Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 560 | Agosto de 2025 | Campo Mourão - Paraná

TRADIÇÃO

Cooperado Edson Fernandes Canhiçares trabalhando em terreiro de secagem de café, com o sol brilhando ao fundo.

Café atravessa gerações e segue presente no campo

A produção de café continua marcando a trajetória de muitas famílias cooperadas. Em Araruna (Centro-Oeste do Paraná), o cooperado Edson Fernandes Canhiçares mantém suas raízes no cafezal onde cresceu. "Eu nasci debaixo de pé de café. Estou há 49 anos nesse sítio, desde os sete anos trabalhando com café", afirma.

A história de Canhiçares começou no cafezal e, ao longo do tempo, se expandiu para outras culturas. "De uns 20 anos para cá, a gente começou a diminuir o café. Daí partimos para soja e milho", conta.

Apesar da redução na área destinada ao café, o cultivo permanece como parte essencial do dia a dia. O ciclo exige cuidados contínuos, mesmo nos anos de menor produção. "O café dá uma safra boa num ano, no outro ele dá menos, mas ainda assim é preciso cuidar dele sempre", explica Canhiçares. Entre as práticas que fazem parte da rotina estão a desbrota, a limpeza da lavoura o controle de pragas e doenças, além da colheita, que exige atenção para não danificar os galhos e comprometer a safra seguinte. "Mesmo na colheita tem que cuidar, tem que evitar machucar o pé de café para ele continuar produzindo. Ele não vai ser arrancado, vai seguir o ciclo dele", diz.

Ver o café sendo industrializado pela Coamo é um motivo de satisfação para o cooperado. "É gostoso escutar um amigo falando que está tomando café da Coamo e saber que o nosso está lá. Que tem um pouquinho do nosso produto naquele pacote"

A produção de café está presente em diversas pequenas propriedades da região de Araruna onde a cultura integra sistemas produtivos diversificados, ao lado de soja, milho e trigo. O engenheiro agrônomo, Waltemberg Machado de Lima, explica que essa diversificação é uma característica marcante da região. "O café faz parte das pequenas propriedades, principalmente. Não como única cultura, mas sempre em forma de diversificação."

Engenheiro agrônomo, Waltemberg Machado de Lima, com o cooperado Edson Fernandes Canhiçares em meio a uma plantação de café.

Engenheiro agrônomo, Waltemberg Machado de Lima, com o cooperado Edson Fernandes Canhiçares

Cooperado colhendo café com uma peneira.

História do cooperado começou no cafezal e, ao longo do tempo, se expandiu para outras culturas

Cooperado jogando para o alto os grãos de café em uma peneira durante a colheita.

Na propriedade da família Canhiçares, por exemplo, a lavoura de café convive com outras culturas ao longo do ano. "Aqui se planta soja no verão, café como cultura permanente e milho na segunda safra", relata o agrônomo.

Além de contribuir para a diversificação das atividades no campo, o café está associado ao uso da mão de obra familiar. "É uma atividade que exige uma certa qualificação e não se encontra essa mão de obra com facilidade. Por isso, nas pequenas propriedades, ele é conduzido com o trabalho da própria família ou por meio de parcerias em atividades como a colheita", observa Lima.

A estimativa é que a região de Araruna tenha cerca de 50 alqueires plantados com café, distribuídos em pequenas propriedades. "Nas terras da família Canhiçares, por exemplo, são seis alqueires de café", exemplifica.

O café colhido pelos cooperados da Coamo em Araruna é entregue na unidade local, de onde segue para ser beneficiado na indústria da cooperativa, em Campo Mourão. "O nosso cooperado participa de todo esse processo produtivo. Ele entrega o café aqui e sabe que o produto dele está presente em todo o território nacional", afirma Lima.

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