalho conseguimos comprar uma mais moderna, que agiliza o trabalho e deixa o produto com mais qualidade.”

A cooperada relata que agora a propriedade tem diversos equipamentos que ajudam no trabalho, e conta com uma equipe técnica que cuida da nutrição, vacinas e reprodução animal. Ela iniciou a leiteria no sistema Free Stall, e migrou para o sistema de Compost Barns há cinco anos. A produtividade aumentou em quatro litros de vaca/dia. Não somente a produção cresceu, mas também a qualidade do leite melhorou. Outros fatores, como controle de ectoparasitas e controle de doenças também foram reduzidos com a entrada neste sistema. A cooperada aproveita a Campanha da Farmácia Veterinária para se programar, pois assim, consegue fixar seus custos a valores inferiores e, consequentemente, aumentar sua rentabilidade.

A família toda trabalha em parceria. Desde os netos, até a matriarca, fazem parte da administração da fazenda. Heloize Lanzini Losso , filha da cooperada, é responsável por toda parte da ordenha e, pela convivência, conhece todos os animais por suas características. Os três netos ajudam no manejo, trato e nas tarefas rotineiras, inclusive, a mais velha é responsável por alguns dos exames que são feitos na propriedade.

O genro, João Francisco Santos, cooperado desde 2012, é responsável pela alimentação dos animais e por coordenar as atividades. Segundo ele, a labuta começa cedo, pelas 5h30min, quando se levantam para tirar o leite, alimentar a criação e limpar os corredores. Às 7h30min eles tomam o café da manhã, para depois voltar ao trato dos animais. À tarde, a ordenha retorna às 16h30min. “Como trabalhamos em família, tudo isso passa muito rápido, vira um entretenimento, todo mundo se ajudando e se divertindo.”

A família conta com a assistência técnica da Coamo, para um manejo de qualidade. João Francisco, que faz parte do Comitê Educativo da cooperativa em Pinhão, valoriza o auxílio na propriedade. “A equipe da Coamo nunca nos deixa na mão. A comunicação é fácil, por telefone, por mensagem e internet, na hora que precisamos. Eles fazem parte da nossa história. Os investimentos que temos são todos por meio das cooperativas Coamo e Credicoamo, até mesmo nosso sistema de energia fotovoltaica, que está resultando em economia para a propriedade.”, avalia o cooperado.

Para o médico veterinário da Coamo em Pinhão, Matheus Ferreira Shikasho, a cooperativa tem uma história com a família, pois desde o começo presta a assistência necessária, faz acompanhamento e há uma troca de experiência. “Eles trabalham conosco tanto na parte de agricultura quanto na parte de gado de corte e de leite, e a Coamo traz as tecnologias até os produtores para aumentar a produção. Eles confiam e investem no campo e conseguem ter uma melhor margem de lucro”.

João Francisco com a sogra Thelma e a esposa Heloize na alimentação dos animais Matheus Ferreira Shikasho, veterinário da Coamo em Pinhão, acompanha a família Lanzini

Veterinária: atualização em nutrição de bovinos de leite e corte

Os profissionais poderão aplicar as técnicas nas propriedades atendidas pela cooperativa

Na área Veterinária, está em andamento o curso on-line “Atualização em nutrição de bovinos de leite e corte”. Em parceria com a Faculdade Rehagro, considerada referência no assunto, a capacitação está subdividida em 14 módulos, com aulas ao vivo e mensais com uma carga horária de 84 horas e a conclusão prevista para 26 de novembro deste ano.

Na programação das aulas, serão abordados temas como: introdução à nutrição de bovinos: fisiologia básica e metabolismo de nutrientes; utilizando à planilha do Excel para formular dietas; dietas para animais a pasto; manejo alimentar, o que avaliar na prática; exigências nutricionais e composição do ganho de bovinos em crescimento e em terminação; protocolos de adaptação e manejo nutricional na terminação; confinamento e manejo; rotinas e estrutura para terminação.

