Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 528 | Setembro de 2022 | Campo Mourão - Paraná

DIVERSIFICAÇÃO

UM HOBBY QUE VIROU NEGÓCIO

Gibran Araújo é criador de cavalo crioulo em Candói (PR). Atualmente são cerca de 200 animais

O cavalo crioulo é conhecido por ser um animal forte, rústico e de uma beleza ímpar. Em Candói (Centro-Sul do Paraná), o cooperado Gibran Thives Araújo, criador da raça, tem atualmente, cerca de 200 animais. Os animais participam de exposições morfológicas e de função. Sócio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) desde 1986, o criatório nasceu da necessidade de se ter cavalos para a lida, ajudando na integração lavoura pecuária.

A raça crioula é uma raça originária da América e da América do Sul, no sul do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina. A criação dessa raça é uma das paixões de Gibran. “Nós temos uma identidade junto ao cavalo. Nossa família tem 200 anos aqui. Chegou no Sul do Paraná, no lombo de um cavalo, e isso nos trouxe muita tradição nesse meio. Hoje a família toda está integrada no cavalo. Somos usuários desses animais, além de criadores.”

O hobby de Gibran acabou virando negócio. O mercado Crioulo é um dos mais lucrativos da equinocultura brasileira. Os equinos da raça Crioula são dóceis, fortes e bonitos. Por isso, eles têm atraído cada vez mais investidores e apaixonados por esse universo. “O mercado do cavalo crioulo, em volume, está muito ligado ao laço comprido. Nós escolhemos linhagens com esse temperamento, na morfologia e para provas também do freio de ouro”, acrescenta.

Gibran com a esposa Patrícia. Família sempre utilizou o cavalo para o trabalho no campo, e isso foi evoluindo para o hobby e para as provas equestres, as provas desportivas

O cooperado possui um criatório denominado Talavera, com uma manada de aproximadamente 50 éguas na cria, com uma população média em torno de 200 animais. A comercialização dos cavalos também foi uma forma de diversificação na propriedade de Gibran. “Unimos o útil ao agradável. Nós temos uma ligação direta com o cavalo por conta de sermos pecuaristas natos. Nossa família sempre foi ligada à pecuária.”

Os cavalos crioulos são conhecidos por sua resistência e excelência no trabalho no campo, mas seu grande diferencial é a força em competições esportivas. Segundo Gibran, a família sempre utilizou o cavalo para o trabalho no campo, e isso foi evoluindo para o hobby e para as provas equestres e desportivas. “Isso nos despertou a vontade de criar para vender, para entrar no mercado. E assim o criatório Talavera foi originado. Mexo com o cavalo crioulo desde a minha infância, mas esse lado profissional como criador nasceu há pouco tempo.”

Gibran conta que, como usuária do cavalo no trabalho com o gado, a família também passou a participar de provas com os animais, levando para o lado do esporte. “O hobby do cavalo está ligado ao esporte. Então, hoje virou o nosso entretenimento nas horas vagas. Saímos nos finais de semana, temos uma estrutura para isso e vamos às competições, sejam elas oficiais da Associação Brasileira ou competições do Laço Comprido dentro dos CTGs.”

A esposa do cooperado, Patrícia Araújo, sempre teve contato com cavalo, pela família. Hoje, os dois filhos, o Samuel (11) e Helena (06) também estão envolvidos com o hobby. “A Helena monta aqui em casa, faz passeios conosco, cavalgadas, e o Samuel já está competindo, no Laço Comprido e nas Palenteadas. Ele tem apenas 11 anos e já compete junto com adultos. A Patrícia é minha companheira. Há algum tempo ela não compete, mas já participou de provas junto comigo, e com as crianças também.”

A história da família Araújo com a Coamo já tem um bom tempo e é muito forte por conta disso. Gibran é cooperado há mais de 20 anos, e é um dos pioneiros na região de Candói. “As parcerias quando se estendem por um longínquo tempo, se mostram verdadeiras e fortes. Meu começo coincide com a chegada da Coamo na região Sul do Paraná, e nossa parceria foi evoluindo e se fortalecendo."

Para Fernando Sagioneti, gerente da Coamo em Candói, é de suma importância ter uma segunda alternativa de rentabilidade. “Em um momento de frustração ou que determinado produto não está com uma condição de mercado muito boa, é bom ter uma outra alternativa. Diversificando, é possível atingir outros mercados em momentos diferentes. Traz lucratividade de lugares diferentes para dentro da sua propriedade.”

Sagioneti complementa ainda que, no caso da integração lavoura-pecuária, o cooperado consegue deixar o solo em uma condição melhor. “Esse tipo de atividade hoje é totalmente rentável. É possível extrair um lucro muito bom e deixa a terra em uma condição melhor para as próximas lavouras que vão ser instaladas”, finaliza.

Hobby da família acabou virando negócio. O mercado Crioulo é um dos mais lucrativos da equinocultura brasileira

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