Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 465 | Dezembro de 2016 | Campo Mourão - Paraná

RENDA EXTRA

DOCE DIVERSIFICAÇÃO

Lauro com o pai Ramon Novak: diversificação de atividades é receita de sucesso na família

O cultivo de pêssegos faz parte da vida da família Novak, de Manoel Ribas (Centro-Norte do Paraná), há alguns anos. A propriedade já contou com mais de 1,2 mil pés da fruta, hoje são cerca de 50 pés em uma área de quatro mil metros quadrados. A quantidade  diminuiu, mas a qualidade e a apreciação pela fruta continuam. Quem faz questão de cuidar da plantação é o cooperado Ramon Novak, que faz visitas constantes, seja para limpar a área, cuidar das plantas ou, na época de pêssegos maduros, fazer a colheita.

Ele conta que a atividade é uma terapia, já que os problemas de saúde o impede de fazer os trabalhos mais pesados, que foram repassados para os filhos e netos. Parte da produção é vendida no comércio da região e tem também consumidores que buscam a fruta na própria propriedade. “É uma renda que ajuda neste momento do ano. Só não temos mais pés porque falta mão de obra na colheita. O pêssego é uma fruta que necessita de cuidados especiais e colheita na hora certa, se não estraga. Então, vamos fazendo conforme dá”, destaca.  

A propriedade é bastante diversificada. São cultivados mandioca, batata, pepino, frango, peixe, ovo, porco, entre outros. Também são utilizados alguns produtos como o leite para fazer queijo, e as frutas para doces e compotas. “Temos de tudo aqui. Do mercado mesmo, só compramos produtos de limpeza e algum outro alimento que é industrializado ou que não produzimos. Do mais, temos de tudo um pouco e ainda vendemos boa parte.”

Agricultor tradicional na região, ‘seo’ Ramon cresceu na atividade. É uma vida toda dedicada ao trabalho. Ele conta que é do tempo em que a enxada era a principal ferramenta na propriedade e que uma evolução foi quando comprou um burro e um arado para mexer na terra. “Era assim que trabalhávamos, mas sempre com o sonho de comprar um tratorzinho. Um dia perdi o medo e financiei um trator. Alguns até achavam que eu estava louco, já que tinha apenas um pedaço de terra. Mas, esse foi o impulso para evoluir e crescer na atividade”, diz.

No total, a família cultiva 72 alqueires de terras. O trabalho é dividido entre os três filhos e dois netos do ‘seo’ Ramon. Um dos filhos é Lauro Novak, que fica mais à frente da lavoura, mas sempre que pode ajuda o pai a cuidar das demais culturas. “A diversificação proporciona uma boa renda. Com o dinheiro do pêssegos, do peixe e de outros produtos pagamos o mercado, a energia, enfim, as despesas mensais. Já a renda com a lavoura utilizamos para investimentos na propriedade”, conta Lauro.

A área de plantio é dividida entre soja e feijão no verão. Já no inverno, a principal lavoura é o trigo e, também, tem espaço para o milho safrinha. Todo trabalho é feito com mão de obra familiar, e ainda sobra tempo para prestar serviços de plantio e colheita para fora. “Temos várias atividades. É um trabalho que tem dado certo e gera uma renda a mais”, diz.

De acordo com o engenheiro agrônomo, Samoel Merizio Primo, do departamento Técnico da Coamo em Manoel Ribas, a região é composta, em sua maioria, por agricultores familiares e que por tradição diversificam bem a propriedade. “Estamos em uma região privilegiada pelo clima. Então como costumamos dizer: uma terra que produz de tudo. Quanto mais diversificar, maior é a chance de acerto. São famílias que com 10 ou 15 alqueires de terra conseguem uma boa renda e qualidade de vida. São atividades que mantem a família no campo”, pondera.

Samoel Merizio Primo, agrônomo em Manoel Ribas acompanha início do desenvolvimento da soja com o cooperado Lauro Novak
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