A área Veterinária está crescendo na Coamo, com ampliação do quadro para 34 veterinários, além de 15 assistentes técnicos. Para o gerente de Assistência Técnica, Marcelo Sumiya, o treinamento faz com que haja um alinhamento com médicos veterinários. Os profissionais poderão aplicar as técnicas nas propriedades atendidas pela cooperativa. Essa atividade dá o subsídio para que toda produção tenha mais rentabilidade. “É um trabalho que envolve 84 horas de treinamento intenso com aplicação, desenvolvimento e avaliação técnica.”

As capacitações estão sendo realizadas on-line. “Uma tecnologia que veio para ficar, onde se otimiza o tempo da área técnica, evita o deslocamento, diminui riscos e consegue mais aproveitamento. A interação promove a discussão de várias situações de nossas regiões. Devido a pandemia, essas ferramentas estão sendo utilizadas, e prezamos pela saúde dos nossos funcionários”, afirma Sumiya.

Paraná é área livre de febre aftosa sem vacinação

Paraná é área livre de febre aftosa sem vacinação. O reconhecimento internacional do novo status foi oficializado em 27 de maio, durante a 88ª Assembleia Geral da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), realizada em Paris, na França. Com o certificado de qualidade sanitário, os produtos pecuários paranaenses vão ter acesso aos mercados mais exigentes do mundo, abrindo novas oportunidades de negócios para a cadeia produtiva de carnes e lácteos.

Ainda durante a Assembleia Geral, a OIE também certificou o Paraná como bloco isolado e livre de Peste Suína Clássica (PSC). A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, comemorou o reconhecimento da OIE. “É um marco histórico para a agropecuária brasileira. Essas novas áreas se juntam ao Estado de Santa Catarina, que era o único Estado até então com esse reconhecimento. O Brasil possui agora 44 milhões de cabeças de gado em áreas livres de febre aftosa sem vacinação, o que corresponde a 20% do nosso rebanho bovino. No caso da suinocultura, quase 50% do rebanho brasileiro passa a estar em zona sem vacinação, e 58% dos frigoríficos de abate com SIF (Serviço de Inspeção Federal), estão localizados em regiões com novo status sanitário”, disse.

Tereza Cristina ressaltou a importância do trabalho em parceria entre o Mapa e os serviços estaduais e o apoio dos produtores e entidades representativas da cadeia pecuária.

Segundo o governador Carlos Massa Ratinho Junior, a certificação da OIE coloca a produção agropecuária do Estado num patamar elevado de referência de qualidade e sanidade. “Esse reconhecimento internacional é o mais importante acontecimento dos últimos 50 anos para a agropecuária paranaense”, afirmou.

O governador ressaltou os investimentos do setor produtivo, em específico das cooperativas paranaenses, e comemorou também o reconhecimento do Estado como bloco isolado e livre de Peste Suína Clássica. “É uma certificação que traz impactos positivos para a suinocultura. Acredito que toda a agropecuária paranaense se beneficia do reconhecimento internacional anunciado pela OIE, o que fará com que o Paraná possa ser um protagonista ainda maior na produção de alimentos de qualidade e com sustentabilidade”, afirmou.

Cooperação

“Temos muito a agradecer ao empenho das cooperativas e entidades parceiras que atuaram e participaram dessa luta de décadas, que agora alcançou o êxito do reconhecimento internacional. A Ocepar reitera seu compromisso com as ações para a obtenção e manutenção da certificação da OIE. Vamos continuar trabalhando unidos para a melhoria da sanidade animal na produção paranaense”, afirmou o presidente José Roberto Ricken.

Segundo o dirigente, é um momento para celebrar, mas sem deixar de manter a atenção redobrada no cumprimento dos requisitos da OIE. “Não podemos facilitar em termos de controle de rebanho, fiscalização e monitoramento de circulação, rastreabilidade total, entre outras ações fundamentais. O trabalho só está começando, mas estamos preparados para manter o novo status de forma contínua”, ressaltou.

Trabalho

“É a coroação de mais de 50 anos de trabalho. Ao romper essa barreira sanitária, abrimos o mercado internacional para carnes bovinas e suínas, mas também para as aves, piscicultura e produtos lácteos. Entraremos em mercados mais valorizados e esse dinheiro vai circular na economia paranaense”, destacou o presidente da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Ágide Meneguette.

Fonte: Revista Paraná Cooperativo

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