Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 446 | Abril de 2015 | Campo Mourão - Paraná

Diversificação

Família Boufleur mantém tradição de produzir vinho e servir comida típica no campo

Em meio ao trabalho de cultivo de grãos, principalmente soja e milho, a família Boufleur reserva um tempo para outra atividade: a produção artesanal de vinho. É uma tradição repassada há gerações e mantida atualmente pelo casal Bernardo e Dirce. O trabalho é realizado na propriedade, que fica na região de Flor da Serra, município de Quatro Pontes (Oeste do Paraná). No local também é mantido um restaurante, onde o prato principal é a culinária típica rural.

“O que começou como um hobby e uma forma de manter a tradição da família acabou se tornando uma alternativa de renda para a propriedade”, comenta Bernardo, que é cooperado da Coamo em Dez de Maio. Ele lembra que no início a produção era apenas para consumo próprio. “Com o passar do tempo o vinho ficou conhecido entre os amigos e vizinhos. Foi a partir daí que inauguramos a Vinícola Boufleur, um empreendimento na produção de vinhos coloniais. É uma herança deixada pelos avós que já produziam vinhos no Rio Grande do Sul”, observa.

MERCADO CARENTE

Bernardo comenta que a ideia se intensificou após estudar o mercado e perceber que havia uma carência por vinhos sem conservantes. “É um produto natural, assim como nossos avós faziam antigamente”, frisa. Foi preciso construir um local apropriado para produção e armazenagem do vinho, seguindo todas as exigências necessárias. “Tivemos que fazer algumas adequações na propriedade e hoje vemos que valeu a pena”, pondera.

Parte das uvas são adquiridas em Santa Catarina e também de produtores da própria região Oeste do Paraná. De acordo com o cooperado, a opção de buscar fora é devido a dificuldade em produzir devido ao clima da localidade não ser apropriado e também porque a propriedade fica no meio de grandes áreas de lavouras, o que impossibilitaria por causa do uso de herbicidas.

COMIDA TÍPICA RURAL

A ideia de montar um restaurante surgiu com a procura dos apreciadores de vinho que pediam por um local para se encontrar e degustar a bebida. “Jamais pensávamos que iria repercutir de tal forma. Estamos distantes do centro e o nosso grande segredo é a culinária simples, mas de qualidade. É para quem gosta de uma comida diferenciada”, comenta Dirce Boufleur.

Ela conta que assim como a produção de vinhos, o restaurante também começou como um hobby. “É uma gratificação receber as pessoas e ver que elas se sentem bem por estarem no campo. Aqui todos encontram sossego e as lembranças remetem a infância de muitos”, diz.

TRABALHO NO CAMPO

A família de Bernardo Boufleur mora na localidade Flor da Serra desde 1967. No início, eram apenas cinco alqueires e uma produção para subsistência. Este era o mesmo cenário de quando ele se casou. “Começamos a vida assim, sem muita terra, mas aos poucos fomos trabalhando e arrendando algumas áreas e tudo se consolidou com a chegada da Coamo na região, que nos ajudou desde o início. Temos orgulho de dizer que deu certo e que conseguimos nos manter na propriedade e, ainda, realizar o grande sonho de ter um restaurante e manter a tradição da família”, comenta Bernardo.

Atualmente o cooperado planta 30 alqueires e recebe toda a assistência da Coamo desde o plantio até a comercialização. “A Coamo tem uma grande importância na nossa vida. Tudo o que precisamos encontramos na cooperativa. Nossa missão é só produzir”, assinala.

A VINÍCOLA

- O Vinho Boufleur é um produto 100% natural. Por se tratar de um vinho puro, apresenta cristais no fundo da garrafa que não comprometem o prazer da degustação.

- Para a produção, são utilizadas diversas variedades de uvas selecionadas da região de Santa Catarina e do Oeste do Paraná.

- Os vinhos, são preparados entre 20 de janeiro a 20 de abril de cada ano, período que se cuida da seleção e preparo do produto.

FOGÃO À LENHA

Quem busca um passeio diferente encontra na Vinícola Boufleur o lugar perfeito: a tranquilidade do campo, vinhos e a gastronomia colonial. A preparação das receitas é tão cuidadosa e artesanal que as mãos são um dos mais preciosos utensílios. A habilidade manual é da chefe da cozinha, Dirce Inês Boufleur, que cuida de cada detalhe, da riqueza de sabores, e a forma requintada de servir a mesa.

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