"O que faltava para a atividade agrícola ser viável era o seguro agrícola. Em ano de frustração, os produtores com seguro pagam suas contas e não ficam endividados."
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JOSÉ AROLDO GALLASSINI,
Presidente dos Conselhos de Administração Coamo e Credicoamo
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Estamos a três meses do fim do ano e podemos avaliar que 2022 teve dificuldades em função de uma grande frustração de safra que ocorreu por causa de seca na área de ação da Coamo. O resultado foi uma perda de 48% na produção da soja, com cerca de 50 milhões de sacas recebidas, bem abaixo das 100 milhões previstas. Esse volume interfere diretamente na renda dos cooperados e no faturamento da Coamo, que em 2021 registrou R$ 24,6 bilhões. Se 2022 fosse um ano normal, poderíamos alcançar mais de R$ 30 bilhões.
Por outro lado, a comercialização das commodities agrícolas, no caso da soja, milho e trigo, vem apresentando preços em um bom patamar. Se fizermos uma relação direta com os custos de produção, os valores são positivos, dão rentabilidade aos cooperados e indicam que deveremos ter sobras no Exercício 2022. Apesar da frustração de safra, do ponto de vista comercial, deveremos ter bons resultados.
O que esperamos da nossa atividade são boas safras com bons preços, as quais são impactadas por vários fatores nos cenários nacional e mundial. Mas, para amenizar os riscos de uma frustração de safra, é necessário que os cooperados façam o seguro agrícola. A adesão ao seguro é uma questão cultural e deve ser incorporada ao custeio, sendo muito importante para o sucesso da nossa atividade, que é a céu aberto. O que faltava para a atividade agrícola ser viável era o seguro agrícola. Neste ano de frustração, foi possível ver a satisfação dos produtores que contrataram. Eles pagaram suas contas e não ficaram endividados.
Fazemos parte de um setor importante para o país, que vem se modernizando cada vez mais. Nossa missão é produzir alimentos, crescer e conquistar bons resultados.
No tocante à administração da cooperativa, observamos que vem aumentando as dificuldades na contratação de mão de obra para muitas áreas. De forma geral, há uma carência também na qualidade e especialização dos profissionais. Mas, esse é um problema que estamos acompanhando em todo o mundo. A saída para esta situação, que vem afetando não só a nossa área, mas diversos setores da economia, é investir na qualificação para ter mão de obra especializada. Nesse sentido, a Coamo tem uma forte política de investimento no treinamento e capacitação dos seus mais de oito mil funcionários, nas diversas áreas, sejam eles de atendimento indireto ou direto aos cooperados.
A nossa visão, presente nas Diretrizes Corporativas, é ser a melhor opção de desenvolvimento aos cooperados, com atendimento de qualidade e apoio às suas necessidades, sempre com respeito aos princípios cooperativistas. Assim, com este modelo de cooperação, compartilhamos a busca pela redução de custos e o aumento de rentabilidade.
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