Mais que produzir: cooperar é construir permanência no campo
A trajetória da família Bissacotti, em Rio Brilhante (Sudoeste do Mato Grosso do Sul), é marcada por décadas de trabalho no campo, superando desafios e se adaptando às transformações da agricultura. Desde os tempos pioneiros até a consolidação da nova geração na atividade, a propriedade se desenvolveu com planejamento, sucessão familiar e dedicação. Nesse processo, o cooperativismo tem sido um aliado importante, oferecendo suporte técnico e estrutura para dar continuidade aos negócios da família.
A cooperada, Afanir Santa Segabinazzi Bissacotti, conta que a trajetória começou ainda na década de 1970, quando a família comprou uma fazenda na região e, dois anos depois, mudou-se para o local. O início das atividades no campo foi com o cultivo de arroz, aproveitando as áreas mais úmidas da propriedade. Na sequência veio o trigo, que acabou não prosperando. "Acho que foi por volta de 1979 que a gente começou com a soja", relembra.
Com a soja, veio também o milho, culturas que continuam sendo cultivadas até os dias atuais. O início, no entanto, foi desafiador. "Foi difícil, porque no começo não tinha asfalto. A estrada de chão era complicada", conta.
Afanir perdeu o marido em 1998 e, desde então, assumiu a gestão da propriedade. Continuou investindo em soja, milho e na criação de gado, embora tenha reduzido a pecuária. "Nos primeiros anos a gente sofreu bastante. Na época, as terras não eram cultivadas. O mato era abundante e os recursos escassos. Colhíamos 30, 35 sacas por hectare. Agora está melhor. Fomos adubando e investindo."
A parceria com a Coamo faz parte da trajetória da família desde os primeiros anos na região. "Na época não tinha em Dourados, só em Laguna Carapã e a gente ia lá. A relação com a cooperativa permanece até hoje. Somos bem assessorados e a Coamo está sempre disposta a nos servir."
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A história da família na agricultura se confunde com a própria evolução do setor em Rio Brilhante (MS). "Não tinha energia elétrica, não tinha nada", relembra Felipe Bissacotti Brandão, neto da pioneira dona Afanir. O cooperado acompanha a lida no campo desde criança. Formou-se em agronomia, indo trabalhar em empresas do setor. Em 2017, iniciou sua trajetória como produtor rural em tempo integral. "Já faz oito anos que atuo diretamente na propriedade."
A parceria da família com a Coamo começou por meio de Diego, primo de Felipe, que trabalhou como engenheiro agrônomo na cooperativa por cerca de dez anos. "Na época, não existia unidade em Dourados, então nos associamos em Laguna Carapã, onde ele atuava. Fazíamos compras e recebíamos assistência técnica por lá", conta o cooperado. Com a inauguração da unidade em Dourados, a logística foi facilitada, e posteriormente, com a chegada da Coamo em Rio Brilhante, a realidade da armazenagem melhorou ainda mais.
"Há dois anos, tivemos uma grande safra de milho e enfrentamos sérios problemas de armazenagem. Foi necessário levar a produção até Dourados, percorrendo cerca de 150 quilômetros por viagem. A chegada da Coamo em Rio Brilhante foi uma mudança de cenário. Trouxe segurança, logística eficiente e profissionais qualificados."
Sobre o papel do cooperativismo, Felipe destaca que hoje o produtor rural brasileiro não sobrevive sem o apoio de uma cooperativa. "A única forma viável de o produtor seguir na atividade é por meio do cooperativismo. Isolado ele não consegue sobreviver. Onde não há cooperativa, vemos muitos produtores quebrando, por falta de informação, assistência e assessoria", comenta.
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