Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 476 | Dezembro de 2017 | Campo Mourão - Paraná

PECUÁRIA

LEITE NOSSO DE CADA DIA

Na atividade desde 2002, Luiz Carlos Pereira, teve uma grande evolução nos últimos anos

A lida para quem trabalha com o leite é diária. Faça sol ou chuva, domingo ou feriado, todo dia é de trabalho. Geralmente, a atividade envolve toda a família que não mede esforço na condução do trabalho. Algumas regiões em que a agricultura predomina, a pecuária de leite entra como diversificação, utilizando, principalmente, as áreas de declive, onde o plantio se torna inviável. Engenheiro Beltrão (Centro-Oeste do Paraná) é uma dessas regiões. Contudo, existem cooperados como os irmãos Pereira que fazem da atividade leiteira uma importante fonte de renda para as famílias.

O trabalho dos irmãos é tipicamente familiar, com cada um em sua propriedade. Em comum, a dedicação e investimentos que vêm sendo realizados para melhorar a produção e, consequentemente, a qualidade de vida da família. A equipe de reportagem da Revista Coamo percorreu as três propriedades. A primeira foi o Sítio São José, do cooperado Luiz Carlos Pereira.

Na atividade desde 2002, Luiz Carlos Pereira, teve uma grande evolução nos últimos anos

Na atividade desde 2002, ele teve uma grande evolução nos últimos anos. ‘Seo’ Luiz lembra que a ideia era comprar duas vacas e acabou comprando 20. Aos poucos, foi aumentando e atualmente conta com 90 animais, sendo que entre 30 e 40 vacas, sempre estão em lactação. A produção diária é de em média 600 litros. “O leite é uma atividade que dá trabalho, mas há uma boa recompensa. Para uma propriedade pequena e em terreno sinuoso é a melhor alternativa", comenta. A área dele é de 2.75 alqueires, sendo toda destinada para a atividade, com pastagem, local para abrigar os animais e plantio de milho para silagem.

O cooperado ressalta que sempre busca novos investimentos e que quando começou a produção girava em torno de 170 litros/dia. “Isso é graças a tudo que a gente vem fazendo. Investimos na ordenha, alimentação, genética e bem-estar dos animais. O resultado, foi aumento na produtividade e mais comodidade para trabalharmos. Se antes, carregávamos os alimentos para os animais no balaio, hoje tem maquinários para fazer tudo. Mas, as melhorias ainda não pararam. Estamos planejando novos investimentos para melhorar ainda mais a atividade.”

NOVOS INVESTIMENTOS

José Roberto Pereira trabalha em parceria com o filho Jonas Maicon Pereira. A propriedade abriga em torno de 85 animais, com cerca de 40 vacas em lactação o que rende uma produção diária de 1.000 litros de leite. Na atividade já há mais de 15 anos, ‘seo’ José lembra que a família começou com três animais, adquiridos por meio do projeto colono, que era desenvolvido pela Coamo. “Começamos na atividade por uma necessidade de sobrevivência. Produzia uns sete litros de leite por animal e fazíamos queijo. Aos poucos, fomos investindo e melhorando o sistema”, assinala.

Jonas é engenheiro agrônomo. Depois de formado saiu da propriedade para trabalhar em uma empresa, mas acabou deixando o emprego para voltar e trabalhar com o pai. Com ele, vieram novas tecnologias e melhorias na propriedade de 3.7 alqueires. Entre os investimentos está uma nova sala de ordenha, pista de trato dos animais e implantação do sistema de “compost barn”. As novas tecnologias, segundo Jonas, propiciam duas ordenhas por dia, com boa produtividade. “Além da alimentação, pensamos no bem-estar dos animais e na qualidade de vida da nossa família. Antes produzíamos de 200 a 300 litros de leite por dia e era bem mais sofrido do que hoje, quando produzimos 1.000 litros.”

Contente com a atividade, eles planejam novos investimentos. ‘Seo’ José revela que o próximo passo será instalar um sistema de resfriamento automático para os animais, além de melhorar a genética e implantar uma alimentação mais balanceada. Pai e filho plantam aproximadamente 15 alqueires de lavoura, sendo soja no verão e milho na segunda safra, que é utilizado para fazer silagem. “Todo o sistema adotado na propriedade é pensando na produção de leite. A atividade tem os seus altos e baixos, mas sempre requer novos investimentos, e é assim que estamos trabalhando”, comenta o cooperado.

José Roberto Pereira trabalha em parceria com o filho Jonas Maicon Pereira e família Boa alimentação é a base da produção

BEM-ESTAR ANIMAL

Na chácara Santa Teresa, o trabalho é desenvolvido por Célio Aparecido Pereira e Lucas Luiz Pereira. Pai e filho produzem uma média de 500 litros de leite por dia. O começo, também, foi com poucos animais e o desenvolvimento ocorreu naturalmente, alicerçado na vocação da família com a pecuária. “Começamos com quatro vacas. Hoje contamos com cerca de 60 animais e com uma boa produção de leite”, frisa.

A família planeja novos investimentos, principalmente na parte da genética dos animais. “Pensamos em produzir mais leite e tudo começa com vacas de boa genética”, destaca ‘seo’ Célio. A propriedade é 1.8 alqueires, sendo que parte é destinado para a pastagem perene e outra área recebe o plantio de lavoura, principalmente o milho para silagem. “Damos uma atenção especial a alimentação dos animais. Como dizem: o leite entra pela boca. Então, não pode faltar comida”, diz. 

Estudante do quarto ano de medicina veterinária, Lucas ajuda o pai na condução e melhoria da atividade. Ele planeja novas tecnologias para o futuro como um barracão para adoção do sistema de “compost barn”, por exemplo. “Uma boa produção de leite, passa pelo bem-estar dos animais, além da sanidade e genética. É uma atividade que requer, sempre, novos investimentos e todo trabalho é pensando em aumentar a produtividade e a qualidade de vida de quem trabalha na atividade.”

O médico veterinário Adriano Regiani Pereira, do Departamento Técnico da Coamo em Engenheiro Beltrão, observa que os irmãos Pereira acreditam na atividade e estão investindo na pecuária leiteira, aumentando e modernizando as instalações. “Chama a atenção que eles não ficaram naquela bovinocultura tradicional, como costumo dizer ‘tiradores de leite’. Os três são produtores de leite e mesmo em pequenas áreas estão investindo para verticalizar a produção. São melhorias em genética e na dieta das vacas em lactação, adotando as orientações técnicas. Estão no caminho certo, já que buscam ampliar a produção.”

Célio Aparecido Pereira e Lucas Luiz Pereira. Pai e filho produzem uma média de 500 litros de leite por dia Médico veterinário Adriano Regiani Pereira: os irmãos Pereira acreditam na atividade e estão investindo na pecuária leiteira, aumentando e modernizando as instalações
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