Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 446 | Abril de 2015 | Campo Mourão - Paraná

Entrevista

COOPERATIVAS DO PR SÃO CARRO-CHEFE DA ECONOMIA

Presidente reeleito do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, incentiva a profissionalização das cooperativas e o aprimoramento dos cooperados e colaboradores

Um dos líderes do cooperativismo no Brasil, o engenheiro agrônomo, João Paulo  Koslovski, há mais de 40 anos vive, luta, defende e vibra com o cooperativismo paranaense. João Paulo é presidente do Sistema Ocepar/Sescoop-PR, da Federação das Cooperativas do Estado do Paraná (Fecoopar), diretor da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Formou-se em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em 1972, foi aprovado em dois concursos públicos – na antiga Acarpa (atual Instituto Emater) e na Acar/Minas (sistema de extensão rural dos mineiros). Mas, depois de passar por treinamentos e ter sido aprovado em primeiro lugar, escolheu a Cooperativa Bom Jesus, no Município da Lapa (PR), para desenvolver sua primeira atividade profissional.

Em 1976, quando o engenheiro agrônomo Benjamin Hammerschmidt foi eleito presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), ele aceitou o convite para ser diretor-executivo da entidade. Permaneceu no cargo durante 20 anos, assessorou cinco presidentes e em 1996 foi eleito presidente da Ocepar, cargo que foi reconduzido na eleição de 1º de abril deste ano.

Em entrevista à Revista Coamo,  Koslovski reforça a missão e o foco da Ocepar, fala do orgulho em dirigir uma das mais bem conceituadas entidades cooperativistas do Brasil, da importância do Sescoop e dos desafios do cooperativismo para os próximos anos.

Revista Coamo:  A Ocepar chegou aos 44 anos, qual é o foco principal da organização?

João Paulo  Koslovski: Aproveito a oportunidade na Revista Coamo e parabenizo todos os cooperativistas paranaenses que ajudaram e colaboram para que o nosso sistema seja bem organizado e atuante. O foco central do nosso trabalho é a organização do sistema e o seu disciplinamento. O planejamento estratégico e o trabalho de autogestão iniciado em 1991, deram as diretrizes para a atuação do setor no Estado e possibilitou a sua organização.

RC: Como avalia o sucesso e o respeito conquistado ao longo desses anos?

Koslovski: A Ocepar é reconhecida como uma entidade que realiza um bom trabalho no cooperativismo nacional, o que é motivo de orgulho para todos nós. Esse trabalho se deve à continuidade das gestões dos diversos presidentes, dirigentes e colaboradores das cooperativas. Uma das prioridades do trabalho da Ocepar é o atendimento profissionalizado das demandas das cooperativas.

RC: Os investimentos em treinamentos e profissionalização nas cooperativas são expressivos. O Sescoop pode ser definido como um marco no cooperativismo?

Koslovski: Sim, com certeza, é um marco na história do cooperativismo brasileiro. Somente em 2014 foram ministrados 5.333 eventos de formação profissional e social, com 160.539 participantes, dos quais 34 pós-graduações com 1.200 alunos. O nascimento do Serviço Social do Cooperativismo – Sescoop – foi a principal conquista do sistema cooperativista brasileiro, de importância comparável à Lei do Cooperativismo (Lei 5.764 de 16 de dezembro de 1971). O trabalho do Sescoop foi um grande diferencial no cooperativismo e seus indicadores dão uma dimensão do alcance e abrangência do trabalho do S do cooperativismo.

RC: O ano de 2014 foi difícil para o cooperativismo?

Koslovski: Em 2014, vivenciamos um cenário externo conturbado, somado à volta da inflação interna, baixo crescimento econômico e queda dos preços de algumas commodities. Não foi fácil enfrentar esta conjunção de fatores. Nossas cooperativas tiveram que trabalhar muito para se manter competitivas, sem deixar de cumprir o seu papel para com os cooperados, garantindo o recebimento da safra, assistência técnica e oportunidades de desenvolvimento profissional e pessoal para todos aqueles que integram o movimento cooperativista. Mesmo diante das dificuldades, os números foram positivos e provam que o setor soube driblar os percalços e manter um desempenho favorável de suas atividades.

RC: Então se não fosse as cooperativas a situação teria sido pior? 

Koslovski: Sem dúvida, as cooperativas novamente foram o carro-chefe da economia paranaense em 2014. O setor movimentou mais de R$ 50 bilhões e os investimentos foram superiores a R$ 2,8 bilhões, gerando atualmente 2.200.000 postos de trabalho no Paraná.

RC: Quais valores o senhor destaca como importantes na história para o sucesso da Ocepar?

Koslovski: A credibilidade, a seriedade, a competência e o profissionalismo sempre foram o foco de atenções da entidade. O trabalho realizado sempre se pautou pela visão e objetivos das cooperativas, especialmente dos cooperados. Fatores que foram determinantes na aglutinação das ações do setor via Ocepar.

RC: Quais são os desafios para os próximos anos?

Koslovski: A Ocepar sempre foi muito ativa na defesa dos interesses dos associados das cooperativas. Vamos continuar atentos e trabalhando para atender às demandas das cooperativas. No ano passado, a entidade manteve a tradição de ser uma interlocutora eficiente junto ao setor público e Congresso Nacional. Entendemos que devemos continuar intensificando os processos de profissionalização com investimentos no aprimoramento de cooperados e colaboradores.

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